Reencotro 👏

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Maria

Vou abrindo meus olhos lentamente, mas fecho quando tenho um contato brusco com a luminosidade que me atinge.

Xxx-Senhor San Roman ? - vejo que uma voz feminina fala, porém não conseguir abrir meus olhos de imediato.

-Aonde estou ? ... Quem é você? - questiono ainda com os olhos fechados.

Xxx- O Senhor está em um hospital e eu sou a enfermeira -  ela para de falar - Abra os olhos senhor San Roman, já fechei as janelas.

O meu subconsciente fica na dúvida de abrir ou não, mas sem pensar muito abro meus olhos devagar e dessa vez aquela luz não me atinge.

-O que aconteceu? - digo quando confirmo que estou em um hospital.

Enfermeira-O senhor sofreu um acidente de carro, mas agora está tudo bem - fala sorrindo para mim.

Começa a vim lembranças do acidente e me vem na cabeça o motivo de está naquela velocidade toda.

-A minha esposa, cadê? - pergunto nervoso e ela faz careta

Enfermeira- Vou chamar o doctor - diz saindo do quarto batendo os pés.

Percebo que a mesma não gostou nada que perguntei sobre a Maria, mas isso não importa porque nesse momento estou preocupado somente com a Maria e meus filhos. Tento levantar e quando consigo pelo menos sentar percebo que estou com o corpo todo machucado.

Tento levantar novamente, mas vejo a porta se abrir e deito para disfarçar minha tentativa frustrada.

Doctor- Como está? - entra arrumando o jaleco.

-Estou todo dolorido, mas sem pensar nisso estou ótimo - falo rápido- Faz quanto tempo que estou nesse lugar? - pergunto com uma cara de desgosto.

Doctor- A dois dias - fala me fazendo arregalar meus olhos.

-Cadê minha esposa?

Doctor- Não se preocupe, depois do acidente os polícias viram que estava tentando rastrear um número e foram atrás e acharam  ela - fala me deixando mais preocupados.

-Mas ela está bem ?

Doctor- Sim, ela está nesse hospital , por isso sei de tudo.

-E os meus filhos ?

Doctor- A sua mulher chegou aqui e tudo parecia que os bebês iriam nascer, mas foi um alarme falso e ainda eles continuam na barriga dela.

-Posso vê-la? - pergunto ansioso.

Doctor- Sim, mas com alguns cuidados.

- E quais são? - tudo para os ver.

Doctor- Primeira: você tem que ir de cadeira de rodas para não ocorrer lesões não desejadas, segundo: Não estressa sua esposa porque provavelmente o quase aborto foi por estresse e por último ela ainda não acordou por causa que foi medicada.

-Mas algo?- questiono irônico.

Doctor- Não, só isso e não esqueça que ela não pode ficar nervosa!

*****

O doctor que ainda nem sei o nome e nem faço questão me ajudou a sair da cama e se sentar naquela droga de cadeira, nem preciso dessa cadeira de roda pra mim poder ver a Maria e meus filhos.

Já estava na frente da porta do quarto da mesma, me ergo um pouco para alcançar o trinco da porta e esse movimento fez meu corpo doer por inteiro o que me faz pensar que preciso mesmo dessa cadeira idiota.

Quando abro a porta vejo o "objeto" da minha raiva desses meses que passaram. Ela estava deitada desacordada e podia-se ver nitidamente que ela estava bem pálida e frágil. Vejo ela abrindo os olhos assustada e colocando as mãos na barriga desesperada.


-Eles estão ainda ai - digo debochado.

Maria- Aonde estamos e o que você está... me encontrou ? - fala confusa e tudo enrolado.

-Você me ligou pedindo ajuda- digo simples

Maria- Liguei? - questiona mais para si.

-Agora está tudo bem, não se preocupe - respiro fundo - Que ideia é essa de ficar em um apartamento sozinha na época que está quase ganhando os bebês? - não consigo me segurar e pergunto com muita raiva.

A mesma fica quieta como se tivesse tendo uma lembrança.

Maria - Eu não estava sozinha- fala se encolhendo um pouco.

--Então estava com quem?

Maria- Com o Luciano, mas chamei ele e o mesmo não venho - fala ainda meio desorientada.

-Desgraçado, falou que não sabia aonde estava - dou um soco na cama fazendo ela se assustar - Por que ele não te ajudou? - pergunto com o "sangue fervendo" e nisso aperto os dois braços dela com força o que faz ela tenta se soltar e para a segurar  levantei da cadeira, o que me faz sentir uma dor forte que ignoro.

Maria- Solta, está doendo - ela fala com os olhos marejados, fico morrendo de dó, mas preciso saber a verdade.

-Me fala de uma vez , daí solto - falo apertando ainda mais os braços dela.

Maria- Porque ele confessou o amor dele por mim - fala me fazendo relaxar um pouco as mãos dos braços da mesma- E confessei que já sabia que ele me amava e disse que ele
não passava de um empregado - fala me fazendo soltar uma risada debochada e soltar os braços da mesma - Por que tá rindo idiota?

-É bom que seja assim - fala e vou dar um beijo nela que rejeita - não vai me beijar? - seguro o rosto dela e a beijo, mas no começo ela finge não querer e como esperado ela acaba correspondendo e rindo- você é tão fresca e malvada.

Maria- Eu sei - fala convencida - Por que você está machucado e em uma cadeira de rodas? - pergunto confusa.

-Agora que reparou? - ironizo e ela balança a cabeça me fazendo rir.

Conto tudo para ela e a mesma arregala os olhos. Tenho a certeza que ela não me ligou de propósito para salva-la.

Isso é óbvio!

Uma semana depois

Continua...

Armas de papéis - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora