Do início

22 0 0
                                    

Estávamos nas vésperas do meu aniversário de 17 anos, eu e meus três amigos Raquel, Max e Stev decidimos passar o fim de semana na antiga casa da minha vó. Eram duas horas de carro, e confesso que não estava muito afim de ir. Mas o Max insistiu tanto nisso que acabamos indo. A viajem estava sendo bem chata e cansativa, a Raquel e o Stev se pegando no banco de trás da Freemond do Max, que por sinal só me falava como a camioneta era grande e bonita.

__ Enfim chegamos! Grita o Max levantando a mão pro céu como em agradecimento

Realmente não me lembrava da casa ser tão grande assim, ela tem dois andares mas é tão grande que ocupa metade da área, dando espaço apenas para um pequeno jardim que me lembro de vovó cuidar sempre com tanto amor e carinho, e que agora está com uma aparência tão vazia que parece que as flores sentem falta dela.

__ Quando vovó morreu ninguém quis ficar com a casa, provavelmente por ser tão distante de tudo! Digo.

Tiramos as mochilas do carro e entramos, os móveis estavam tapados com lençóis empoeirados e manchados com uma coloração amarelada .
Um cheiro de mofo toma conta da sala quando Stev tira os lençóis.

__ Credo! Grita a Raquel
__ Isso Ta com cheiro de xixi.
(Ela faz uma cena como se fosse vomitar e balança os braços em cima da cabeça, logo sai correndo procurar um banheiro).

Vovó tinha morrido a mais ou menos 2 meses, e não me surpreendi de ainda haver água e luz na casa, pois toda semana iam algumas pessoas cuidar do jardim...E parece que nada adiantava pois ele continuava triste.

Concordamos em dormir todos em um quarto, pelo menos só aquela noite. Stev e Raquel dormiram na cama da vovó, eu e Max concordamos em dormir juntos em um colchão no chão.
Já estava na hora de eu deixar de lado minha vergonha e assumir pra mim mesma que estávamos sentindo algo maior que amizade. Então Max deitou ao meu lado e ficamos conversando por um bom tempo, eu estava tão perto do Max que podia sentir sua respiração. Ele acariciava minhas costas com uma das mãos e com a outra entrelaçamos nossos dedos, eu o amava e não era nenhuma novidade. E então eu o surpreendi prendendo minha mão em seus cabelos e colando nossos lábios, eu o queria mais que tudo. Ele me correspondeu me puxando para mais perto ainda e com um beijo nada doce e sim com fervor.
Nossas línguas faziam uma dança juntas, as mãos dele desciam cada vez mais. Eu as sentia por todo o meu corpo, e eu não me importava nem um pouco, eu o queria pra mim ali naquele exato momento.

__ Ana... Eu te amo! Max me disse separando nossos lábios rapidamente apenas para me olhar nos olhos.
Só tínhamos a luz da Lua no quarto e sua pele estava tão pálida, seus cabelos tão negros, seus lábios tão vermelhos e aqueles olhos...Aquele verde que me fazia querer mais
Eu apenas sorri pra ele, sorri porque o amava também e não o queria deixar de amar.
E ficamos ali, aquela noite eu tive ainda mais certeza que eu o queria todos os dias da minha vida.

Acordei de madrugada, Max estava dormindo, fui no banheiro e olhei aquela garota que estava no espelho.
Cabelos cacheados, pele morena clara, olhos azuis. A vida daquela garota estava bagunçada, mas aquele garoto que estava dormindo em um colchão no chão a fazia se encaixar. Se encaixar naquele mundo no qual ela não se identificava. Ela só queria fazer sua faculdade e ter uma vida normal.

Joguei água no rosto, apaguei a luz e fui em direção aos braços daquele garoto. Me aninhei em seu peito, senti seus braços me envolverem e me deixarem confortável, fechei meus olhos e deixei o sono me levar para algum lugar em meus sonhos

A floresta perdida de Black WoodOnde histórias criam vida. Descubra agora