EU VOU LUTAR POR VOCÊ

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A consciência de amar e ser amado traz um conforto e riqueza à vida que nada mais consegue trazer.

Edward p.v.o

Foram quinze dias. Os quinze dias mais torturantes até agora da minha existência. Quinze dias sem o que eu mais precisava: Bella.
No início eu simplesmente corri sem saber pra onde. Parei no Canadá com a esperança de que a neve talvez por algum milagre me congelasse. Eu tinha idéias suicidas, muitas delas, mas eu sempre lembrava de Bella e dos momentos em que ela demonstrou que não seria feliz sem mim.
Então eu passei a pensar realmente sobre isso. Será que simplesmente ela não seguiria em frente? Ela tinha que seguir, continuar vivendo, ser feliz. Era inconcebível que ela simplesmente se fechasse em si mesma só porque eu decidira que o melhor pra nós, pra ela, era ficarmos separados.
Mas era isso que eu estava fazendo. Fugindo, me escondendo de mim mesmo e da verdade, eu não viveria sem ela, não sabia mais sequer viver sem ela. E além de tudo isso, eu tinha esperanças de que quando falássemos sobre o assunto, os sentimentos dela fossem tão intensos quanto os meus. Porque se fossem, nem um Jasper nos colocando contra nossa família faria diferença.
Alice obviamente não me obedeceu e me ligou depois das primeiras vinte e quatro horas que se passaram, gritando comigo que ela me mataria quando me visse por eu sequer pensar em idéias suicidas. Contou-me sobre Bella, que ela estava bem.
Isso foi só o que eu ouvi de Alice.
- Bella está bem, não se preocupe. Só volte pra nós quando estiver pronto.

E isso era o estranho. Ela não me relataram nada com detalhes sobre Bella ter ido ao hospital ou ainda ter que ter feito alguma transfusão sanguínea, ela não me contara nada mais além de dizer que Bella estava bem.

Mas eu ainda precisava ficar um pouco comigo mesmo e então corri por vários outros lugares. E cacei, mais do que jamais cacei antes, cheguei a ficar com a sensação de estar empanzinado. Mas todo o cuidado era pouco para estar com Bella novamente, pelo menos pra que conversássemos e colocássemos os pingos nos is.

Quando decidi voltar pra casa, perto do Natal, Alice me ligou, dizendo que o pessoal tinha decidido passar o Natal na ilha de Esme. Era verão no Brasil e o principal argumento para passarmos a data lá, era que Bella precisava de sol, de ar puro.

Foi aí que eu comecei a entrar em colapso, porque se ela estivesse precisando de algo, então ela não estava bem.

E realmente não estava. Eu só não gritei com Alice quando todos chegaram à ilha porque eles também não estavam lá essas maravilhas, via-se isso só pelos olhos, todos tinham tonalidades escuras e olheiras enormes. Bella vinha sendo carregada por Emmett, meio dormindo, meio acordada, mas acordou quando me viu e simplesmente veio correndo até mim.

Eu só vi que a tinha suspendido do chão, nos abraçando forte, quando ela sussurrou:

- Senti sua falta. - sua voz estava chorosa e fraca.

- Eu sei. Também senti.

Mas no momento eu estava apavorado com a situação. Ela estava pálida, também tinha olheiras e os olhos não tinham o mesmo brilho de sempre, pelo contrário, estavam opacos e quase sem vida. Bella era quase um zumbi, se for pra comparar.

- O que aconteceu com você Bella?

- Nada, está tudo bem. - ao responder, ela me abraçou mais forte, enterrando o rosto em meu pescoço.

Nossa família assistia a cena de certa forma até aliviados. E foi aí que eu exigi uma explicação, que Alice apressou-se em dar, antes que eu enlouquecesse.
Eu vi. Todas as situações desagradáveis que Bella passara nesses

quinze dias.

A forma mecânica que ela agiu na escola, seu jeito apático, sem vontade. Seus pesadelos onde na maioria das vezes ela acordava gritando o meu nome, pedindo pra que eu não fosse embora, sua alimentação precária, onde tudo que ela comia era quase enfiado garganta a baixo. O soro, no qual ela esteve conectada quase todos esses dias pra que simplesmente não ficasse pior do que já estava.

Razões para viver #WATTPAD 2016Onde histórias criam vida. Descubra agora