Abri lentamente a porta, tentando não emitir som algum. Ainda haviam quatro balas no total, sendo três na arma que segurava na mão direita e uma na que estava na mão esquerda.
Ao entrar, corri meus olhos pela sala, descobrindo que Ana estava amarrada em uma cadeira, assim como acontecera comigo naquela tarde. Teresa estava de frente para a ruiva e de costas para mim, portanto não me veria.
- Se você ainda não está arrependida de ter nascido, vai se arrepender hoje. - Disse a loira, sem saber que eu a impediria.
Andei cerca de dois metros, ficando suficientemente perto para encostar o cano da arma na cabeça da loira.
- Não, ela não vai! - Falei, fazendo com que ela se assustasse.
- Você não tem coragem de fazer isso... - Falou a loira, com a voz trêmula, forçando uma risada.
- Fique de frente para a parede! - Gritei. - E encoste as mãos nela.
Quando teresa fez o que ordenei, desamarrei Ana e tirei sua mordaça.
- Eu não acredito... - Disse a ruiva, me abraçando e começando a chorar. - Eu cheguei a pensar que você não viria...
- Eu disse que sempre estaria aqui para te proteger, não disse? - Falei, encostando sua cabeça em meu peito.
- Que bonitinho. - Disse Teresa, com uma risada fria. - Vão morrer juntos!
- A única pessoa que vai morrer aqui é você! - Falou Ana, com raiva. - Mas não antes de me explicar o porquê disso tudo.
- Matei minha mãe e ganhei minha herança, pois ela viu as notícias de sua morte... - Contou a loira, como se matar a própria mãe fosse algo normal. - E eu achei divertido!
- Você é doente. - Falei, apontando as armas para ela. - E merece morrer...
- Eu não teria tanta certeza... - Disse Teresa, se jogando para o lado.
Por impulso, atirei ao mesmo tempo com as duas pistolas, errando os ambos os tiros, desperdiçando duas balas. A loira se jogou por cima de mim, me derrubando.
Cada uma das armas deslizou para um lado, e Teresa pegou uma delas. Eu continuava caído no chão, em estado de choque, portanto não teria defesa.
- Eu sempre venço! - Gritou ela, apontando para minha cabeça e apertando o gatilho, mas sem resultado.
A arma estava descarregada, e essa foi minha salvação.
- Você perdeu. - Falou a ruiva, atirando duas vezes contra o peito da prima, que caiu com a arma em punho.
Me levantei rapidamente, correndo até Ana, que continuava apertando o gatilho em direção ao corpo do outro lado do quarto. Uma lágrima escorreu lentamente por seu rosto, e ela deixou a arma cair no chão.
- Você fez a coisa certa... - Falei, parando em sua frente.
A ruiva me abraçou com força, como se não fosse soltar. Seu choro apenas aumentava, depois de mais de um mês presa.
- Precisamos sair logo daqui... - Falou ela, preocupada. - Mas minha perna está doendo muito...
Peguei ela no colo e corri até a porta da frente da casa, torcendo para que ninguém mais tivesse chegado.
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Muito Mais Que Uma Viagem
AdventureContinuação de "Apenas Uma Viagem" Até onde você iria por amor? O que você faria para resolver um problema que você mesmo provocou?