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-Então essa sou eu de verdade? Falei baixo, me vi com olhos negros em toda pupila, cara pálida e um sorriso como se eu fosse matar alguém.
-Matar ou cortar? Perguntei a mim mesma do espelho, estava pensando em várias possibilidades de me cortar, mas não havia nada ali, a não ser....
-O espelho. Levanto minha mão formando um soco lentamente, tomo empulso para pode socar o espelho, e sem pensar duas vezes, o espelho quebra em milhões de cacos. Eu, me sentei em cima daqueles cacos em busca de um maior, não me importando se aqueles cacos estavam me cortando, eu estava loucamente procurando o caco desejado, até o achar debaixo da pequena pia. O peguei e coloquei contra meu pulso, não muito fundo, um pequeno corte foi formado.
-Gabby, você está bem? Uma voz apareceu derrubando a porta. Ele arregalou os olhos e colocou a mão na boca.
-Gabby... você está louca? Ee fala vindo em minha direção, mas antes que ele pudesse me tocar, um alívio me tomou por completo, retirando aquela escuridão que, quase me dominou, e em questão de mini segundos, eu desmaiei.
  Eu estava desmaiada, mas pude sentir meu corpo, o momento em que Daniel me pegou no colo, ser balançada de um lado para o outro, líquido em todo meu corpo, e até, músicas sendo cantadas, mas não músicas normais que todo mundo ouve, tipo pop ou funk ou rock, e sim, como se fosse capoeira. Tambores sendo batidos, danças levantando poeira, e pessoas cantando uma música que eu desconhecia.
-Ela está correndo um perigo imenso aqui, tem que leva-lá ao verdadeiro lugar de onde ela veio, você pode cumprir uma missão para mim? Era uma voz de homem grossa, depois dessa fala, silêncio foi tudo oque eu ouvi, além das batidas nos tambores e das cantigas.
-Ensine-a, treine-a, você não poderá ajuda-lá quando precisar, você pode até estar lá, mas não poderá ajuda-lá. Outro silêncio, mas dessa vez, nem tambores ou cantigas atrapalhavam. Queria reagir, mas não conseguia, não consegui abrir o olho, nem falar, ou sequer mecher, estava completamente paralisada. Senti me apagar de vez, como se agora, eu realmente estivesse desmaiando, minutos depois, imagens invadiam meus pensamentos que por sua vez, sonhos invadiam meu consciente.
  Acordei em uma cama, meu corpo estava um pouco dolorido, não conseguia ver muito, mas, parecia o quarto onde Daniel me hospedou. Esfreguei meus olhos, e sentei na cama para ver melhor, era mesmo o quarto onde ele havia me hospedado. Me descobri de uma coberta de lã, coloquei um chinelo de madeira, e caminhei com um pouco de dificuldade para a porta. Assim que cheguei na porta, fui impedida de sair por um campo de força mágico, pelo menos, é o que parece. Aquela "magia", percorreu pela minha mão até chegar ao corte, um pequeno choque atingiu o local, eu apenas retirei minha mão rapidamente do campo e balancei como se estivesse retirando aquela "magia".
  Fui até a janela e o mesmo campo e o mesmo choque se repetiu, parecia que eu estava presa ali dentro, e eu estava, se não consegui nem sair pela janela. Voltei para a cama e me deitei, comecei a pensar em várias formas de poder sair dali, pensei em usar poder, mas não conseguia controlar nem mesmo eu, então, pensei em gritar, mas eu acho que não tem ninguém na casa. Quando estava prestes a desistir, me lembrei que no quarto, havia um banheiro, e no banheiro, provavelmente haveria uma janela. Me levantei em um pulo, esquecendo do meu corpo, minhas pulso foi a região principal da dor, seguido das costas. Eu não sabia aonde colocava a mão, ou nas costas ou no pulso. Mesmo doloridos os derivados lugares, eu insisti em ir ao banheiro, queria sair daquele lugar a qualquer custo, queria salvar meus pais, encontrar Isac, e não perderia momento algum. Mesmo sendo teimosa, eu vou encontra-los, nem que eu de minha vida para isso. Respirei bem fundo, abri o box, e lá estava a bendita janela, não parecia estar protegida por nenhum campo de "magia". Peguei um banco no quarto e coloquei debaixo da janela, subi em cima do tal e quando ia pular, ouço um barulho no quarto, me assustei e quase cai do banco.
-GABBY, AONDE VOCÊ ESTÁ?. Ouço Daniel gritar do quarto, não sei bem oque deu em mim, mas eu sai correndo em direção ao quarto e o abracei bem forte, ele retribuiu, algumas lágrimas quiseram brotar mas eu não deixei, contive o choro.
-Que susto você me deu. Ele fala encostando sua cabeça na minha.
-Daniel, porque tem um campo de "magia" nas janelas e na porta? Falei ainda o abraçando. Ele apenas desgrudou de mim e me olhou bem sério.
-Gabby, você vai treinar.
-De novo não. Falei ja me jogando na cama.
-Okay espertinha, mas não vai ser nesse mundo. Foi a última coisa que ele falou antes de sair do quarto e me deixar com cara de curiosidade.

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