A floresta perdida de Black Wood

Capítulo 14

Dia 2 parte I

Acordei novamente, ao pegar meu celular vi que agora já eram nove horas da manhã, Max e eu ainda estávamos abraçados, me toquei para saber se estava com roupa ou sem. Só a calcinha ... Eu a teria colocado ontem a noite? Talvez sim, mas nem me lembrava. Eu não queria acordar Max, então levantei em muito silêncio e o cobri com mais um edredom pois estava frio e pelo que vi pela janela o tempo estava para chover.
Vesti minha calça jeans e umas pantufas do Perna Longa que a Anne me emprestou e uma camiseta cinza de mangas compridas. Fechei a porta e desci as escadas, ouvi uma voz cantarolar uma música de ninar.
Era Vera, ela estava arrumando a mesa do café.
A casa ainda estava uma bagunça pela mudança e então me ofereci para ajudar a limpar e organizar tudo.

__ Ana, estou tão feliz que você tenha encontrado seu poder, a manipulação do ar é muito preciosa. Com o tempo você vai saber e aprender para que serve. Vera estava conversando comigo enquanto limpavam a casa
Apenas concordei sorrindo

__ Vera, onde coloco esse retrato? Pergunto ao ver um retrato de Vera, Anne e um homem muito bonito que deduzi ser o pai de Anne. Estavam os três abraçados e sorrindo na frente de um café
Vera olhou o retrato e vi sua expressão entristecer em segundos.

__ Coloque acima da lareira por favor. Vera disse
Esse era George, pai de Anne.
Ana você não sabe quanta falta eu sinto dele. Ele era um homem bom, trabalhador, um marido muito amoroso e um pai atencioso. Ele morreu a uns dois anos atrás, ele era seu tio também. Verá falou sentada no sofá com as mãos juntas, me sentei ao lado dela e encostei minha cabeça no seu ombro.
Ela me abraçou e disse que sentiram muita falta minha.

Ao terminamos de ajeitar tudo e limpar a casa os outros já estavam começando a acordar.
Lyra e Anne chegaram e se juntaram a nós na mesa, logo em seguida veio o Max vestindo uma calça de abrigo e um moletom fino. Sentou-se a meu lado e me beijou. Por último chegou o Stev e a Raquel rindo de alguma coisa deles. Eu tinha que confessar, eles eram um casal bonito.

E aí? Como foi noite pombinhos? Perguntou Lyra para mim e para o Max. Senti minhas bochechas cobrarem em instantes e o Max apenas fez uma cara feia para Lyra como se dissesse " Nem mais um Pio senhorita" e então ela riu baixinho e continuou comendo seu pedaço de bolo.
Max me abraçou e beijou o topo da minha cabeça tentando me confortar.
Vera apenas nos olhou e deu uma piscadela e um largo sorriso.

__ Vai treinar hoje Ana? Perguntou Stev

__ Não sei Stev, quem sabe mais tarde. Disse sorrindo

__ Oque querem almoçar hoje? pergunta Vera levantando da mesa e levando nossos pratos e xícaras pra cozinha

__ Nossa Dona Vera, mal tomou café da manhã e já está pensando no almoço? Pergunta Lyra séria
__ Desse jeito vai engordar

Todos caíram na gargalhada, até mesmo Vera veio da cozinha segurando a barriga de rir.
Lyra tinha um jeito único de animar as coisas quando elas estavam pesadas

Lyra, você um pouco ousada né garota. Diz Raquel ainda entre risos

__ Qual o problema? Foi só uma observação. Falou Lyra levantando-se da mesa
__ Vou nadar um pouco, vem comigo Raquel? Pergunta Lyra para a irmã.
__ Vou sim, me espera aí
E então as duas saem deixando o Stev boquiaberto.

__ Waaw, ninguém me convidou.
Valeu. Stev falou na brincadeira

__ Que tal vocês irem na cidade buscar alguma coisa pro almoço no mercadinho? Grita Vera da cozinha

__ Huum, gostei. Vai conhecer a cidade em fim Ana
Diz Stev.

__ Quer ir Ana? Se não quiser esta tudo bem você fica aqui com Vera. Max acaricia meus cabelos

__ Tudo bem, eu quero conhecer.
Digo sorrindo pro Max. E então ele me envolve em seus braços e nos beijamos, um beijo doce e puro. Sinto a ventania lá fora e escuto o Stev falar.
__ Ok gente, é melhor você controlar seu poder Ana ou a cada beijo seu e do Max uma casa vai ser levada pelos ares.

__ Ela terá bastante tempo para treinar. Diz o Max
Ainda temos 5 dias. E isso significa que Ana não será mais... bom. Max tenta achar a resposta certa

__ Morta. Digo então
E então pegamos a listinha de compras com Vera, eu coloco um coturno bordô de Anne e saímos em direção a tal cidade.

***

A caminhada não foi muito longa, em poucos minutos já se avistavam casas e o vilarejo ficava cada vez mais perto.
Max havia me explicado que a floresta era imensa e que tinham várias cidades e até reinos.
Onde estávamos era um reino, o reino de Ride.
Governado a anos atrás pelo pai de Morgana. Seu nome era Ryder e ele foi um dos piores reis que aquele reino já teve, ele matava sem pena, suas riquezas só o beneficiavam e quando ele morreu deixou tudo para sua única filha. Morgana havia governado o reino como as pessoas queriam, sempre trazendo coisas novas para todos. Mas quando os humanos entravam por curiosidade ou para fazer mal a alguma criatura ela é seus solados os matavam.
Max também me falou que os humanos eram tão cruéis que matavam os Gnomos e as Fadinhas e os deixavam pendurados nós galhos das árvores. Morgana partir desse momento jurou para nosso povo que qualquer humano que entrasse na floresta seria banido. E se maltratassem qualquer um do reino ela mesma o mataria.