Parte 37- Quatro passos

590 48 20
                                    

Acordo sob o corpo molenga de Charlotte. Não sei quanto tempo faz que fiquei fora de ar, não sei quantas horas são e nem se vou sobreviver tempo suficiente para achar um relógio. Provavelmente dos 101 jeitos de morrer que imaginei, infecção em um apocalipse com toda certeza não estava na lista. Levanto me apoiando na parede com uma das mãos na parede e a oitra ainda no meu braço. Ah, eu não iria morrer assim. Não mesmo. Minha visão ainda está turva, o que sinceramente não ajuda em nada no meu projeto de Não-Morte. Ok, manter o foco Ester, manter o foco. Passo um, analisar.

Observo a sala onde me encontro. Um computador, três gavetas, uma maca, um quadro de Picasso, um mapa do hospital. Praticamente corro em direção ao mapa - Se é que os movimentos de alguém 50% sem braço e 50% morta podem ser chamados de correr.- Posso não entender bulhufas à respeito de nomeações da medicina, mas de remédios eu entendo. Por pura coincidência -sorte virou uma palavra em desuso na minha vida.- a sala que quero fica à algumas portas daqui. Agora, como passar pelos bestantes é que eu não sei. Pensando pelo lado bom, é melhor morrer por causa de uma infecção do que pela infecção.

Passo dois: Armar. Ainda tenho a Katana e minha arma, mas segurar a Katana com só uma mão não é muito do meu costume, se é que me entendem. Procuro coisas das quais podem servir de arma e acabo optando pelo quadro do Picasso, tamanho médio, não tão difícil de transportar. -Vocês devem estar se perguntando "Não consegue transpor uma Katana em uma mão mas consegue carregar um quadro com a mesma" olha, meu juízo mental não está exatamente perfeito.- Sangro pelo braço e por outros ferimentos menores qur consegui caindo na Universidade, não gosto dessa minha visão; carregando armas, repleta de sangue e hematomas. Porém, gosto de cada machucado, cada cicatriz representa algo que superei, me faz cada vez mais forte.

Passo três: Sair. Abro a porta de uma vez -Foi-se o tempo em que tinha medo de abrir portas.- Os zumbis estão dispersos e distantes uns dos outros, sinal que desmaiei por um tempo considerável, o que de certa forma me dá uma vantagem. Começo a correr, já dando "quadradas" (Do dicionário do apocalipse: Ato de atirar um quadro sob a cabeça de um determinado ser.) que sinceramente não são tão agradáveis quando violãozadas. Finalmente e infelizmente bestantes mais distantes percebem a agitação e começam a caminhar. Minha cabeça lateja novamente. Ora, não está tão longe, vamos Ester. Já vejo a porta de longe -Se querem saber é com toda certeza a porta mais atraente que já vi em toda a minha vida.- sem pestanejar, quando me aproximo, dou um pontapé na mesma -Séria fruto de muita convivência com Liam?- que abre. Fecho a porta com a mesma velocidade que abri, colocando qualquer e toda coisa que vejo pelo caminho.

Passo quatro: Identificar. Prateleiras e mais prateleiras, remédios e mais remédios. Nunca fiquei tão feliz de ter feito um pequeno estágio em uma farmácia na vida. Ando pelas prateleiras e graças a Deus penicilina não é algo tão difícil assim de encontrar. Pego a seringa e aplico, não consigo nem mais ter certeza se faço do jeito certo, mas agora pouco me importa. Ouço um rugido vindo na minha direção e me apoio na prateleira, bufando. Sinto o habitual cheiro de enxofre e carne em decomposição, seja sádico o quanto for, mas eu passei a me deliciar com a aproximação eminente dos bestantes, que me enche de desejo pela morte. Seguro a Katana com as duas mãos, virando e partindo ao meio o corpo. Mas não é o bastante, ouço o som da carne batendo contra o chão, saco uma pequena faca, enfiando a faca no crânio, repetidamente. Soa como uma música clássica.
Com o rosto pingando sangue, finalizo dando um sorriso. O que me tornei?

Continua...

Olha só, sei querem me matar e tal, mas juro, tem motivo pra esse desaparecimento sem mais explicações. O que acontece gente, é que esse ano eu realmente estou totalmente dedicada a uma determinada coisa, então fica bem foda para conseguir postar capítulos regularmente, pensei seriamente em abandonar a fic, porém, parei para reler tudo desde então, e os comentários de vocês, cada pessoa que acompanha cada capítulo, me fizeram desistir dessa idéia de abandono. Masss, nem tudo são rosas, não posso prometer pra vocês continuidade, mas farei meu melhor.

Amo vocês ♡

The Walking Dead And 1DOnde histórias criam vida. Descubra agora