《15》Invasão

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   Ela ainda estava deitada,  e agora com um barulho,  vira na cama e volta a cochichar,  e escuta dessa vez barulho de estilhaços de vidros. e se surpreende ao ver alguém entrando em sua janela,  a princípio ela achou que fosse um sonho, ou algo parecido, mas não era, realmente tinha alguém alí no seu quarto que tinha entrado por sua janela, estava vestido todo de preto,  casaco de capuz, calsa Jeans e sapatos sociais também pretos. Ela levantou assustada até o interruptor para acender a luz e ver que estava em seu quarto. Não havia ninguém,  ela estava sonhando? Percebeu que não estava realmente quando olhou para a janela, em pedaços,  e cacos por todo o seu quarto, chegou mais perto da janela para ver se tinha alguém lá fora e nada, quando sentiu um dor nos pés e percebeu que havia entrado um caco de vidro em seu pé. Ela desceu até a cozinha e ligou as luzes, a fim de enxergar o furo no pé, e viu o sangue descer, com uma pinça, até que consegue retirar o pequeno problema.

     Ela sobe para o seu quarto,  ia entrar, mas muda de idéia ao ver o quarto repleto de pequenas armas de vidro, ela resolve ir ao quarto da amiga pra ver se encontra alguma chinela de dedo ou algo parecido,  encontra uma, limpa toda a bagunça, e resolve não dormir mais, estava muito exausta, mas talvez não aguentasse outro susto.

     Ela toma  banho pra espantar o sono, e senta no sofá,  pega um livro e começa a ler, mas não aguenta e novamente cai no sono. Acorda com outro barulho, agora vem de fora, ela olha bem e fica espantada, a porta da sala, estava aberta, bem aberta, e ela não podia ver nada lá fora, a não ser a noite escura. Começou a ficar preocupada com o quê estivesse fazendo aqueles estragos, e agora ela se encontrava com uma janela estilhaçada e uma porta arrebentada. Estava bem confusa e extremamente cansada, a cabeça dela estava prestes a explodir,  nem mesmo as trancas podiam proteger mais ela, Ela foi à cozinha e pegou uma faca, colocou detrás das almofadas e se sentou novamente no sofá, ficou alguns minutos ali desconfortável,  e logo saiu para fora a fim de descobrir o motivo de tudo aquilo. Ela sai receosa, olhando de um lado para outro, percebe que a visão está limitada,  e resolve pegar uma lanterna para ver se enxerga melhor, volta pra dentro e procura a lanterna, tropeça em algumas coisas mas não encontra. Resolve usar o celular mesmo, quando ela liga a lanterna do aparelho sai novamente lentamente até chegar a frente da casa. Não havia nada de anormal, a lua quase encoberta pelas nuvens escuras,  e a rua completamente deserta. Ela não via ninguém ali, e resolveu ir ao lado da casa pra ver se via algo, e nada novamente.

      Ela volta novamente para dentro, e liga a televisão no intuito de se manter acordada,  porém quando ela se senta no sofá,  antes mesmo que pudesse descansar as costas escuta um barulho, agora vindo de cima.

     -Eu não acredito...  Tem Alguém aí em cima?

     Não obtém resposta alguma, e resolve subir e examinar.

    -Que droga velho, não acredito nisso, será que eu não posso ter paz. 

      Ao subir as escadas escuta a voz de Natália.

     -Tereza? Onde você está?

     -Natália?  É você?

     -Sim sou eu Tereza,  e você está onde,  vem aqui no meu quarto.

      Ela estava muito assustada,  percebeu algo diferente na voz da amiga,  mas mesmo assim era  voz da sua amiga, com certeza era. Ela sobe as escada receosa, não sabia o que a esperava e parou na porta do quarto da amiga,  estava com a porta aberta e completamente escuro, ela entra lentamente e para pra procurar de onde havia saído a voz da amiga, de repente ela vê no canto do quarto,  algo que a deixa assustada, e faz seu coração disparar.

     Um homem segurando amiga com força, com uma das mãos prendia a boca dela pra que não gritasse,  enquanto a outra estava com uma faca  fixa no pescoço dela, a amiga estava desesperada, dos olhos corriam lágrimas como se a pedir socorro.  E o homem usava capuz e seu rosto não podia ser visto.  Era o mesmo que estivera a  pouco no quarto dela.

     -Larga a Natália por favor, nos não temos dinheiro, mas do que temos aqui, tudo que quiser pode levar. -Ela tremia a voz ao falar.

     -Ah sim, você acha que sou ladrão. Antes fosse minha querida,  quero algo a mais que dinheiro.

     Ao ouvir aquela voz, ela mais ainda se assustou,  como se isso fosse capaz, ela poderia confundir a realidade com a loucura, de tão cansada,  e assustada que estava, seus olhos pediam por descanso, e o mesmo a seu corpo. Ela deu um passo atrás distraída e quase tropeçando em alguns móveis.

     -Augusto? mas o que você quer?

     -Você! Eu quero você!

     -Mas como assim? Não temos mais nada Augusto.

    -Ah então acha que quero voltar não é mesmo. -Ele ri escandalosamente como forma de desdém.  -Não Tereza, quero apenas acertar as contas com você.

     -Não entendo, o que foi que eu te fiz?

     -Ah coitadinha, tão inocente, incapaz de suscitar inimigos. Fala sério Tereza, diz a sua amiga, quem você é de verdade, é o que fez com ele.

     -Ele quem? Já mandei parar com isso ou não vai gostar.

    -É o seguinte,  sua vida pela da varota, é pegar ou largar!

     -Seu idiota,  você sabe que não pode me matar,  vai ser perca de tempo.

     Tereza dizia isso pois sabia que só poderia morrer definhando.

     -Por isso mesmo, se você vir comigo, ela vive, se não vier, ela morre e ainda te pego depois. A escolha é sua.

     Ela estava pensando em uma maneira de escapar,  ela não poderia morrer, e não era justo ela ser ingrata com quem ofereci abrigo a ela. Como não tinha nenhum plano, resolveu ganhar tempo.

     -Pode até ser, mas primeiro quero saber o porque de tanta raiva.

     -Está bem. Já que insiste em saber posso até lhe contar a história,  primeiro me diga se vai aceitar meu acordo.

     -Depois da história, vou com você por livre e espontânea vontade.

      Ele pegou Natália que estava amarrada e tampou  com pano  a boca dela.

     -Isso é pra você não gritar, provavelmente ninguém vai escutar,  mas é melhor você ficar calada e quieta.

     -Cuidado seu idiota, não machuca ela.

     -Mais do que você quis machucar um dia?

    -Cale-se tolo, não sabe o que diz! Me conte tudo e deixa de Rodeios.

   -Mas, sente-se que a história é longa.

     Tereza estava desestabilizada emocionalmente,  e tudo o a que vinha a mente é que deveria ter ouvido o pai, ou até nunca ter saído de casa, mas agora isso não adiantava muito,  ela já estava vivendo tudo o que havia procurado. Mas ainda ia descobrir algumas peças que estavam fora do lugar.

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