Acordei com a enfermeira a abrir a cortina. Está um dia chuvoso. Ela anda até mim, passando pela rapariga da cama ao lado. Ajuda-me a sentar-me e faz com que a olhe nos olhos.
"Como se sente hoje?" não digo nada. "Deixe estar, não esperava uma resposta." levanto-me, com a bata do hospital e com uma manta atrás.
Ando até à grande janela onde costumo passar a maior parte do tempo. Fico feliz por a cadeira não ter sido tirada do sítio. Sento-me, tapo-me com o cobertor e olho para a cidade onde estou. A enfermeira segue-me e senta-se ao meu lado. Começo lentamente a abanar-me para a frente e para trás.
"Outra vez? É por ser o dia das visitas?" lentamente olho-a, enquanto me movo para a frente e para trás. "Oh. Não gosta que a vejam?" movo a cabeça para os lados, tentando responder-lhe negativamente. Uns minutos de silêncio percorreram a sala quase vazia. "Sabe onde estamos? Estamos em Nova York." ela responde à sua pergunta, como sempre. De repente a enfermeira deixa-me e vai falar com, o que presumo ser, uma família. Um choro infernal, fez-me olhar para trás.
"Tia Vi. És mesmo tu!" o rapaz que chorava grita e corre para mim. Ele abraça a minha perna. Eu fico simplesmente a olhar para ele de olhos arregalados. Depressa uma rapariga, com uns 20 anos, vem ter com ele.
"Marcus, sobre o que é que falámos em casa?" ela repreende-o com um ar triste.
"Mas, mamã, é ela. É a titi." ele aponta para mim. Nesse preciso momento viro-me, olho para a enfermeira e começo a mover-me para trás e para a frente mais depressa.
"Acalme-se. Vamos Menina Sherwood, tenha calma" ela ajoelha-se à minha frente e agarra-me nas mãos. Toda a gente se começa a juntar à minha volta, o que me faz mover cada vez mais depressa. "Eu agradecia que dessem espaço, para o bem da menina Sherwood." eles deixaram-me apenas com a enfermeira. Consegui acalmar-me, ao fim de uns 15 minutos. A família voltou toda para ao pé de mim, outra vez, mas desta vez o rapaz estava de mão dada à mãe. A mãe e o rapaz ajoelharam-se à minha frente, como se pedissem perdão.
"Sabes, Vi, não sei se te lembras, mas és a Violet, e a familía e amigos tratam-te por Vi. Também não sei se te lembras de mim mas eu sou tua irmã, Rachel e este é o teu sobrinho, Marcus. Quando aqui viemos da última vez, à 2 anos, tu fizeste um puzzle com o Marcus, eu sei como gostas de puzzles, por isso eu trouxe-te outro." ela estendeu-me um embrulho e sorriu-me tristemente. Olhei para ela durante uns segundos antes de pegar no embrulho lentamente.
Olho para a enfermeira que me faz um gesto com as mãos, como se estivesse a dizer, "Vá, abre." Volto a olhar para Rachel e depois abro com cuidado o embrulho. Era um puzzle como esperava eu mas estava ao contrário, ou seja, só via a parte detrás dele. Assim que o viro solto um grande e alto grito. Atiro o puzzle para longe de mim, agarro as minhas pernas e volto outra vez a mover-me para trás e para a frente. Com isto tenho a atenção de toda a gente focada em mim. A enfermeira envolve um braço sobre os meus ombros dizendo que está tudo bem vezes sem conta.
Rachel, minha irmã pergunta baixo e para si mesma. "O que é que eu fiz? O que é que eu fui fazer?" Caminho rapidamente até ao fundo da sala. Deixo-me cair, até me sentar. Escondo a cabeça entre as pernas e tento acalmar-me. Sinto passos a vir na minha direção. Não era só uma pessoa, eram no mínimo duas. May estende o braço e estala os dedos "Médico. Médico!" grita a enfermeira.
As luzes desligam-se todas menos uma.
Estou agora num corredor escuro e sujo, uma luz fraca no fundo do mesmo.
Sinto que tenho de fugir. Levanto-me bruscamente, sentindo-me quase a desaparecer. Uma pessoa vestida de preto, sem cara, agarra-me o braço. Tento soltar-me, mas depressa outra pessoa agarra o meu outro braço. Enquanto esperneio e me tento soltar alguém sussurra "Sh." no meu ouvido vezes sem conta. De repente sinto uma agulha a entrar no meu pescoço. Enquanto o meu corpo absorve o líquido deixo-me cair no chão. Sinto as minhas costas embaterem contra o chão, enquanto adormeço.
"Não podes morrer." sussurro antes de uma dormência infectar todo o meu corpo.
(N/A: Oi, desculpem a demora :| Além disso só vos queria dizer que os capítulos não costumam ser assim tão pequenos. PEÇO DESCULPA MAS PARECE QUE SÓ POSSO POSTAR O 2 CAP, SE TIVER 20 VOTOS, PEÇO DESCULPA, MAS NÃO SOU EU QUE FAÇO AS REGRAS.
Obrigada por lerem.)
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silence ➳ fictional story
Teen FictionPessoas dizem que eu sou autista. Pessoas dizem que sou anormal. Pessoas dizem que tenho amnésia. Pessoas dizem que tenho problemas ou deficiências. Pessoas também dizem que sou psicopata. Pessoas. As pessoas conseguem destruir tudo apenas com palav...