Capítulo 15 - Brigadeiro

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Saí do quarto e sentei-me no braço do sofá, enquanto mexia aleatoriamente em meu celular plugado com os fones. Mordo o lábio inferior ao ver Maurício sair do quarto e abrir um sorriso de lado, o deixando ainda mais bonito.

Sorrio levemente para ele e quando ele parecia que ia falar algo, começamos a escutar passos no corredor e baixo meu olhar para o celular, vendo em seguida Jade aparecer na sala.

Jade: Onde você estava, amor? - levanto minha cabeça automaticamente, segurando a risada irônica que queria dar.

Desvio meu olhar para Maurício que me encarava atentamente e sorrio de lado, fazendo com que ele percebesse a ironia no meu rosto. Levanto as sobrancelhas esperando a sua resposta e deixo meu sorriso aumentar com essa cena ridícula.

Maurício: Fui ao banheiro... - disse em um tom baixo e mordi o lábio inferior com força, evitando que saísse minha gargalhada alta.

Maurício: E fiquei conversando com Cah. - completou fazendo com que Jade olhasse automaticamente em minha direção e eu, o encarasse incrédula.

Jade: Ah, vocês são bem próximos, né? - perguntou meio sem graça e apenas me limitei em confirmar com a cabeça.

Maurício: Somos, mas o que você queria me procurando? - disse andando até ela, me lançando uma olhada furtiva.

Jade: Nada de mais. - sorriu levemente e o abraçou.

Maurício: Vamos para o quarto. - revirei os olhos, mesmo sabendo que eles não iriam ver.

Maurício passou o braço pela cintura de Jade e começou a caminhar em direção ao corredor, mas antes olhou para onde eu estava e sorriu timidamente, o perdendo de vista em seguida. Respiro fundo e passo a mão em meus cabelos pretos, percebendo o quanto será difícil esse fim de semana com Maurício e sua nova namorada.

Levanto do sofá e caminho até a segunda porta escancarada, entrando na varanda. Sento-me em uma cadeira de frente para uma mesinha, enquanto vó Fátima falava no celular em um canto.

Preciso respirar e entender tudo isso que dei de cara ao chegar aqui.

Automaticamente lembro de uma doceria que vende brigadeiros deliciosos perto da praça e minha boca saliva ao pensar em comer mais uma de suas guloseimas. Levanto rapidamente da cadeira e caminho até o quarto, pegando minha carteira e tirando uma cédula e algumas moedas, as guardando no bolso.

Passo a mão por meus cabelos, verificando se estava bagunçado e saio do quarto à procura de minha tia. A encontro na cozinha enquanto procurava algo para comer.

Carolina: Tia, vou comprar brigadeiro. - anuncio ao parar a seu lado.

Paula: Espere que Maurício vai comprar pão e vocês vão juntos.

Carolina: Não precisa, se quiser eu mesma compro o pão. - peço já imaginando que Jade iria junto.

Carolina: E a padaria é caminho contrário. - completo.

Paula: Nada disso, ele foi vestir uma camisa. Relaxa, vai ser rápido. - confirmo com a cabeça e vou para a sala com os braços cruzados.

Logo um Maurício com cabelos bagunçados e vestindo uma camisa recortada branca aparece na sala. E agora me pergunto: pra quê vestir uma camisa que equivale a não vestir nenhuma?

Maurício: E aí, vamos? - encosta na parede de frente para mim no hall de entrada e olho para dentro da casa, esperando ver algum sinal de Jade.

Carolina: An, Jade não vai? - questiono.

Maurício: Não, por que iria?

Carolina: Ah, deixa pra lá. - digo virando-me de costas e começando a descer as escadas.

Maurício: E você vai comprar o quê? - disse ao acabarmos de descer os degraus.

Carolina: Brigadeiro. - dou de ombros.

Maurício: Hum, também quero! - sorri brincalhão.

Carolina: Vai ficar só no querer! - sorrio largamente.

Maurício: Quero a dona do brigadeiro. - disse me pegando pela cintura em seguida e me apertando contra a parede ao lado do portão.

Carolina: Você está louco?! Alguém pode nos ver! - digo aflita, olhando para todos os lados.

Maurício: Relaxa, você está muito tensa. - diz lentamente e roça seus lábios nos meus.

Carolina: É sério, Maurício! - o empurro pelos ombros e passo a mão em meus cabelos, respirando fundo.

Carolina: Se continuarmos desse jeito e alguém nos pegar no flagra, pode saber que nunca mais ficaremos sozinhos em lugar nenhum. Fora que a culpa cairá sobre nossas cabeças! - digo e abro o portão, saindo em seguida.

Maurício: Tem razão. - abaixa o olhar e começamos a caminhar lado a lado.

Maurício: Mas isso não impede que sinta um imenso desejo por você. - diz em um tom baixo e viro minha cabeça para encará-lo.

Carolina: Você acha que eu também não sinto uma grande vontade de agarra-lo a todo momento?! - seguro seu braço, o fazendo virar-se para mim.

Maurício me encara atentamente, parecendo me avaliar e passa a mão por seus fios escuros, soltando uma respiração pesada. Sinto ele segurar meu braço com força e me puxar, enquanto andava rapidamente.

Carolina: O que você está fazendo? - pergunto enquanto tentava afastar sua mão.

De repente Maurício me encosta na parede embaixo de alguns galhos de árvore, que faz sombra no local. Seus olhos me encaravam intensamente e a aproximação de seu corpo no meu, está me fazendo perder o equilíbrio.

Maurício: Hoje o dia foi longo e não quero brigar com você.

Carolina: Nem eu. - sussurro, achando que ele poderia não ouvir.

Maurício: Não fique zangada por isso. - disse com um sorriso malicioso nos lábios.

E muito antes de pensar em responder alguma coisa, minha boca foi tomada pela sua em um beijo avassalador. Suas mãos passeavam por minhas curvas fazendo com que eu perdesse o fôlego e levei minhas mãos para seus ombros largos.

Partimos o beijo por falta de ar e Maurício começou a distribuir beijos e mordidas por meu pescoço. Mordi o lábio com força segurando alguns suspiros que quase deixei escapar, arranhei levemente sua nuca aproveitando o momento. Até que começamos a escutar passos na rua.

Carolina: Maurício... tem gente... - digo sem fôlego e sou surpreendida por mais um beijo inebriante de Maurício.

Sinto a parede ainda mais próxima do meu corpo a medida que Maurício me apertava cada vez mais contra a mesma. Sua mão deslizou para minha cintura, apertando a mesma e o abracei com força. Sentindo o medo e a adrenalina correr por minhas veias, nesse ato tão excitante do perigo.

Partimos o beijo com alguns selinhos e continuamos abraçados por alguns segundos, tendo a certeza de que a pessoa já estava longe. Nos encaramos com sorrisos cúmplices no rosto e Maurício encostou nossas testas, me olhando nos olhos.

Maurício: Esse fim de semana vai ser longo... e ao mesmo tempo, excitante. - disse com um sorriso malicioso nos lábios.

Carolina: E só ficamos desse jeito, por causa do brigadeiro. - digo soltando uma risada, fazendo ele gargalhar.

Maurício: Sabe... acho que você devia comprar doces com mais frequência.

Maurício: Com a minha companhia, é claro! - completou rapidamente, me fazendo rir.






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