Capítulo 11 - O Reencontro

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Peguei o meu novo carro, liguei e comecei a rodear a cidade. Entrei no bairro do Rupert e torci para que desse tudo certo. Afinal, ninguém dessa casa me conhece. Mas eu precisava saber como ele está.

Desci do carro e meu coração começou a pular, toquei a campanhia. A mãe dele atendeu.

- Bom dia – Eu disse gaguejando – Ela não me parece muito feliz. E não me respondeu apenas me olhou. Eu tomei coragem e continuei. – O Rupert está em casa?

- Ele se mudou faz quatro dias, aqui está o endereço. – Ela escreveu numa espécie de bloco de notas e praticamente me deu inteiro. Li o endereço e ficava no bairro Covent Garden. Precisava achá-lo. E eu ia.

Assim que cheguei ao prédio, comecei a olhar o andar de Rupert só para ver se ele aparecia na janela. Ele se mudou para um apartamento modesto. Eu não tinha ideia do por que ele fez isso poucos dias depois da minha morte. O prédio tinha cores cinza e também vermelho apagado. Eu precisava de uma desculpa para tocar aquele interfone e pelo menos descobrir como ele está.

Desci do carro e toquei.

Chamando, chamando. Ele só pode não estar aqui, mas onde estaria? Quando tocou pela 8° vez, desisti e encaminhei em direção ao carro, assim que estava pronta para atravessar a rua, escutei uma voz  vindo do interfone:

- Quem é?

Corri em direção. E meu coração saltitou. Não tive coragem de dizer nada.

- Alô? -

- Boa tarde, tudo bem? Eu... - Não sabia o que dizer.

- É você quem eu contratei para limpar o apartamento, certo? – Não, não era e certamente nessa vida eu não precisava limpar nenhum apartamento. Mas se era o único jeito de entrar, respondi:

- Sim, sou eu mesma.

- Ok, pode subir. – Escutei o barulho da porta se abrindo e entrei no prédio.

Quando peguei o elevador comecei a suar frio. Rupert não estava como antes, sua voz parecia fria. Mas eu queria apenas vê-lo. Nem que seja pra limpar esse apartamento inteiro.

Assim que cheguei no 52-B apertei a campanhia. E meu estômago fez voltas. Assim que ele abriu, eu o olhei e ficamos nos encarando por uns 4 segundos. Quando ele desviou o olhar e me deixou entrar.

- Bom dia, Rupert. – Eu disse dando uma olhada no apartamento. Que estava uma zona. Havia pizza amanhecida embaixo do sofá e baratas por ali perto. A cama estava toda desarrumada e pelo canto do olho certifiquei que na cozinha a situação estava cada vez pior.

Ele percebeu a minha cara ao olhar a bagunça. Mas apenas disse:

- Prazer, Rupert – Me cumprimentou. - Por favor, limpe esse apartamento, que eu voltarei daqui umas 2 horas. Não atenda ao telefone. Não jogue fora coisas que você não tem certeza se eu uso. Ficarei agradecido se puder voltar na semana que vem. Tudo bem?

- Tudo bem. – Apenas concordei.

- Como é seu nome? – Perguntou procurando o cachecol em meio a tantas coisas na mesa da sala. Estremeci, minto ou não? Vou arriscar.

- Jane. – Respondi olhando pra ele. – Ele parou por um instante de procurar e me olhou por 1 segundo, mas logo voltou a fazer o que estava fazendo friamente.

- Certo. Volto daqui a pouco.

Ele saiu batendo a porta. Eu vi de perto o sofrimento que eu causei a ele. Mas não era culpa minha! Fui até a janela para ver a direção que ele estava indo. Sentei no sofá e dei uma olhada no apartamento. Hora de limpar tudo isso.

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