Parte 33-Appalachian School

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Descemos do carro e o pessoal do trailer e do caminhão fazem o mesmo, não há tempo para pegar as "malas" já que se não corrermos e entrarmos agora, os zumbis ao redor nos alcancariam. Corremos até a varanda da enorme universidade, forçando a porta juntos, conseguimos abrir, adrentramos no local e nos apressamos para fechar. Uma vez que a porta estava fechada, arfamos em conjunto.

Liam: Muito bem, vamos metade pra direita e metade pra esquerda. Procurem um lugar pra dormir, matem os bestantes que encontrarem, nos encontramos aqui amanhã.

Sigo pela direita. Clara vai do meu lado, carregando sua arma.

Clara: Se eu me formasse, gostaria de estudar aqui.

Eu: É uma cidade pequena, mal tem animais.

Sei que ela iria ser veterinária, antes, ela costumava parar na rua derrepente, só para ajudar um cachorro ou gato preso. Parece que faz anos.

Clara: É -Ela da um sorriso triste e volta a olhar para a arma.

Niall: Puta merda

Olho para frente. Chegamos em algum refeitório, e pelo jeito estava na hora do lanche quando todos viraram zumbis, droga. Saimos correndo, tento abrir alguma sala, mas todas estão trancadas.

Vick: AQUI! -Ela encontra uma sala aberta. Corremos e entramos. Era uma sala bem grande, deveria ser de coral, pelos instrumentos colocados em um canto. Colocamos o piano bloqueando a porta, pra todo caso. Cada um senta em um local da sala, sento no chão, perto de um violoncelo. Ficamos todos em silêncio, paro para observar o grupo, me surpreendo ao ver que é nosso grupo original: Eu, Liam, Niall, Lily, Clara, Vick e Gih. Com exceção de Gui, Bela e Gustavo. Niall se remexe um pouco do outro lado da sala, algo como desconforto.

Niall: O que aconteceu com a gente?

Eu: Como assim? -Todos erguem os olhos para ele, que continua.

Niall: Nosso grupo, antes, todos nós faziamos piadas do caus, riamos em frente alguma fogueira, brincávamos no trailer. E agora? Agora agimos como robos, se nos falamos é para bolar planos ou brigar. A questão é: Lutamos tanto para continuar vivos, mas e nossa humanidade?

Ele fecha os olhos, alguns desviam o olhar, outros encaram o chão. Por mais que ninguém tenha dito isso antes, é o que todos nós pensavamos. Eu havia mudado tanto desde que isso começou, costumava sempre prender meu cabelo com uma trança lateral, era minha marca registrada. Agora? Ele anda desgrenhado e ultimamente, tingido com o sangue de quem eu matei. Eu, que adorava criar conjuntos de roupas, passei a usar apenas uma: Uma bota gasta, uma calça jeans surrada e uma camiseta velha. Eu, que era a pessoa mais otimista da terra, agora sempre penso no que pode piorar. Liam senta do meu lado. Não nos tocamos a um bom tempo, os sorrisos e olhares que costumávamos trocar em meio ao caus não aparecem mais. Não é que a gente não se goste mais, é que as dores e cicatrizes que adquirimos com tudo isso tem sido mais forte que qualquer outro sentimento. Ele pega na minha mão. O toque dele é capaz de me transmitir tudo de bom que eu perdi, ver o lado claro das coisas, senti falta disso.

Eu: Não sei vocês, mas eu não vou dormir.

Clara: Nem eu.

Vick: Muito menos eu.

Eu: Vou sair. -Começo a me levantar.

Niall: Ou ou ou, lá fora da cheio de zumbis, não dá pra usar armas de tiro.

Eu: Eu sei, não vou usar. Pro caso de só a katana não bastar...-Pego um violão.- Acho que não vão sentir falta disso.

Clara: Vou com você.

Vick: Eu também, o que a gente tem a perder afinal.

Gih: A vida?

Liam: Então vamos todos.

The Walking Dead And 1DOnde histórias criam vida. Descubra agora