XVIII

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POV Harry

Esta manhã acordei quando os raios de sol começaram a entrar no meu quarto.

Levantei-me a pensar que hoje teria que me reunir com todos os militares porque quero combinar com eles os treinos que se vão efetuar em Resvan e discutir mais alguns pontos com eles.

Eu penso que foi uma boa ideia ter aceitado a aliança, não é que Firafox e Resvan venham a ficar amigas, mas precisamos de confiança uma na outra para que o ataque seja o melhor possível e eu acho que isso vai acontecer, acho que tu vai correr bem, pelo menos é o que eu espero.

Os treinos vão começar dentro de dois dias e sinceramente sinto-me entusiasmado para os começar e também porque vou começar a ver mais vezes a Amy.

Nunca quero pensar nela, mas aqui estou eu mais uma vez a pensar nela. Não posso ignorar o facto de ela ser praticamente da minha idade e ser uma rapariga bastante bonita por sinal. Ela desperta-me curiosidade em conhecê-la melhor e perceber melhor como ela é. Não conheço nada dela praticamente, sei apenas que ela é a líder de Resvan o que me demorou a acreditar até entrar na sua comunidade e deparar-me com ela e aí sim eu percebi que era mesmo a líder. Não descrimino raparigas no comando, apenas é uma coisa mais de homens, mas admiro imenso a coragem de ela liderar uma comunidade, eu sei o quão complicado pode ser.

O riso dela, o sorriso dela, os seus olhos de um castanho normal mas que ao mesmo tempo parece tão diferente, tão dela. Eu não consigo explicar, eu nem consigo saber o porquê de pensar tanto nisto, de pensar tanto nela desde que a vi pela segunda vez.

Os meus pensamentos são interrompidos quando ouço duas batidas na porta e pergunto logo quem é.

"É o Louis," responde do outro lado da porta.

"Oh, entra."

"Bom dia Harry. Vim dar-te a grande novidade que já posso voltar a treinar e a fazer o que fazia todos os dias, com alguns cuidados mas finalmente já posso voltar ao campo." Ele sorri orgulhoso.

"Estou tão feliz por ti Louis, a sério que estou. Ver-te naquele estado no dia do ataque, deixou-me mal e triste, afinal de contas és o meu braço direito e o meu melhor amigo."

"Deixa de ser lamechas Harry, nem parece teu," o Louis ri-se mas dá-me um abraço.

"Sempre com tanto humor logo pela manhã tu, que engraçado."

"Pára lá com a conversa e despacha-te para irmos tomar o pequeno almoço juntos. Fico lá fora à tua espera."

Assim que ele fechou a porta vesti umas calças pretas e uma T-shirt simples e calcei as minhas botas como é habitual. Penteei um pouco os meus caracóis com os dedos e puxei-os mais para trás.

Saí do meu quarto e fui de encontro ao Louis que estava encostado à minha espera. Dei-lhe um empurrão em divertimento ao qual ele reagiu e fez o mesmo. Fomos os dois a rir pelo caminho.

Confesso que tinha imensas saudades de ter o Louis sempre ou quase sempre por perto. Ele é das melhores pessoas e não se torna aborrecido ser acompanhado por ele porque é uma pessoa super divertida e está sempre a mandar aquelas piadas que não metem piada nenhuma mas que acabamos por rir sempre.

Pedi-lhe ajuda para chamar os militares, pois, eles não se encontravam todos no mesmo sítio e pedi então para se encontrarem comigo na sala de reuniões daqui a uns minutos.

Quando eu fiz o anunciado que iríamos fazer uma aliança com Resvan, sentia-me nervoso, porque tinha medo que a população se recusasse ou achasse que era uma má ideia e de facto ouve quem não concordasse com a decisão mas no geral tudo apoiou e disse que se eu achava que seria o melhor para a nossa comunidade então que deveríamos ir em frente com isso.

Hoje estava nervoso outra vez, tenho receio que os militares se recusem a ir treinar para Resvan, apenas porque estão habituados a treinar aqui e porque vão estar fora da nossa comunidade o que eu compreendo que não seja fácil, mas eu também vou estar lá, eu vou fazer questão de ir todos os dias com eles.

Assim que estamos todos dentro da sala começo por dar-lhes os bons dias ao qual eles me respondem também.

"Eu peço imensa desculpa estar a pedir-vos para nos reunirmos tão cedo mas a verdade é que preciso de vos dar as notícias o mais cedo possível," faço uma pausa para verificar se todos estão atentos e prossigo. "Portanto, como vocês devem saber, eu ontem reuni-me outra vez com a líder de Resvan para assinar os papéis oficiais da aliança e acordámos que os militares, vocês neste caso, iriam treinar nos campos de Resvan devido a Firafox ter muitas crianças e ser mais complicado de as levar para lá todos os dias e trazê-las de volta ao fim do dia."

Sinto que algumas pessoas estão a ficar irritadas ou simplesmente nervosas com a situação de irem treinar para campos que não são os habituais.

"Eu peço a todos que mantenham a calma e que confiem na decisão do Harry. Os campos de treino lá são maiores e tenham em atenção que é Firafox e Resvan a treinar, logo precisamos de espaços maiores e visto que Resvan os tem, ficou decidido que as crianças de Resvan viriam para aqui e vocês militares iriam para lá. Apenas treinar, voltam sempre ao fim do dia, a vossa casa é aqui." O Louis tenta acalmá-los

"Exatamente e eu vou acompanhar-vos todos os dias, eu e o Louis vamos estar sempre convosco lá. Peço que confiem em mim."

Eles acabaram todos por ceder apesar de não se sentirem muito à vontade com isso mas agradeci imenso por me darem o voto de confiança todas as vezes mesmo quando nem sempre é a melhor decisão.

Estamos a falar de alguns pontos que também são do interesse de todos enquanto o Louis me ajuda com esta situação toda e aviso-os que iremos começar a treinar dentro de dois dias.

Tenho a noção que o Louis hoje foi uma peça fundamental nesta situação, se não fosse ele, provavelmente iria ficar aqui muito mais tempo do que o que ficámos.

Estamos apenas a trocar algumas opiniões quando ouço tiros vindo do lado de fora.

Abandono a sala rapidamente, sendo seguido pelos restantes militares, e corro para o sítio de onde vem tiros e estou a começar a assustar-me com isto, não acredito nisto. Só espero que seja um falso alarme e que nada de mal esteja prestes a acontecer porque ia ser muito complicado para Firafox neste momento.

Assim que chego ao local dos tiros, pergunto a um dos seguranças o que se está a passar.

"Temos quase a certeza que está alguém escondido atrás do arbusto." Um guarda diz-me

"Certo. Eu vou lá ver. Empresta-me a tua arma por favor."

O homem dá-ma mas reticente. "Eu não acho que seja o mel-"

"Não interessa, se está alguém ali, eu quero ir ver quem é." Agarro na arma e atravesso as portas.

Posso dizer que neste momento medo e curiosidade passam pela minha cabeça. Ao ficar cada vez mais próximo do arbusto, sinto-me a ficar ainda mais nervoso com esta situação.

Assim que chego ao local alívio invade o meu corpo. Tenho a certeza que esta pequena não era de todo uma ameaça para Firafox.

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Alguém adivinha que pequena é essa? Ahaha

Até amanhã <33


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