quatorze ➳ New "friends"

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"A menina quer entrar e ir ter com o Brownie à frente da sala dele?"   

Olho para May séria. "Não sei." respondo simplesmente.

"É impressão minha ou a menina anda a evitar estár com o Brownie?" Encolho os ombros, tentando dar uma resposta qualquer. "Mas não devia, ele gosta mesmo de si. E a menina parecia gostar dele."

"Eu não sei se gosto. Eu não sei o que é gostar. Eu não sei nem metade do que devia saber com esta idade." May suspira.

"Sabia que iria responder isso. Eu compreendo. Eu acho que Brownie está apenas à procura de alguém que o possa amar tal como a sua mãe e a sua irmã faziam quando aqui estavam." May olha para o teto do carro e solta uma cara um tanto preocupada.

A irmã que eu matei. O sofrimento que eu lhe causei. Não posso continuar assim! Não posso arruinar as vidas das pessoas e continuar como se não fosse nada nem posso simplesmente culpar na minha "doença". É a minha doença, é minha responsabilidade sofrer as consequências do que eu faço!

"Eu não vou lá dentro mesmo, mas fico à porta, vou esperar lá pelo Brownie." Informo-a. Ela destranca o carro e eu saio. 

Ando apenas o suficiente para ficar à frente de uns portões que felizmente estavam abertos. Algumas pessoas estavam no jardim da entrada e por isso eu limitei-me a encostar-me ao muro dos portões mas do lado de dentro na universidade. Reparo que algumas pessoas olham para mim, para não parecer tão suspeito ando até uma exposição que se encontra a apenas uns metros de mim. À medida que me aproximo reparo que a tal "exposição" é composta básicamente por fotografias. Em cima, em letras bem grandes está escrito "Espírito Jovem".
As fotografias são de pessoas normais a brincar com legos e típicas "coisas de criança".  Olho ligeiramente para o lado e reparo que as raparigas que antes estavam a olhar para mim estão se a dirigir a mim. Começo a assustar-me um pouco com o pensamento de ter de falar com elas. Volto a focar-me na exposição.

 E ao mesmo tempo que repáro numa fotografia que me deixa um pouco enjoada, uma mão toca-me. 

"Olá, desculpa estár a incomodar mas, por acaso eu conheço-te?" Uma rapariga pergunta-me enquanto eu continuo simplesmente a olhar para ela sem saber o que dizer ou como reagir. 

"Ermm... Hayley, tu devias ver isto." a outra rapariga fala.

'Hayley', como ela supostamente se chama, larga-me e olha para a fotografia que eu vi antes de elas me chamarem. "Oh meu deus!" Alguma delas acaba por dizer. Viro-me para elas também a olhar para aquela fotografia minha a andar nos baloiços de hoje de manhã. Ao lado dessa encontra-se outra fotografia de mim a jogar à macaca. 
Sinto a minha cara a ficar vermelha de embaraço e de raiva. Não acredito que isto aconteceu! 

"Oh meu deus, peço desculpa! Não sabia que estavas numa das fotografias do nosso trabalho! Desculpa." Hayley desculpa-se.

"F-foram vocês que tiraram esta fotografia?" digo de uma forma mais calma do que eu esperava.

"Bem... não, acho que foi o Mark que tirou essa fotografia." Elas olham para mim preocupadas.

"Okay. Okay, okay, okay. Onde está esse Mark?" Pergunto-lhes um pouco mais irritada.

"Nós... nós podemos te levar até ele, se quiseres." 

Aceno positivamente. Elas olham preocupadas uma para a outra enquanto me guiam até ao rapaz. Passamos as portas que dão mesmo para dentro da universidade. Andamos durante algum tempo e subimos umas escadas. Se agora tiver de sair daqui sozinha vou me perder, yay. Elas páram, à frente de uma sala.

silence ➳ fictional storyOnde histórias criam vida. Descubra agora