Capítulo 13

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Senti o sol queimar meu rosto, eu suava. Era domingo e já se passava do 12hrs. Levantei-me devagar, meu corpo doía um pouco por causa do treino com Emma na noite anterior, ficamos exaustas.
Segui para o banheiro, fiz minha higiene matinal e troquei meu pijama. Quando sai do banheiro ouvi um murmúrio de vozes na sala, passando pelo corredor. Caminhei devagar até lá, sem ficar no campo de visão das pessoas ali. Eram meus pais, Kush e Francis.
     — Ela não sabia o que estava fazendo, ainda é nova. — Dizia meu pai para o homem de cabelos grisalhos.
     — Ela deveria ter um pouco mais de respeito! — Gritou Francis para Jeff.
     — Ela não se lembra de você Francis, deve ter te confundido. — Disse minha mãe em um tom gentil. Sua voz suave sempre fazia meu pai relaxar. Eu me perguntava se ela sabia de toda essa história sobre Nefilins e guerra.
     — Eu posso conversar com ela. — Disse Kush. Meu pai concordou com a cabeça, Kush era assim tão importante a ponto de converter meu pai e Francis a me convencer? Fui até eles, mamãe foi a primeira quem notou a minha presença.
     — Ah, Mandy, bom dia. Você parece bem menos cansada, dormiu bem? — Ela me abraçou e me levou para mais perto dos homens ali.
     — Sim mãe, obrigada. — Respondi — Mas que reunião é esta?
     — Não é reunião, só estamos discutindo o quanto você foi mal criada com seu avô ontem. — Respondeu Francis. Meu avô?? Francis? Não, está errado.
     — Meu avô o que? — Perguntei boquiaberta.
     — Francis, seu avô. — Respondeu mamãe — Eu disse que ela não se lembrava, já faz tanto tempo... — Meus ouvidos zuniam, não consegui terminar de ouvir o que minha mãe dizia. Francis me olhou por cima dos ombros com um sorriso maligno desenhado nos lábios, aquele mesmo sorriso em que ele lançou para Emma no almoço de aniversário dela.

     Tentei imaginar as atrocidades que ele já havia feito à ela para que minha amiga fosse tão traumatizada com apenas aquele nome. Eu conseguia imaginar a cara dela quando eu a contasse que meu avô era o seu pior inimigo. Eu quis chorar, meus olhos estavam marejados.
     — Eu preciso sair um pouco, volto mais tarde. — Consegui dizer. Minha mãe pareceu preocupada e Kush se levantou num sobressalto para me acompanhar — Prefiro ir sozinha.
     — Você não vai até pedir desculpas para seu avô! — Mandou Jeff, felizmente já não o considerava mais como meu pai.
     — Isso nunca vai acontecer! — Respondi decidida. Lancei um olhar furioso para Francis e ele me olhou da mesma maneira, gostei do que vi. Virei as costas e fui para fora, mesmo ouvindo Jeff gritando meu nome várias vezes, extremamente furioso. Montei na minha moto e saí rapidamente, zanzando pelas ruas.

     Decidi ir para o apartamento onde Pether estava. Estacionei a moto em frente ao prédio e subi. Parei em frente à porta do apartamento, meu dedo parou a centímetros de bater na porta. O que eu diria quando ele perguntasse? Senti uma dor no peito, forte demais. Levei a mão ao rosto, as lágrimas desciam junto à soluços. Eu só trouxe dor para Pether desde o dia em que ele me conheceu, só preocupação que não valeram a pena. Dou alguns passos para trás até bater na parede. Ouço uma porta se abrir mas não dei atenção, neste momento eu só queria chorar, só queria me arrepender do pai que um dia amei, do avô que um dia senti saudade.
     — Mandy? — Ouço a voz de Mark à minha frente. Poderia ser qualquer um, mas o Mark? Praguejei em pensamentos. Sequei as lágrimas, o encarei e sorri.
      — Oi Mark, o Pheter está? — Minha voz saiu meio trêmula. Ele fez que sim com a cabeça e chamou o primo sem deixar de me encarar. Pether apareceu na porta secando os cabelos com uma toalha, estava sem camisa. Sorri, mas a sombra do sorriso só durou alguns segundos.
     — Mandy, porque está com os olhos vermelhos? Ele te fez alg...
     — Ei! Eu não fiz nada, ela quem estava chorando aí. — Respondeu Mark bufando, ele saiu assoviando na direção dos elevadores. Revirei os olhos. Obrigada mesmo.
     — Chorando? Vem aqui. — Pether segurou minha mão e me levou para dentro, pelo visto só estávamos eu e ele na casa. Ele me abraçou e eu não consegui segurar, o choro escapou raivoso do meu alto controle. Ele não me perguntou o que estava acontecendo, apenas continuava me abraçando e beijando o alto da minha cabeça, o que achei ótimo. Eu não iria contá-lo que o líder dos Nefilins era meu avô e que eu tinha ido à uma "reunião" dos da minha espécie, para a própria segurança dele e da família dele.

     Depois que eu já tinha chorado tudo que eu conseguia, ele me fez uma xícara de chá de camomila, se sentou ao meu lado no sofá e aninhou seu corpo no meu.
     — Vai me dizer agora o porque estava chorando? — Perguntou. Congelei, o que eu diria? Precisava arrumar uma desculpa. Enquanto isso eu continuava bebendo meu chá. Ele repetiu a pergunta, agora mais baixo e no meu ouvido, fazendo borboletas dançarem no meu estômago.
     — Uma crise, no mínimo TPM. — Consegui arrumar uma desculpa. Ele não se convenceu, me olhava com os olhos apertados. Mas mesmo assim me abraçou mais forte, transmitindo segurança e equilíbrio para o meu ser. Ele sabia compreender e era esse um dos motivos que me fazia amá-lo.
     — Não quero ir para a casa hoje. — Eu disse, após alguns minutos de conversa fiada.
     — Pode ficar aqui se quiser, eu tenho uma cama grande demais. Falta você nela. — Sorri e ele também sorriu, aquele sorriso de lado e lindo que me fazia derreter e então me beijou delicadamente. Ele parecia estar cuidando de uma porcelana enquanto me tocava, tão suave e tão envolvente que só percebi que já estava em sua cama quando o beijo começou a ficar mais intenso.

     Ele me tocava com um desejo absurdamente grande e eu tinha o mesmo sentimento. Enquanto ele me beijava intensamente eu retirava sua camiseta com certa urgência, jogando-a em algum lugar no quarto. Ele fez o mesmo com a minha blusa e com meu sutiã. Suas mãos grandes tocavam meus seios nus enquanto minhas mãos puxavam seus cabelos. Seu toque suave mas marcante fazia meus pensamentos se perderem no fundo da minha mente. Enquanto ele beijava minha barriga eu nem lembrava mais o motivo pelo qual eu estava chorando mais cedo.

     Não me concentrava mais nele, só conseguia me focar no prazer que subia por todo meu corpo, pelo calor prazeroso que eu sentia enquanto suas mãos se entrelaçavam nos meus cabelos. Logo eramos um só, respirações irregulares nos ouvidos de cada um, movimentos rápidos e prazerosos. Este foi o melhor dia que já tive sozinha com Pether. E a cada toque, a cada beijo, a cada suspiro, eu sentia meu coração se encher ainda mais de amor e paixão por ele.

Toca do Lobo - Batalha entre Dois MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora