A Garota Perfeita

The Derek Day

-Pedro, abre a porta! - eu gritava.

Ele apareceu como um zumbi e abriu a porta com o rosto vermelho de tanto chorar. (Sim, ele chora, só nesse dia mas chora)

-Eu não queria que esse dia chegasse. - ele disse olhando pro chão.

-Eu também não.

-Você não se lembra dele como eu! - ele gritou.

-Eu sei que não Pedro, mas ele era importante para mim também. - eu disse tentando manter a calma, tive que aprender isso através dos anos.

Ele então me abraçou e começou a chorar no meu ombro.

-Obrigada. - ele disse e continuou a chorar.

-Que tal você tomar um banho pra acalmar? Eu vou abrir um pouco sua janela e a gente conversa direito hein!? - eu disse e ele se soltou de mim.

-Pode ser.

- Então vai lá.

Ele pegou uma roupa e foi oro banheiro, enquanto isso, eu abri a janela dele e arrumei a cama. Depois disso, eu fiz um suco e coloquei em uma bandeja ao lado de um pão e um calmante e coloquei tudo em cima da cama dele. Então me sentei e esperei ele que logo saiu e se sentou do meu lado.

-Eu não quero comer - ele disse.

- Mas você vai. Você sabe o que vai acontecer se nao comer Pedro, você não fica bem quando faz isso e eu não sei dirigir pra te levar no hospital.

Então ele comeu, mas me encarou quando viu o remédio

-Eu poderia colocar no suco igual você sabe que a mamãe faz e você sabe que precisa tomar quando está aqui pra não ter um ataque de pânico, então toma por favor. - eu disse e ele tomou deitando em um travesseiro que estava no meu colo.

-Ele teria orgulho de quem você se tornou.

-Você não tem a esperança de que ele ainda esteja vivo? - eu perguntei.

-Já pensei muito nisso, mas parei de acreditar. Se estivesse vivo já teria voltado.

-Eu acho que ele ainda está vivo, só não encontrou o caminho de volta ainda.

-Ele conhecia essa cidade com a palma da mão.

-Não perca as esperanças Pêu.

-Já é tarde demais. Agora o que podemos fazer é por flores num túmulo vazio.

-Melhor você dormir.

-Vou tentar.

-Você consegue!