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Era verão quando descobri sobre mim, as aulas haviam acabado e a neve de dezembro estava começando a cair sobre o asfalto. Pra mim foi como um choque saber que metade de mim é louco por sangue humano, e a outra metade ama caçar e comer carne crua. Acho que apartir dai que descobri o porque gosto de chupar sangue e comer carne meia sangrando, o porque que sempre venci o campeonato de corrida, o porque sempre amei cachorro, e etc.
No começo achei bem legal saber que era híbrida, mas agora, acho chato, pois você não pode contar a ninguém, não pode correr e nem comer carne sangrando ou beber sangue. Tenho que me controlar toda vez que vejo sangue na escola, ainda bem que estou no 3° ano do ensino médio. Às vezes sinto que à mais igual a mim soltos no mundo, ou perto de mim, tipo meus amigos, sinto que eles estiveram presentes desde que entrei no pré, como se me lembrasse deles estarem junto comigo.
Acordei assustada, tive outro sonho ruim, desde que descobri ser híbrida, sonho com um cara careca, usando óculos, olhos preto e pardo, falando que minha hora iria chegar e eu teria que enfrentar meus medos, vejo minha família amarrada e várias pessoas apontando adagas pra ela, e quando eu corro pra empedir, elas atiram e acordo. Sempre termina assim, minha mãe diz que não é nada, mas eu sei que tem alguma coisa no meio disso tudo. Me levanto ainda pensando no sonho, arrumo minha cama e desço pro café, mas em momento algum, o sonho sai da minha cabeça, assim que termino de descer as escadas, meu irmão idiota bate em minha cabeça.
-Oi praga híbrida. Ele fala e vai pra cozinha, só minha família sabe que eu sou híbrida.
-Sai, seu chato do caram....
- Olha a boca suja. Fala meu pai descendo as escadas rápidos, pronto pra ir ao trabalho.
-Oi amor. Minha mãe vem da cozinha e termina de arrumar a gravata do meu pai, depois o famoso beijo na boca.
Vou pra cozinha tomar meu café da manhã, estava tudo normal, eu já poderia riscar a correria de manhã da minha lista, me sentei na mesa, e logo todo mundo sentou junto, meu irmão do meu lado, meu pai do lado do meu irmão e por fim, minha mãe com a jarra de suco do meu lado. Tomamos café em silêncio, até tomarmos um susto com o despertador do meu pai, avisando que era hora do trabalho, então ele se levantou, deu beijo na minha mãe, e depois se dispediu de mim e do meu irmão, assim que a porta fechou, o motor do carro ligou e ouvimos ele sair buzinando, minha mãe olhou séria pra mim e pro meu irmão.
-Agora me contém oque vocês sonharam essa noite, começando por você Gabby. Ela aponta pra mim, depois toma seu café com leite.
-O mesmo de sempre, aparece um homem careca e depois vocês. Termino e depois tomo o suco acompanhado do pão francês, ela olha pro meu irmão.
-Sobre uma névoa branca, logo aparece a praga híbrida, mas ela estava flutuando.. comecei a me enterresar no que ele estava contando.
-..os olhos brancos, e estava todos os amigos dela, então ela abre a boca e a névoa fica preta, depois aparece os amigos no chão mortos e quando me viro, ela me mata com uma adaga. Os dois me olham como se fosse algo grave, mas na verdade, era sim algo bem grave, meu irmão tem um tipo de dom, visão do futuro, e geralmente oque ele vê acontece, mas, duas ou três vezes dessas visões estavam erradas. Me levanto, subo as escadas e entro no meu quarto, tranco a porta e deslizo nela até o chão, não queria que meu irmão morressem, mesmo agente sempre brigando, nós nos amamos. Me levantei e sentei na cama, me lembrei que já tive aquele sonho, e algumas visões dele, eu já tive antes dele contar. Mas é muito difícil eu sonhar algo além do cara careca.
Fechei meus olhos e tirei um cochilo, estava começando a sonhar quando meu despertador tocou avisando que era hora deu ir a escola, me levantei, fui ao guarda roupa, peguei meu uniforme, sai do quarto e fui ao banheiro, tomei um banho morno, lavei meu cabelo castanho claro, joguei água no meu rosto meio pardo, e esfreguei meus olhos castanhos claros, peguei a toalha, me sequei e coloquei minha roupa, sai do banheiro e desci pra sala, como sempre, o aroma da comida isolava a sala, subi novamente, entrei no quarto, peguei minha bolsa, joguei-a na cama, peguei o pente e penteei o cabelo, minhas pontas onduladas estavam aparecendo. Fiquei me olhando no espelho e imaginando o sonho que meu irmão falou na hora do café, me imaginei flutuando e matando ele, estava perdida nos pensamentos que minha mãe estava me berrando lá na sala.
- GABBY GABBY.
- JÁ ESTOU DESCENDO MÃE. Berrei, peguei minha bolsa e desci, sentei na mesa e coloquei minha bolsa nos pés. O almoço foi igual ao café da manhã, ninguém falou nada, assim que terminamos a sopa, nos levantamos e fomos pro carro, meu irmão ainda estava terminando de se arrumar, saímos apressados, já que eu e ele estavamos super atrasados pra escola e faculdade. Chegamos e sai correndo que nem dei tchau pra mãe. Assim que entrei na portaria da escola, peguei minha carteira de estudante, aproximei do identificador e passei na roleta. Quando cheguei na porta da minha sala, fiquei imaginando a desculpa que iria dar, abri a porta e o professor já veio me dando bronca, as únicas palavras que sairam da minha boca foram "desculpa". Assim que tocou o primeiro sinal, peguei minhas coisas e fui pra outra aula. Os professores mandaram nós fazermos bastante coisa, que quando o sinal tocou pro intervalo, peguei minhas coisas, e fui a primeira a sair da sala, como sempre, sentei na mesa escondida atrás da parede da escola, peguei meu celular, meu fone e comecei a escrever sobre tudo oque aconteceu desde que descobri ser híbrida, como tive que me desculpar com meus amigos e depois me afastar, como tive que parar de sair comendo por ai, e muitas outras coisas, ao som de um bom Rock. Minha atenção foi interrompida por minha ex-melhor amiga.
-Eai, oque você está fazendo Gabby? Fingi não escutar, aliás, estava com meu fone de ouvido no último volume, até ela tirar, foi ai que pecebir que o grupo que andava estava ali, droga.
-Oque foi? Posso ouvir minhas músicas em paz por favor? Falei meio rígida e tentando pegar meu fone.
-Não antes de você falar o que está acontecendo? E o porque de você se separar do nosso grupo? Olhei pra ela e pros meninos que estavam de pé com os braços cruzados e ainda com cara de bravos.
-Eu já falei, minha mãe não quer me ver distraída com outras coisas a não ser o estudo. Falei e dessa vez peguei meu fone.
-Você sempre disse isso, mas eu sei que não é só isso. Ela olha com cara de certeza.
-Então diz, você não quer mais ficar com agente?
-Claro que não, é que eu sou..... falei sem pensar e quando percebi, eles estavam olhando com dúvida.
-Você é? Não podia falar, mas tinha dois planos, eu me levanto, pulo na mesa e vou correndo pra biblioteca ou falo pra eles oque realmente.
-...Eu sou do jovem aprendiz, bem na verdade eu vou entrar pra lá, então com licença, vou ir a biblioteca. Disse e me levantei calma, eles ficaram com cara ainda mais de dúvida, mas até que minha resposta foi boa.
-Ei espera, jovem aprendiz não é....Droga ela descobriu, assim que ela pegou no meu braço, coloquei a outra mão nela e me soltei.
-Me larga Ana, que merda. Falei brava, não podia mais ficar ali, meu sangue estava fervendo e muito, os outros dois vieram até onde estavamos
-Calma gente, não vamos brigar. Lucas falou colocando a mão entre a gente.
-Você tem razão, não vamos brigar, então não coloca a mão em mim, nenhum de vocês. Falei como se estivesse dando uma ordem, eles me olharam assustados. Me virei e continuei andando em direção a biblioteca, me senti culpada por ter feito aquilo. Assim que cheguei na biblioteca, me escondi em umas das prateleiras, coloquei minha bolsa no chão, para poder tirar um pouco o peso das costas, escolher um livro e ao mesmo tempo pensar na conversa que tive com Ana, ela tinha razão em uma coisa, havia mais coisas anão ser o da minha mãe realmente quer que eu trabalhe. Uma lágrima caiu ser querer, me distrai que acabei deixando um livro cair, mas um garoto apareceu na hora e pegou o livro.
-Por que a senhorita está chorando? Disse o garoto, a voz era tão familiar, que eu não queria olhar na cara dele, porque iria cair mais e mais lágrimas do meu rosto.
-Pensei que o aviso servia pra isso também, então não me siga tá bom. Assim que fui sair, ele me colocou contra a parede fazendo minha bolsa ficar pra trás.
-Oque você vai fazer, me matar Isac? Falei tentando sair, mas suas mãos estavam segurando meus braços.
-Pare com isso, você sabe que eu.... joga seu cabelo loiro para um único lado.
-Se foi a Ana que te mandou aqui, pode falar que se ela persistir, eu irei... Ele me enterrompe com um beijo na bochecha, coisa que ele sabe que não sou muito fã.
-Por que fez isso, seu drogado? Disse meia vermelha.
-Não foi a Ana que me mandou e nem ninguém, eu disse que precisava ficar um pouco sozinho, mas eu queria era conversar com você num lugar mais reservado, pode ser? Me hipnotizei nos olhos azuis dele depois do beijo na bochecha.
-Claro. Aonde? Disse ser pensar.
-Atrás da escola, aonde nós nos separavamos para irmos pra casa. Ele me solta, vira e sai daquele canto, quando fui perguntar uma coisa pra ele poucos segundos depois, ele já tinha ido embora, voltei e peguei minha bolsa, o sinal tocou e sai da biblioteca, subi as escadas e quando estava indo pra sala, esbarrei sem querer mesmo na Ana, ela sorriu como se ela fez aquilo para me irritar, estava pronta pra ir atrás dela, quando esbarrei no Isac.
-Ei olha pra onde você olha garota. Ele falou e colocou a mão na minha blusa colando um pequeno bilhete nela.
"Não caia em nada que Ana fizer, ela está tentando tirar satisfações com você para ela se desculpar, e o grupo voltar.
PS: Nos encontraremos na esquina da casa de Ana." Droga, terrei que passar em frente a casa de Ana, ele é burro ou oque, fez isso de propósito.
-Que merda. Falei baixinho, já que o corredor estava começando a esvaziar, foi quando percebi a minha sala entrando. Sai correndo e fui a última a entrar, me sentei distante, não queria prestar muita atenção no professor que deixa a lousa lotada de coisas, enquanto ele meche no celular, eu apenas anotei o trabalho que eu deveriamos fazer. Peguei o bilhete e uma voltade de encontrar com ele surgiu do nada, mas ao mesmo tempo queria o esganar, me levantei e fui ao professor, pedi pra ir ao banheiro, e como ele distraído, me deu o crachá e sai rápido daquele ambiente de estudo, assim que desci as escadas pra ir ao andar de baixo, vi Isac parecendo esperar algo. Droga tinha que fingir não ligar.
Passei direto, entrei no banheiro e percebi que ele havia acabado de me olhar de cima a baixo, fiz um mini sorriso no rosto, mas ele desapareceu quando vi algumas amigas de Ana e a própria Ana ali, como todo mundo poderia descer junto daquele jeito?
Fui ao espelho e ajeitei um pouco o cabelo, depois me virei e não sei o porque, mas olhei minha bunda. Percebi o sorriso no rosto dela, mas não liguei apenas sai, e fui conpreendida com o Isac me puxando pelo braço, e colocando a outra mão na minha nuca.
-Mudei de idéia. Ele colou outro bilhete em mim, acho que vou começar a chama-lo de cara do bilhete. Ele me soltou e sai em direção as escadas, peguei o bilhete e quando virei pra trás, vi Ana puxar Isac, então, por algum motivo, quis ficar mais um pouco, voltei pra baixo e quando vi oque Ana estava fazendo e Isac aguentando, não consegui me conter e fui até onde eles estavam.
-Ei Ana. Ela olha pra trás, Isac me olha sem entender.
-Quer conversar? Falei com um sorriso desafiador.
-Na hora da saída. Ela disse vindo até mim e assim que vi isac correr pra escadas, vi a diretora e sai desparada nas escadas, a Ana e as outras não tiveram chance de escapar, e como ela não me viu, foi fácil enganá-la dizendo que só estava indo ao banheiro. E quando entrei, veio uma crise de risos que não consegui me conter, ri bastante e quando estava ajeitando meu cabelo, vi o bilhete ainda colado no meu braço.
"Vamos nos encontrar atrás da escola, de novo." Ainda bem que não vou te que passar na casa de Ana. Minha animação mudou quando vi outro bilhete na nuca. "Não briguei com Ana". Sempre parece que ele está prevendo o futuro, mas agora, ele errou e feio. Subi as escadas e tive aquela bronca do cão, claro que tive que fazer tudo oque estava na losa, minha sorte é que termino rápido.
Depois que todas as aulas acabaram, fui encontrar com Isac, mas Ana me parou e começou a falar bastante merdas pra mim, depois voltei a rua, estava tão distraída que alguém puxou meu braço no final dela.
-Que susto, pensei que iria ser assaltada agora. Falei zoando a cara dele.
-Não é hora de gracinhas, me explica uma coisa, porque se metou no meio da confusão onde Ana estava. Ele fala sério.
-Como assim, só falei se ela queria conversar.
-E oque ela disse? Ele perguntou pegando no meu braço forte.
-Quer parar de me machucar desse jeito, dói muito tá. Falei tirando a mão dele do meu braço.
-Desculpa, estou um pouco nervoso com a sua atitude mocinha.
-Ela falou que se visse alguém como eu, atirraria-se no poço.
-Falei a verdade. Ele me olha com seus olhos azuis.
-Mas, eu estou dizendo a verdade.
-Então oque ela disse depois disso? Eu não poderia falar, iria o magoar muito, mas ele instistindiu.

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