>> Capítulo 6 - Competição <<

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Uma bela moça caminhou até o tratador de cavalos. Ela vestia um vestido azul, possuía um cabelo era ruivo e estava preso com um coque frouxo. Seus olhos azuis e o formato de seu rosto eram delicados e se encaixavam perfeitamente com seu corpo magro. 

O homem de olhos cor de mel segurou em sua mão e a guiou para dentro do carrinho, piscou para moça e voltou à sua posição. 

- Segure firme, princesa Jade. - Henrique deu uma piscadela - Vamos ganhar essa prova!

Ao longe um jovem atravessou a arena com um bastão em mãos, ao chegar perto de uma placa de metal do outro lado mostrou três dedos com a mão, em seguida mostrou dois e depois um. Então uma jovem balançou uma bandeira vermelha a nossa direita dando início a corrida ao mesmo tempo que o rapaz provocou um barulho na placa de metal, do outro lado.

Henrique começou a correr, puxando a pequena carruagem com as mãos. Um casal a alguns metros de distancia ganhou vantagem sobre os outros. O príncipe e eu estávamos em terceiro lugar pelo que pude ver, o moreno vinha logo atrás, em quarto lugar.

Olhei para o alto, mais precisamente para arquibancada real, e pude ver o exato momento que meus pais me reconheceram. O rei Julian levantou-se da cadeira assustado e caminhou até a borda da arquibancada, a rainha Elena veio logo em seguida. Meu pai balbuciou algo e se sentou novamente.

Estou com problemas...

Com minha atenção novamente para na corrida, pude perceber que a situação estava totalmente diferente. Agora estávamos em segundo lugar, logo atrás  o tratador de cavalo, em terceiro lugar.

O tratador de cavalos desviou seu caminho e se pôs a frente de Henrique, impedindo que o príncipe passasse. A mulher ruiva que estava acomodada no carinho virou-se e sorriu para mim, acenando com uma das mãos. Fervi por dentro.

Mais alguns metros e já estávamos no final da primeira etapa e prova. Henrique me encarou e eu assenti. Agora não dependia somente dele.

Desci do carinho e iniciei uma corrida por uma grande caixa de areia. Estava em quinto lugar, e meu vestido não estava ajudando. O tecido prendia minhas pernas e me impedia de correr mais rápido.

A ruiva estava em primeiro lugar. Diante disto tomei a decisão de parar. Que Thomas me perdoe, mas eu vou me livrar desse tecido. Segurei no fino tecido de meu vestido e o rasguei, deixando parte das minhas pernas amostra. Voltei a corrida com mais mobilidade, agora nem mesmo a areia me impedia de correr cada vez mais rápido.

Logo já estava em terceiro lugar. A moça de pele morena a minha direita pareceu se incomodar com algo que estava acontecendo do outro lado da arena, onde os meninos corriam em meio a obstáculos. Olhei para o local vi o motivo de seu desvio de atenção. Dois homens dividiam a liderança passando por uma cerca de arames. Henrique e o tratador de cavalos lutavam entre si pelo primeiro lugar.

Senti uma pancada em meu corpo, me empurrando para fora de meu espaço de corrida. A mulher ruiva me encarou e piscou o olho, ela conseguiu me tirar de sua cola e manter uma distância a minha frente.

Balancei a cabeça negativamente reprovando sua atitude. Isso não ficaria assim, não mesmo. Usei toda a energia que me restava para ficar a seu lado novamente, ela voltou a me encarar e preparar o próximo bote. Naja!

Antes que ela conseguisse me atingir novamente, joguei meu corpo contra o dela com força. Nós duas caímos na areia, a ruiva um pouco mais distante, o que me deu uma certa vantagem para me levantar e voltar a correr.

Cheguei ao final do percurso em primeiro lugar. Olhei pista dos homens e assisti Henrique e o moreno se empurrando em meio a descida de uma rede de cordas. Os olhos do tratador de cavalos encontraram os meus, e tive a certeza ver ali faíscas de fúria. Foi quando Henrique tomou sua frente e seguiu para o último obstáculo, que consistia em pular alguns pedaços e madeira colocados em diferentes alturas.

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