III

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"Tu chegaste a matar aquela rapariga?" O Alex pergunta.

POV Harry

Fico seriamente a pensar nesta pergunta, não sei sinceramente o que devo responder. Eu devia dizer a verdade, dizer que não a matei, que a deixei escapar mas eu sei que a ter deixado viver é errado, eu não a devia ter deixado, não é assim que funcionamos, mas, houve qualquer coisa que me chamou a atenção naquela rapariga, eu não sei o quê sinceramente, mas foi isso que me levou a não matá-la.

Após algum tempo a pensar sobre isto, decido responder ao Alex.

"Sim, matei." Minto.

"Ótimo," sorri e eu desvio o meu olhar do seu.

De repente, vejo uma rapariga entrar pela enfermaria a dentro e sei imediatamente que é a Gemma.

"Harry!" Ela grita.

Levanto-me para lhe dar um abraço. "Está tudo bem Gemma."

"Como podes dizer que está tudo bem quando o Louis está ali deitado e dois morreram em campo?" Vejo lágrimas a caírem pelo seu rosto. "Deus, é por isto que eu odeio que saias!"

"Eu sei que não correu como estávamos à espera mas estamos todos ou quase todos a salvo e trouxemos ainda bastantes coisas." Digo limpando-lhe as lágrimas.

"O que é que se passou afinal? Ninguém me soube dizer ao certo."

"Começou a haver um tiroteio de repente e depois o Louis levou uma facada no braço, mas ele vai ficar bem."

"Fiquei tão assustada!" Ela diz olhando nos meus olhos.

"Está tudo bem agora Gemma." Reconforto-a

"Os outros já estão a comer, tu também devias ir, não comes nada desde manhã suponho."

"O Alex vai indo contigo, eu fico aqui até o Louis ter o curativo feito para depois o levar para a sua tenda e só depois junto-me a vocês no refeitório."

"Certo. Mas vens mesmo ou então eu vou buscar-te!" A Gemma dá um riso leve.

"Sim senhora." Sorrio e dou-lhe um beijo na bochecha.

Vejo a Gemma e o Alex saírem da enfermaria e volto a sentar-me no chão enquanto espero que o curativo do Louis seja feito.

Imagens dos acontecimentos desta tarde passam na minha mente enquanto me coloco na mesma posição de à bocado.

Por pouco não fui morto por aquela rapariga. Ela deve ter aproximadamente a mesma idade que eu, pelo menos parece. Amy era o seu nome. A voz masculina que se fez ouvir na altura ainda estava presente na minha memória.

"Feito" ouço a médica a falar e ergo o meu rosto, levantando-me de seguida. Limpo a parte de trás das minhas calças e aproximo-me deles.

"Muito obrigada doutora," sorrio.

"Há alguns cuidados que o Louis deve ter, nomeadamente não fazer esforços com o braço direito e descansar o máximo possível," ela faz uma pausa e continua. "O corte foi profundo e pode vir a deitar sangue nos primeiros dias portanto ele tem que vir cá fazer o penso todos os dias até ordem contrária."

"Eu certifico-me que ele vem cá todos os dias e que vai descansar nestes dias," digo.

"Podem parar de falar de mim como se eu não estivesse aqui se faz favor?" o Louis diz revirando os olhos.

A Nina sorriu enquanto eu o ajudei a levantar. Dor preenchia o seu rosto mas ele rapidamente se recompôs.

"Obrigado por tudo." agradeceu à médica.

The survival » h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora