CAPITULO 30

1.3K 74 39
                                    


CAPITULO 30

Alfonso levantou-se da cadeira do escritório mais irritado do que nunca. As lembranças que o assolaram não vieram em um bom momento. Há duas semanas não tinha notícia nenhuma de Anahí – tinha decidido que deixaria que ela se pronunciasse a respeito do encontro que teve com Laura, mas tudo o que teve foi o silêncio dela. A sensação o incomodava, porque não gostava de não ter controle das situações. Ainda mais porque sonhara com momentos como aquele, todas as noites desde que eles se falaram pela última vez. E aquilo estava se tornando problemático.

Decidiu ligar para Christopher, ele devia saber alguma coisa a respeito dela. O amigo demorou a atender e Poncho respirou fundo duas, três vezes até que foi atendido.

- Christopher?

- Olá, Poncho. – o advogado respondeu. – Está tudo bem?

- Vai ficar se você puder me ajudar. – Poncho escorou-se na mesa de vidro. As mangas da camiseta estavam arregaçadas acima dos cotovelos e os olhos de Poncho estavam fechados, denunciando o cansaço. – Sabe alguma coisa sobre Anahí?

- Quer saber se há algo novo do processo? – Christopher respondeu. – Lamento, Poncho, eu não posso confidenciar essas coisas a você, por mais que quisesse...

- Não, amigo. – o empresário respondeu. – Quero saber sobre Anahí.

Christopher franziu as sobrancelhas do outro lado da linha, e só então se deu conta do que acontecia. Sorriu.

- Ah, sim... Não tenho tido a oportunidade de conversar diretamente com Anahí. É Rafaela quem tem mais contato. – Christopher explicou. – Mas ela está bem, mais confiante... Se não me engano, ela inclusive sairá para jantar com a Rafa, hoje.

- Hm... ah, é? – Poncho limpou a garganta. Christopher riu.

- Você não entrou no Google Agenda dela, não? Estou surpreso!

- Estou tentando parar com as drogas.

O advogado riu abertamente e balançou a cabeça em negativa.

- Você ficaria feliz de saber que ela está em uma steakhouse no centro da cidade?

- Adoro costelas. – Poncho sorriu. – Com bastante molho barbecue.

- Laura também, aparentemente. – Christopher disse. – Anahí marcou neste restaurante por causa disso.

- Vão contar à Laura?

- Não, ainda, mas Rafa quer conhecer Laura. Eu gostaria de ir, também, mas fiquei preso aqui até essa hora... – Christopher lamentou. – Já estão lá, a essa hora, Poncho.

- Christopher, me lembre de aumentar seus honorários.

- Não por isso, amigo. – ele disse. – Sei reconhecer um homem desesperado quando escuto um.

Quando desligaram, Poncho descobriu que, de repente, queria muito comer costelas naquela noite.

O vestido vermelho de Laura fazia um balãozinho depois da cintura, o que dificultava um pouco a vida de Anahí ao segurar a filha no colo, na tentativa de tirá-la do carro. Tão logo conseguiu livrar a filha do cinto de segurança e coloca-la no chão, Anahí segurou a mão da pequena para guiá-la até o restaurante. Laura estava agitada: adorava aquele lugar! E ia conhecer amigos da mamãe!

A mais velha não pôde deixar de sorrir com a empolgação da filha. Na porta do restaurante, Rafaela acenou para as duas. Vestida em uma camisa fina, sem o habitual terninho, o ar casual fez Anahí agradecer intimamente por não haver nada que pressionasse de qualquer forma. Alcançaram a porta do restaurante e Laura mal continha a empolgação.

Still Into YouOnde histórias criam vida. Descubra agora