Next door

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Décimo quinto, décimo sexto, décimo sétimo, décimo oitavo, décimo nono, vigésimo andar.

Emily saiu do elevador ainda com pose de vencedora, tendo em mãos a última edição da The Vogue. Pronta para entrar em casa, sua mão foi em direção a maçaneta e sua tentativa se provou falha ao constatar que sua amiga, como sempre medrosa, havia trancado a porta. Ela não queria acordar os vizinhos, mas se lembrou brevemente que não tinha vizinhos... Bem, na verdade, ela tinha acabado de ganhar uma, que provavelmente estava mais que acordada.

- Han! - Gritou sem medo enquanto batia à porta.

- Calma, merda! - A voz vinda de dentro do apartamento ecoou até o corredor. A morena bufou de irritação, coisas do tipo eram constantes.

Em poucos segundos a porta do apartamento foi aberta e, para lamentação dela, o mesmo barulho de tranca veio do apartamento 20A. A porta abriu-se revelando uma "DiLaurentis" menos arrumada; sem saltos, sem maqui-agem e... De óculos?! O olhar de Hanna caiu sobre a nova vizinha e o desta pousou sobre Emily, que, por sua vez, encarava a loira natural e estranhamente mais atraente.

"Então ela é minha vizinha?" foi a única coisa que passou pela cabeça da loira. Afinal, Emily fora a primeira moradora do prédio que conhecera, mesmo que apenas por olhar. Alison nem mesmo sabia o nome da mulher que estava de olho na revista de 100 dólares que ela havia perdido propositalmente.

O momento de reflexão das três durou muito pouco pra ser tão amplo, e logo foi quebrado pela morena, que entrara no apartamento com a revista escondida entre seus braços.

- Temos uma vizinha? - A loira perguntou assim que a desconhecida entrou em seu apartamento, permi-tindo-lhes fechar a porta sem que parecessem mal-educadas.

-Sim... Ela comprou a última revista da The Vogue do Steve por cem dólares! Encontrei ela e essa precio-sidade no lobby. - Apontou para a revista.

- O que? - Riu abertamente. - Você roubou a revista da nossa vizinha? Me fala que não...

-Bem... Tecnicamente, ela comprou a revista que estava reservada pra mim. - Disse simplesmente. Assim que se jogou no sofá viu a expressão de Marin mudar perante sua confissão.

- Emily!

- Quê?! Ela esqueceu! Não é minha culpa.

- Foi o argumento da "Menina Que Roubava Livros" ou você tirou isso da sua cabeça? - Deu uma pausa para pensar. - Vamos devolver!

Em um ato rápido Hanna tentou tirar a revista das mãos de Emily. Ela, desesperada por ter seus dedos em volta das páginas, retirou-a rudemente de seu alcance quase provocando a si mesma uma queda do sofá.

- Me deixe lê-la primeiro! - Suas mãos ainda seguravam o material, mas nada a impediu de fechá-las em pedido, praticamente ajoelhando-se aos pés da jornalista.

- Tá! Você tem um dia. Se não entregá-la a ela, eu mesma entregarei amanhã à noite. Feito?

- Feito. Mamãe... - Resmungou enquanto revirava os olhos.

Hanna sempre se irritava quando Emily a chamava assim. Certa vez, ela chegou a derrubar a morena de sua própria cama, a fazendo cair de cara no chão.

- Emily. Fields. - Disse pausadamente.

A morena soube então que precisava correr - muito - e logo tratou de o fazer. Mas não se limitou apenas ao apartamento. Bateu a porta de casa, dessa vez levando consigo as chaves, antes que Hanna resolvesse trancar-se mais uma vez, e ficou cerca de quinze minutos correndo pelo corredor que separava o 20A do 20B.

O barulho não foi problema para a vizinha, ela não dormiria àquela hora, mesmo estando cansada da viagem. Enquanto arrumava tudo do seu agrado ela dava uma olhava em volta. Poderia se acostumar com a vida de solidão em Nova York. Não seria muito diferente de Rosewood, onde vivia sozinha dentro de sua própria casa. Alison sempre teve o amor de seus pais e de seu irmão mais velho, Jason, mas, ainda assim, era difícil olhar-se no espelho e relembrar do que ela nem ao menos se lembrava... Sim, sempre foi bem confuso para a garota, agora mulher, viver sem sua camada de proteção contra todos.

Ir para NY tinha sido ideia de sua mãe há uns anos. Ela sempre soube que sua "princesinha" - como ela mesma dizia - se martirizava dia e noite, todos os dias de sua vida. Os problemas de Alison acabaram por despertar nela o desejo de se dedicar à psicologia, o que primeiramente soou sarcástico em sua cabeça. Passou em primeiro lugar na prova para UC há alguns meses e, em mais alguns, pisara no solo da tão sonhada universidade de Columbia. Rumo a uma nova vida.

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n/a:
Muito obrigada pelos votos. É bom poder entrar na conta e ver isso. :3 Espero que tenham gostado. Tenho 20 capítulos dessa história prontos e só espero o feedback pra postar. Ah,e posso garantir que nenhum deles vai jogar vocês pra baixo, cada um tem algo especial.
Kisses kisses.-Mar

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