The survival » h.s

Epílogo

POV Amy

Os meus passos eram lentos e eu sentia todos os tremores que percorriam o meu corpo. Eu estava em pânico e o sorriso no rosto do líder de Hollys só piorava o meu estado.

Assim que eu estou a milímetros dele, a sua mão rodeia o meu braço e ele puxa-me com força contra o seu peito. Um grito ecoa pela divisão e eu sei que é a minha mãe a chamar por mim. Consigo ouvir os soluços que escapam dos seus lábios e eu esforço-me para não olhar na sua direção, para não ter de a ver naquele estado.

"Chegou a hora bebe" o homem sussurra contra o meu cabelo e eu encolho-me, sentindo nojo da sua ação. Olho uma última vez para o Harry e mal o reconheço. Ódio preenche o seu rosto, os seus pulsos estão fechados ao lado do seu corpo e ele aperta as mãos com força. Assim que os meus olhos encontram os dele, dou-lhe um breve sorriso e por momentos a raiva é substituída por tristeza.

O meu corpo é empurrado para o chão e eu caio por ser apanhada desprevenida, tentando não me aleijar ao por as mãos à frente. Os meus joelhos batem no chão e eu deixo de prender as lágrimas que teimavam a escapar dos meus olhos. Olho para cima e vejo-o a sorrir, levantando a sua arma. Arrasto-me pelo chão para trás, até embater com a parede atrás de mim.

Eu ia morrer. Eu estava consciente que ia morrer à frente da minha comunidade, da comunidade a quem me aliei, da minha mãe, dos meus amigos. Eu ia morrer à frente do Harry e eu não estava minimamente preparada para tal. Um soluço escapa dos meus lábios quando a arma é apontada à minha cabeça e eu sinto o cano na minha testa. Os meus olhos fecham-se e eu começo a chorar ainda mais.

"Amy!" O Harry grita mas eu não olho para si. Eu quero que isto acabe rapidamente. Quero acabar com a dor e o com o medo que me preenche. Estou cansada de viver neste mundo de guerra. Num mundo onde é cada um por si e não se pode confiar em praticamente ninguém.

"Últimas palavras fofinha" o homem fala e eu abro os meus olhos, olhando-o enjoada.

"Vai à merda" rosno e ele sorri.

"Bons sonhos"

E foi aí, foi nesse momento depois das suas palavras que eu fechei os olhos com força enquanto esperava que a bala saísse da arma e me atingisse fatalmente. Eu esperei e esperei, percebendo que o homem estava a testar a minha paciência. Apertei mais os meus joelhos contra o meu peito enquanto tento ignorar os gritos ensurdecedores da minha mãe.

"Chega!"

Os meus olhos abrem-se em surpresa quando eu ouço uma voz estranha. Quando viro a minha cabeça, um rapaz está a entrar no refeitório. Ele está desarmado e tem uma pasta nas suas mãos. Ele não era de Firafox ou de Resvan, eu nunca o tinha visto. Os seus cabelos eram castanhos à semelhança dos seus olhos e ele era alto, quase tão alto quanto o Harry.

O líder de Hollys pousa a arma e pela primeira vez na minha vida eu vejo um sorriso amigável no seu rosto. Não era um sorriso falso nem nada disso, ele estava a sorrir-me como um amigo sorri para outro. Como se nós fossemos próximos.

O que é que se passa aqui?

"Chega, temos os dados suficientes" ele volta a falar e os homens que entraram com o líder de Hollys assentem, abandonando o local.

Olho confusa para o rapaz e o líder de Hollys chama a minha atenção ao esticar a sua mão na minha direção para me ajudar a levantar. Reticente, aceito a sua ajuda e levanto-me com medo, olhando para o Harry que tem o olhar fixo no desconhecido que entrou no refeitório.

"Oh, olá Amy" o rapaz diz, sorrindo para mim e esticando-me sua mão depois de caminhar até mim. Eu não respondo e olho-o com as minhas sobrancelhas unidas. "Eu sou o Liam, um psicólogo"