Capitulo 7 - Reunião de Família

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Eu acordo com a luz do sol entrando pelas janelas. Uma benção que eu não canso de admirar, agradecer e desejar a cada manhã. Os pesadelos cessaram. Quase três meses sem que eu saiba o que é acordar no meio da noite, gritando apavorada. E tudo isso graças ao rapaz deitado ao meu lado.

Eu sinto seus braços ao meu redor e tento não fazer nenhum movimento brusco para não incomoda-lo, mas ele parece sentir que eu acordei, pois subitamente seus braços me puxam mais para perto e eu sinto seu peito pressionando minhas costas. Eu remexo o corpo, confortavelmente me encaixando em seu abraço.

- Bom dia Kat... - Ele fala com voz de sono.

- Bom dia... - Eu respondo com a mesma voz de sono. - Te acordei?

- Sim... Você me tirou de um sonho maravilhoso... - Ele responde.

- Pode voltar a dormir se quiser, aposto que consegue sonhar novamente. 

- Eu passo... Para que sonhar se a realidade é ainda melhor que os sonhos?

Eu perco o ar. Como ele consegue? Falar coisas tão lindas com tanta naturalidade? Antes esses comentários me deixavam desconfortavel. Ser lembrada constantemente que ele me amava de uma forma que eu não conseguia corresponder era extremamente desagradavel, mas as coisas mudaram desde que a revolução acabou. Desde então nossa proximidade aumentou e então, há três meses atrás ele disse que me amava. E pela primeira vez eu consegui responder que o amava também.

Depois dessa noite, passamos oficialmente a namorar. Nossa rotina foi estabelecida: eu caçava enquanto ele trabalhava na padaria, ao fim do dia nos encontravamos e iamos para casa juntos. Qual casa não importava mais. Minhas coisas já estavam na dele e as dele na minha, e ambas eram identicas então era apenas uma questão de qual estava mais arrumada. Geralmente iamos para a casa de Peeta.

Nos dias em que Haymitch estava sóbrio, passavamos na casa dele e jantavamos todos juntos. Ou seja, quase nunca visitavamos ele. Haymitch estava cada vez pior. Acho que ele até se ressentia um pouco da minha felicidade com Peeta. Eu sei que ele quer o melhor para nós e está feliz por termos nos acertado, mas ás vezes eu sinto que ele tem inveja de nós. Eu acho que sei o porque, mas Haymitch nunca iria admitir isso.

Eu ouço o ruido baixo e até mesmo relaxante do trem conforme ele segue sua viagem para o Distrito 3 onde minha mãe está. Com a ajuda de Peeta, eu finalmente tive coragem para ligar para ela. Nossa conversa foi breve e dolorida, mas no fim ela me convenceu a visita-la. A presidente Paylor conseguiu uma exceção em minha punição e me deu permissão para passar uma semana fora do Distrito 12. Haymitch pegou carona e disse não querer ficar sozinho no 12, mas também não quis ir para o 3, preferindo a Capital. Preferindo Effie Trinket para falar a verdade. Não que Haymitch fosse admitir isso.

- Você é o melhor namorado que eu poderia querer sabia? - Eu finalmente consigo dizer.

- Sou? Por quê? - Ele me pergunta, sempre interessado na minha opinião, mesmo quando eu não tenho uma.

- Ah Peeta... Essas coisas que você fala, o carinho que você tem comigo, a forma como até dormindo eu me sinto mais segura ao seu lado... É tudo que eu poderia querer... - Eu praticamente consigo sentir o sorriso que rasga o rosto dele ao meio de orelha a orelha.

- Que bom que voce pensa assim, porque eu tenho planos de ser o seu namorado por um longo tempo. E já que sou o melhor eu não tenho competição. - Ele responde, brincalhão e convencido.

- Tudo bem - Eu respondo com uma risada - Só não começa a se achar demais e mudar seu jeito de ser, se não eu posso pensar em procurar outro.

- Ah é? Eu não posso permitir uma coisa dessas senhorita Everdeen. - Ele responde com uma voz sedutora e suave como veludo, sussurada em meu ouvido. O efeito é imediato, sinto todos os pelos do meu corpo se eriçando. Ele se move lentamente, traçando um caminho de beijos em minhas costas, subindo até meu ombro e seguindo para minha nuca. E eu já estou ardendo de desejo.

Jogos Vorazes - CicatrizesOnde histórias criam vida. Descubra agora