>> Capítulo 13 - Kara <<

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Acordei pela manhã com o sol batendo em meu corpo. A janela do quarto estava aberta, e sentado em uma cadeira próximo a ela, Thomas rabiscava algumas folhas de papel. Já havia se passado dias desde o início de minha punição. Agora a porta encontrava-se aberta, deixando claro que minha prisão realmente tinha chegado ao fim na madrugada.

- Thom? - o chamei - O que faz aqui? - perguntei ao me sentar na cama

- Bom dia, princesa. - disse ao me olhar, deixando em cima da mesa as folhas que antes rabiscava - O rei pediu para lhe avisar que a espera no jardim, para o café da manhã.

- Meu pai espera que tudo volte ao normal depois de me manter presa por dias? - perguntei, incrédula - Não irei encontrá-lo! - disse por fim

- Princesa... - Thom se aproximou - São ordens! Não dê motivos para ficar aqui por mais tempo. Só as fadas sabem o quanto senti sua falta.

- Somente um café. - conclui

Meu amigo assentiu com um sorriso no rosto. Peguei a carta de Henrique em baixo de meu travesseiro e a guardei em uma gaveta, junto com seu primeiro bilhete. Suas palavras que me permitiram ter uma boa noite de sono depois do ocorrido na madrugada.

Não demorei arrumar, hoje não é uma data especial, logo um simples traje diurno era o suficiente. Optei por um simples vestido de cor verde, enfeitado com alguns detalhes em branco. Escovei meu cabelo e o prendi em um coque frouxo. Estava pronta para meu primeiro dia livre do cativeiro no qual permaneci incontáveis dias. Com a companhia de Thomas, atravessei o castelo e segui até o jardim real. Meu pai me aguardava diante uma mesa farta, com diferentes frutas e sucos. O rei Julian sorriu ao me avistar, mas o ato não foi recíproco. Estava confusa, magoada e com raiva... Muita raiva!

Sentei-me a sua frente e o encarei, esperando que uma excelente explicação saísse de sua boca.

- Como está? - perguntou, naturalmente

- Péssima. - respondi friamente

- Teve tudo do bom e do melhor em seus aposentos. Não aceito reclamações. - disse em meio a garfadas em pedaços de mamão - Tentaremos mais uma vez... Como está?

- Horrível. - sorri, debochando

- Suas palavras de ingratidão são tão injustas... - falou ao me encarar

- Espera que eu te agradeça? - ele apertou os olhos, me desafiando - Obrigada por me manter presa por dez dias. Faça bom proveito de seu café da manhã. - concluí, ao me levantar

O rei Julian não protestou, apenas me acompanhou com os olhos quando me distanciei da mesa e segui caminhando pelo gramado do jardim. Era revoltante não ter ao menos uma explicação sobre o ocorrido. Caminhei sozinha pelos arredores do castelo, sem destino, perdida em meus pensamentos. Parei em frente ao estábulo, onde ficavam os cavalos, e resolvi entrar. Talvez cavalgar me traga algo de bom, afinal, os animais são ótimos ouvintes.

Ao entrar na construção, avistei uma égua de cor branca. O belo animal chamou minha atenção por possuir belas crinas e pelagem brilhante. Me aproximei, encantada por sua beleza.

- Então a princesa finalmente foi solta?! - exclamou uma voz masculina

Surpresa com a presença de alguém, virei e me deparei com Derek. O moreno vestia roupas simples, apenas uma bota de cor marrom, camiseta e calça. Seus cabelos, agora molhados, caíam sobre seu ombro fazendo um contorno harmônico em seu rosto. Em seus braços evidenciavam-se veias, resultante da força que o mesmo fazia ao segurar dois sacos de alimento.

- A que devo sua visita? - perguntou ao colocar o peso perto de uma das cabines do estábulo

- Como soube? - me aproximei - Digo, quem espalhou esse boato?

Entre ReinosOnde histórias criam vida. Descubra agora