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-Isac eu... Não consegui falar, então fui até o sofá, me sentei e fiquei com o cotovelo na minha coxa. Isac se levantou da mesa e veio até mim, em vez de se agachar ou sentar do meu lado, ele sentou no chão.
-Oque tem a me dizer? Ele fala um pouco curioso, pela voz com que falava, parecia bem curioso.
-Isac, eu não aguento mais você ficar bravo e não compartilhar, se lembra quando você fazia o mesmo, e até Ana te excluio do grupo, mas eu, a boazinha daquela época, fui atrás de você, e você acabou por me contar, depois fiz de tudo para você voltar pro grupo, e agora, você precisa fazer isso novamente não acha? Falei um tanto expressiva, ele vira o rosto para um lado, depois para o outro.
-Gabby, você vai se magoar se lhe contar... Ele finalmente olha para mim, mas fala algo bem baixinho, como se fosse "eu acho" ou "chata".
-E eu já não me magoei com aquela outra história que você havia me contado, vai conta. Sei que estou estranha, com minha cara de pidona, olhei no fundo dos olhos dele e fiz biquinho.
-E que..... aquela hora.... eu fiz aquilo por que o entregador, falou coisas desnecessárias, então fiquei bravo, só isso. Ele se levanta, pego em seu pulso, finalmente consegui um motivo para pegar no pulso dele, que por sinal, era bem quente.
-Eu sei que não é só isso. Falei o puxando para o sofá. Soltei do seu pulso, pois minha mão estava pelando, fiquei com cara de brava e "fala agora ou te mato".
-Era só isso mesmo.
-E oque mais? Segurei as duas mãos dele e, poxa que quentes.
-Vamos treinar. Ele segura minha mão, fico sem entender.
-Como assim? Tiro minha mão de baixo da dele.
-Você é híbrida, não é? Ele da um sorriso.
-Si..quer dizer.. Não.
-Então porque tem o extinto lobo e vampiro nas veias? Ele pega no meu pulso.
-Como você sabe disso? Tirei a mão dele do meu pulso.
-Saber do que?
- Que eu sou híbrida? Falei com um sorriso de dúvida. Fui me tocar que tinha me entregado logo depois arregalando os olhos.
-Por que senti. Ele começa a rir da minha cara.
-Não... quer dizer...
-Pode parar que eu sei de tudo sobre você. Ele se levanta e fica me olhando, confesso que ele está fofinho.
-Okay, vamos treinar. Me levantei, ele apenas sorriu e foi para fora, fui atrás dele. Assim que cheguei na porta, vi ele abrir um pegueno portão atrás da casa. Desci as escadas e fui até ele.
-As damas primeiro. Ele se abaixa, estende a mão para dentro daquela portinha. Entro meia desconfiada, mas fico boquiaberta ao ver um balanço de madeira, várias árvores e flores que mais pareciam, rosas vermelhas, brancas e pretas, tupilas brancas e amarelas e um enorme... GIRASSOL. Uma lágrima escorreu do meu rosto ao me lembrar daquele girassol e por incrível que pareça, daquele lugar. Me lembrei quando era criança e brincava nesse mesmo jardim com um menino, mas não consigo identificar esse garoto, que era gordo. Me sentava no balanço, o menino vinha e me empurrava, ficavamos assim até minha mãe levar oa refrescos para a gente. Fui até o balanço e lágrimas escorreram, me sentei, encostei minha cabeça na corda, que continha várias flores pequenas, e deixei as lágrimas sairem.
-Você se lembra desse lugar?De nós?. Abro meus olhos e fico o encarrando, ele sorri, vem até o balanço e começa a empurrar do jeito que o menino fazia.
-Como assim "de nós", eu ficava brincan..... E a minha fixa caiu.
-V.você... é.é..... a.o..... Merda, estou gaguejando. Ele está rindo da minha cara.
-Você se lembra daqui, mais não se lembra de nós? Ele se sai de trás do balanço, fica na minha frente e se agacha, com um sorriso meio, mas não muito, malicioso. Nego com a cabeça mentindo, ele se levanta e vai para o centro do jardim.
-Vamos comecar a treinar? Ele se vira, me levanto assentindo com a cabeça, fui até ele, e fiquei na sua frente.
-Okay. Ele vai a uma árvore, tira a camisa, fiquei o olhando em volta enquanto ele vinha ao centro.
-A primeira coisa é... Foquei minha atenção nele.
-Aprender a posição para invocar sua força ou magia, como queiras chamar. Ele faz uma posição, um pé para o lado e o outro continuou no mesmo lugar, suas mãos estavam juntas como se estivesse rezando, seus olhos estavam fechados. Ele abriu os olhos e voltou ao normal.
-Essa é minha posição para concentrar minha força, cada um tem a sua. Ele fala apontando para mim.
-E como faço para saber a minha? Ele apenas sorri.
-Feche os olhos. Ele se aproxima, fecho meus olhos, sinto ele pegar minhas mãos, e as dele são quentes iguais seus pulsos.
-Imaginasse fazendo uma posição. Ele solta minha mão, me imagino com um pé para trás e o outro no mesmo lugar, meus braços estavam na frente e minhas mãos estavam para cima. Estava praticamente em posição de ninja. Ouvi Isac soltar um risinho.
-Agora, abre os olhos devagar.
Comecei a abrir os olhos devagar, estava embaçado, mas pude ver meus braços na frente e minha mão para cima, não resisti e abri os olhos de uma vez. Fiquei boquiaberta, sim... Eu estava na posição que havia imaginado.
-Co..como? Desmanchei a posição.
-Simples, você imaginou e sua imaginação se espandiu, fazendo seu corpo a comandar e fazer a posição que imaginou.
-Tabom então, agora volte a me comandar corpo. Falei num tom brincalhão apontando para o meu corpo. Nós dois rimos.
-Segunda é aprender a usar sua magia. Ele me rodeia, aposto que me olhando de baixo a cima.
-Parece que você é uma híbrida. Ele me olha com ar duvidoso, e com o dedo na boca.
-Sim, eu sou uma híbrida.
-Mas não uma qualquer. Ele me olha malicioso.
-Hum. Falei olhando em volta.
-Sabe o que é vampiro e losbisomen né?
-Claro que sei, não sou burra tá. Falei meia brava.
- E bruxa?
-Claro que sim, por que? Falei agora com ar de duvida.
-Sua família não te contou esse detalhe?
- Para de enrolar e conte logo o por que de você fazer essas perguntas e principalmente se eu sei o que é "bruxa". Fiz aspas no ar, ele me olha surpreso pela minha interrogação.
-Vai contar ou não? Coloquei minhas mãos na cintura e olhei-o brava.
-Se sua família brigar comigo, a culpa é toda sua, por te me feito contar. Ele fala apontando.
-... e por outro lado, fui eu que fiz a pergunta. Ele fala baixo, com a cabeça baixa.
-Mas... Ele levanta a cabeça. -Você é uma bruxa de primeira. Ele coça a parte de trás da cabeça.
Aquelas palavra ficava rodeando minha cabeça. "BRUXA", "BRUXA", "BRUXA", "BRUXA". A única palavra que rodiava minha mente.
-Que tal comermos uma pizza e retormamos amanhã? Falei tentando esquecer aquela palavra que me rodiava.
-Pode ser... acho que... é muita coisa para você..... em um único dia. Ele fala coçando a parte de trás da cabeça.
Saimos do jardim, entramos na casa, fui logo para a mesa, me sentei enquanto Isac ia para a cozinha esquentar a pizza. Fiquei pensando na mesa, quantas vantagens pode se ter em ser bruxa e, quantas desvantagens também. Olhei para fora e vi uma tupila amarela. Comecei a imaginar ela dançando, depois de alguns minutos, ela começou a se mover devagar como se estivesse mesmo dançando. Formei um sorriso, fiquei tão concentrada na tupila, que nem vi Isac se sentar na mesa.
-Nossa, uma tupila dançante. Volto ao mundo real e percebo que ele estava rindo.
-Parece que você já sabe controlar as coisas por volta da imaginação, nosso maior limite. Ele pega um prato, um pedaço de pizza, morde e continua olhando para fora, observando aquela tupila dançante, pego um prato, um pedaço, e mordo, fico mastigando bem devagar, esperando ele se cansar de comer para podermos fazer outras coisas ( SEM MILÍCIAS POR FAVOR). Não estava com fome, só precisava analisar um pouco aquela situação de BRUXA na minha cabeça. Ficava o olhando comer, enquanto eu mastigava bem devagar. Depois de um tempo ( Longo tempo, como 30 minutos depois), ele arrota e se relaxa na cadeira como se estivesse cheio, e deveria estar, depois de comer 5 farias de pizza, e eu estava na metade da segunda.
-Pronto? Pergunto me levantando, ele assenta com a cabeça, pego o meu e o seu prato, levando para a cozinha. Depois volta a mesa e termino de pegar a pizza, volto a cozinha, procuro outro prato, coloco a pizza, já que continha 2 fatias e meia, e coloco na geladeira. Volto a sala, Isac ainda estava olhando para fora, passo direto indo em direção ao quarto, entro e fecho a porta, me sento na cama, pego o ursinho que era muito fofo, o aperto me lembrando de um mesmo ursinho branco que tinha quando criança. Ne deitei na cama por cima do endredon, fiquei abraçada ao ursinho, fiquei pensando em como poderia estar minha família e nesse assunto de bruxa, pensei tanto que acabei por dormir.

Sonho on.
Estava num rio de vinho que mais parecia sangue, aquele cheiro agradável de sangue humano, aquele aroma mais que gostoso, mergulhei minha mão naquele vinho/sangue, tirei-a do vinho e coloquei na minha boca, para ver se era mesmo sangue, mas o gosto palpitava diferente do de sangue, era mais para vinho, mas de qualquer jeito, era vinho. Mergulhei naquele vinho, quando voltei a superfície, estava num deserto, com a roupa, o corpo e o cabelo coberto de vinho. Comecei a andar, depois de horas andando, vi uma casa, sai correndo na esperança de ter alguém ali. Sem sucesso. Casa completamente vazia, apenas comida, roupa, e outras coisas que casa de deserto tem. Sai dali com outras roupas, vi vários homens vindo com mulheres, 5 aparentaram ser velhos, tipo entre 30 e 40 anos, e um rapaz que aparentava minha idade, 17, encostado na casa. Como estava com roupa de dançarina do ventre, fui até ele.
-Oi, queria sabe..... Minha voz travou ao ver o rosto daquele sujeito, parecia tanto com o....o...I.I...SA.SA..C...

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