Cheslav

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- Pai! O que está acontecendo? - Viro-me para meu pai, ele tem uma expressão preocupada, gira o volante do carro para todos os lados, o que parece adiantar de nada, já que o veiculo está correndo em linha reta.

- Está tudo bem meu filho. Agora pegue essa pasta, e vá para esse endereço, chame o General White e entregue todos esses papeis para ele, está entendendo meu filho? - Assinto e pego a pasta com todos os papeis.

Meu pai debruça o corpo sobre o meu e abre a porta, segura em meu ombro e olha dentro dos meus olhos.

- Eu amo você, sua mãe e sua irmã, nunca se esqueça disso, agora pule. - Olho assustado para meu pai, ele aperta meu ombro e o balança, mantem os olhos fixos nos meus, seu olhar tenta me tranquilizar, porém, nunca estive tão assustado como agora. - Você consegue, Andrew, vai ficar tudo bem. - Continua tentando me acalmar, sem êxito, pois sinto todos os meus músculos tesos.

- O que está acontecendo pai? - insisto.

- Prometa que independente do que acontecer agora, depois que você pular desse carro, você irá para o endereço que eu te passei. - Assinto, ainda me sinto confuso, as palavras dele não têm nexo. - Promete mesmo? Você não vai procurar sua mãe e nem sua irmã, a vida delas está correndo riscos meu filho, agora me prometa. - seu tom é de suplica, assim como seu olhar carregado de medo e frustração.

- Eu prometo. - digo, com a voz firme. Ele esboça um sorriso orgulhoso por alguns segundos e então sua expressão volta a ficar séria.

- Agora pule, não quero que você morra por minha culpa. - comenta. Eu estou nervoso, assimilo poucas coisas do que ele fala. Mas tudo gira no momento em que ele fala que não quer que eu morra por sua culpa, começo a tremer e não sei exatamente o que fazer. - Andrew, olhe para mim. - Fiz o que ele pediu. - Um dia você vai entender o porquê disso, agora PULE! - Grita.

Solto o cinto que me mantem preso no banco e me viro, dou um impulso com minhas pernas e pulo. Sinto meu joelho rasgar quando encontra o chão sólido do asfalto, e uma forte dor no braço, levanto com dificuldade. E olho para o carro, o que vem em seguida me deixa totalmente sem chão.

Sinto o impacto da explosão, meus olhos ardem pelo excesso de lágrimas, e minhas pernas não me obedecem.

- PAI! - esbravejo, espero por um sinal dele, mas nada, ele está dentro do carro em chamas. Meu pai está morto e eu não posso fazer nada.

Minhas pernas sedem e eu sinto o impacto dos meus joelhos contra o asfalto áspero. Deixo minhas lágrimas rolarem por meu rosto. Eu tinha acabado de completar meus 16 anos, estava voltando da pesca dos homens com meu pai. E tudo isso acontece.

'Prometa que independente do que acontecer, depois que você pular desse carro, você irá para o endereço que eu te passei./ Promete mesmo? Você não vai procurar sua mãe e nem sua irmã, a vida delas está correndo riscos meu filho, agora me prometa.'

Essas palavras começam a repetir em minha cabeça, eu levanto e seguro a pasta com força, viro as costas para o carro em chamas e começo andar, não posso deixar a vida da minha mãe e da minha irmã em risco. Preciso protegê-las...

- PAI! - Sento-me na cama. Minha respiração está acelerada e meus olhos enchem-se de água. Sinto as mãos de Alicia em meus ombros.

- O que aconteceu? - Pergunta.

- Sonhei com o dia do acidente do meu pai. - respondo.

Ela segura em minhas bochechas e me dá um selinho nos lábios, abaixa minha cabeça e coloca na volta do seu pescoço.

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