Capítulo 43

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Ele vinha, ela ia. Eram opostos que se esbarraram na estrada da vida, e sonharam, planejaram. Ela buscava sempre de forma fria ser realista, e ele lindamente sonhava. Eram bons um com o outro, e sabiam andar de mãos dadas, mesmo que os caminhos nem sempre fossem os mesmo. Ele calmaria, ela furacão. Louca, paciente. Ela era noite, ele dia. Eram sorrisos, noites sem fim, depois calmaria. Eram danças e deitar na grama, sorvete e azul do céu. Ela sempre amarga, ele mel. Ele beijo molhado ela abraço apertado, ela escandalosa ele calado. Eram amigos e confidente, mas nem sempre viviam contentes. Tinham problemas, mas quem não tem, até que num desses chega o desdém. Ela vinha, ele ia. Não mais juntos, porém mais unidos. Eram cúmplices e muito amigos. Existia amor, e devoção, e a inexperiência os deixava no chão. E assim seguiram, pelo caminho. Mas jamais soltaram as mãos.

Patricinha

Charlie Brown Jr.

Miguel

Um tempo? Ela quer um tempo? Sério isso? Ela faz a merda e agora ela vem com essa de um tempo? Pois pra mim não existe essa de um tempo, um tempo pra mim é estar terminando e droga .. Estamos terminando de novo! Meu Deus, onde o senhor estava com a cabeça quando foi me deixar amar por essa maluca meu pai? Ela é diferente de mais, é louca, estourada, grossa, amarga. Insensível até, desapegada, gosta das coisas do jeito dela, vive em um mundo aonde quem dita as regras é somente ela. Ela é linda, gostosa, cheirosa, é a menina que eu escolhi pra minha vida, é a menina que tira minha paz, meu sono, meu sossego, com ela tudo fica igual um furacão, sem ela tudo fica como o apocalipse .. Eu deveria ter dito não, deveria ter batido o pé e não aceitado essa droga de tempo .. Mas ao invés disso o que eu faço? Entro naquela porra de carro .. Ops, desculpem, é efeito Aurora. Voltando, entro no carro e vou embora como um covarde, deixando ela sozinha naquela estrada descalça, tarde da noite. Que droga de homem eu sou? Ela nunca mais vai me perdoar por isso, eu pisei feio na bola..

Droga, droga, droga .. Mil vezes droga!

Retirei a gravata e joguei na poltrona, tirei o blazer e me joguei na cama, passando o braço pelos olhos ..

Ouvi batidas na porta e suspirei, fiquei calado, talvez assim a pessoa iria ir embora .. A porta se abriu - claro que não iria - droga.

- Filho?

- Oi pai. - Me sentei. - Minha mãe está muito brava?

- Bastante. - Ele riu.- Mas não vim aqui falar da sua mãe.. Ele se aproximou e se sentou ao meu lado. - Eu vi como você saiu arrastando a Aurora da festa, esta tudo bem?

- Ela terminou comigo.

- E como você esta em relação a isso?

- Estou me sentindo um merda pai! Na hora eu estava com raiva e falei merda, chamei ela de selvagem e disse que ela precisava ser mantida em jaula e droga, o olhar dela me machucou mais do que qualquer palavra. A verdade é que eu não sei como agir com a Aurora, ela é tão ...

- Diferente de tudo que você esta acostumado.

- Isso. - Suspirei. - Eu não queria levar ela naquele coquetel por isso, porque eu a conheço. Mas depois que por causa desse coquetel ela ter me deixado, resolvi confiar e a levar e olha só no que deu.

- Talvez ela teve os motivos dela meu filho. Você sabe que eu amo sua mãe, mas ela é difícil de mais.

- Eu sei pai, mas ela e minha mãe droga, e a Aurora tem que respeitar isso.

AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora