PORRA! As férias de julho não chegam e, só de pensar que ainda tem metade do ano para estudar me da até um desanimo. Por outro lado, estou, finalmente, no 3º colegial. Bem.. começando. Tenho os mesmo 3 melhores amigos desde sempre. O Vine e o Rafa estudam comigo desde o maternal e não nos desgrudamos até hoje. Também tem o Lucas, conheci ele na 8ª série, quando impedi uns malucos de baterem nele. Foi uma das coisas mais corajosas que fiz por outra pessoa na vida, não costumo me meter no que não é da minha conta. Principalmente se eu corro o risco de apanhar.
Professora: Todos façam o exercício 14.
Ta, ta, eu nunca faço exercício em sala, nem serve pra nada, ainda mais na última aula. Vou é ficar de bobeira esperando o tempo passar, mexendo no celular.
Professora: Emanuel, fazendo!
Ah professora, não fode. Fiquei desenhando qualquer coisa no caderno pra ela pensar que eu estava fazendo e parar de me encher o saco. Eu desenho consideravelmente mal, não tem nada que eu seja bom de verdade.
O sinal tocou, o Lucas ficou tirando dúvidas com a professora, o Rafa foi jogar seu charme em cima de primeira que passou e o Vine veio comigo para esperar a Marina e a Carol na porta do 1º ano. Reparei que um mlk ficou secando desesperadamente as meninas enquanto elas vinham em nossa direção.. Quando elas chegaram, cumprimentei possessivamente só de sacanagem, mesmo que a Marina seja minha irmã.
Marina: Oi Mano, oi Vine. - Acho que ele nem ouviu, tava pouco se fudendo, olhando pro nada.
Subimos para os nossos quartos para largar os materiais e ir almoçar.
Pois é, estudávamos em um colégio interno chamado Colégio Dom Cabral, o nome vinha da família Cabral que fundou a escola e a administrava até hoje. Passávamos a semana aqui estudando e no fins de semana e feriados estávamos liberados para ir pra casa. Não era tão ruim nem tão bom quanto parece. A escola era formada de 3 blocos ligados: Os dormitórios, o de estudos e o de lazer. Os dormitórios eram divididos em masculino e feminino e tinha regras bem rígidas pra manter a gente separado, mas a vigilância nem era tão severa assim. Todo o lugar era rodeado de jardins bonitos e bem cuidados, com bancos, parecendo um grande parque.
O bloco de estudos era o bloco principal, o do meio e também era onde ficavam as salas, bibliotecas e tudo relacionado a estudos, obviamente. Era o mais movimentado porque tínhamos aulas em período integral em alguns dias da semana.
E, para aliviar o stress dos alunos, tinha o bloco de lazer. Não era bem um bloco pois tudo ficava meio ao ar livre. Tinha piscinas, sala de jogos, campos e quadras de todos os esportes, academia, etc..
Chegandono quarto deixamos os materiais e eu coloquei um chinelo pra ir almoçar.
Vinícius: O vadio do Rafael ta tentando pegar aquela gostosa loirinha? - A maioria das meninas dessa escola são gostosas e loirinhas.
Emanuel: Acho que sim, vi ele conversando com ela na hora da saída.
Vinícius: AAAH! Eu estava de olho nela.
Emanuel: Perdeu, o Rafael ‘The Lady Killer’, chegou primeiro.
Todo esse papo de pegar era brincadeira nossa, só o Rafa tinha a sorte de ser idolatrado pelas garotas mais cobiçadas da escola, o resto de nós se virava como dava. E o Vine também tinha um gosto peculiar para minas, acho que ele não pegaria nunca o mesmo tipo de mina que o Rafa pega.
Fomos para o refeitório almoçar e encontramos o Lucas e o Rafael sentados em uma mesa.
Lucas: WHAZUUUUUUUUUUP!??! - Ele tinha uma puta mania de falar coisas em outras línguas, até naquelas de filme e essas coisas.. nerd demais.
Emanuel: E ae, Rafa? Ela caiu na sua resenha?
Rafael: Quem?
Vinícius: A menina que você tava dando em cima há uns 10 minutos, otário.
Rafael: Ah ta! Ela quer me encontrar mais tarde.
Incrível como o desprezo dele fazia elas quererem sempre mais. A conversa rendeu, falamos de tudo um pouco e depois o Vine e o Rafa foram para a piscina atrás de garotas e o Lucas foi pro quarto estudar. Acompanhei ele, fiz minhas tarefas correndo e de qualquer jeito porque estava preocupado com o horário do treino de futebol. O futebol é uma coisa muito importante pra mim, acho que não tenho muitas chances com os estudos porque não faço ideia do que quero fazer na faculdade, então eu posso tentar virar um atleta. Coloquei o uniforme e fui andando pro campo, ainda tinha uns 30 minutos, por isso fui com calma, percebendo que esse ano a escola tava bem cheia.
Vi a Carol sentada em uma mesa perto do campo de futebol, me aproximei pra falar com ela.
Emanuel: Oi Carolinda
Carol: Oi Mano. Você está 10 minutos adiantado pro treino, pode ficar aqui comigo enquanto isso né?
Emanuel: Isso ae.
É foda não ter assunto pra puxar as vezes, com menina é tudo meio diferente. Mas eu tinha a vantagem de ser amigo da Carol por uns 7 anos, então a intimidade já era um fator importante. Conversamos um pouco sobre as aulas e alunos novos até que os meninos do meu time começaram a chegar pro treino e eu tive uma desculpa pra ir.
Emanuel: Hm, acho melhor eu ja ir indo..
VOCÊ ESTÁ LENDO
Don't Ever Look Back
Teen FictionDon't Ever Look Back narra a vida festeira e complicada de um grupo de adolescentes pela visão de um deles, Emanuel. A história mistura tudo que existe de melhor em ser um adolescente com tudo que existe de pior, passando de festas insanas a graves...