Michelle Brown e a aliança. Parte I.

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Michelle Brown.

Naquele tempo eu não tinha chances de rebater as ordens do meu pai, praticamente era um fantoche nas mãos dele. Eu fui obrigada. Meu pai me falava sobre a aliança desde os meus 15 anos. Ele estava me preparando para ser uma boa líder. Ele me ensinou a hora certa de ser fria como um iceberg. Mas, eu nunca na minha vida entregaria meu filho. Jamais. Eu sempre senti que ele estava vivo, mas, nunca quis procurá-lo. Queria livrá-lo de no futuro ser como eu.

Meu pai me explicou desde cedo como agir, como lidar quando se é um membro da aliança. Sempre esteja do lado mais forte. Não tenha sentimentos, eles vão testá-la, e no final, vão saber o quão forte ou fraca você é. Não demonstre fraqueza. Não crie laços com os outros líderes. Sempre fale olhando nos olhos do outro e com convicção. Nunca deixe seus medos transparecerem, eles irão usar contra você. A aliança é mais importante que tudo na sua vida, não coloque você, sua família ou qualquer outra coisa a frente dela. E por ultimo, não tenha pena, feche seu coração. Esses foram todos os conselhos do meu pai, Oliver Moore.

FlashBack Onn.

— Onde estamos, papai? — indago, olhando pela janela do helicóptero.

— Em Moscou, querida. — responde ele, segurando minha mão e a dando um beijo na parte superior.

— Eu sei que estamos em Moscou, pai. Mas em que parte de Moscou? Eu só vejo o branco da neve. — digo. Ele sorri e olha para o nada.

— Lembra que eu disse que quando você completasse 19 anos eu iria te apresentar um lugar? — ele me encara.

Puxo na memória o dia da nossa conversa no escritório dele, enquanto tomávamos chá e comíamos biscoitos. Meu pai falou sobre um lugar muito importante, do qual um dia eu faria parte. Lembro-me que o modo que meu pai falou era frio e eu senti certo medo. Mas agora, com 19 anos, sou adulta o suficiente para não sentir medo desse lugar.

— Claro que eu lembro. Tem a ver com a aliança que o senhor sempre me falou, não é? — ele assente, com um sorriso sereno nos lábios.

— Isso mesmo, querida. — murmura. — Já estamos chegando ao lugar. Agora chega de perguntas. — assinto com a cabeça e volto olhar pela janela. Depois de alguns minutos o helicóptero começa a baixar vôo. Ele pousa em um heliporto sobre a neve. Vejo um enorme galpão com pequenos prédios ao redor. É um pouco obscuro e me dá arrepios, mantenho-me calma e lembro que não tenho que temer nada.

— Vamos? — meu pai me alcança e mão e eu a seguro.

Ele começa andar eu uma direção que não é a do galpão e nem dos prédios. Ele anda até um determinado ponto sem nenhuma construção, a neve é dura. Não é fofa como as da nossa casa. Não tenho dificuldade em segui-lo.

— Está ponta? — faço que sim com a cabeça, arrancando um pequeno sorriso de papai.

Meu pai se agacha e puxa uma espécie de alçapão que está escondido embaixo da neve. Vejo uma enorme escada, ele vai primeiro, e me ajuda a descer degrau por degrau.

— Estamos trabalhando em uma porta de entrada melhor que essa. — esboço um leve sorriso no rosto. — Mais moderna.

Seguimos por um corredor extenso, à medida que andamos as luzes se acendem. Logo a frente tem uma enorme porta de aço. Chegamos até ela e meu pai digita um código, não consigo acompanhar os dedos dele. A porta se abre e andamos novamente por um corredor mais curto. Não sinto medo, meu pai me preparou para isso.

— Chegamos! — ele abre outra porta. Segura na minha mão, e me guia até dentro de uma enorme sala, com uma enorme mesa no centro e cadeiras ao redor. Vejo quatro homens sentados, rindo e conversando.

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