O observei por alguns segundos, sem reação.
- Como assim? - Perguntei, ainda confuso com a novidade.
- Você devia ter visto sua expressão! - Respondeu Fábio, começando a rir.
- Cheguei a gostar da ideia... - Falei, também começando a rir.
- Ela aceitou voltar comigo! - Afirmou o asiático, com um sorriso enorme no rosto.
Era explícito que Fábio estava feliz como poucas vezes estivera antes em sua vida. Se tudo corresse bem e uma doação fosse possível, as coisas poderiam realmente mudar.
- Quando podemos partir? - Perguntei, esperando que Judith já estivesse pronta para essa loucura.
- Ela mora a poucos quilômetros daqui, levamos ela em sua casa e voltamos para o Brasil. - Disse ele, estendendo o braço para me alcançar um copo de cerveja que acabara de ser servido. - Quer?
- Vamos logo, estou com saudades do Bob... - Comentei, com um sorriso um tanto quanto aéreo. - E, sobre a cerveja, a não ser que você prefira chegar no Brasil em uma caixa de madeira, não, obrigado.
O asiático deu uma risada, então a loira chegou e o abraçou por trás.
- Vamos... - Sugeriu ele, andando em direção à porta.
Fomos até o carro, e depois de uma breve troca de olhares, notei que devia dirigir. Ana se sentou ao meu lado, e o outro casal ficou nos bancos de trás.
Judith colocou o endereço no GPS, e realmente não era muito distante da área onde estávamos. Em menos de quinze minutos chegamos à casa onde ela vivia.
- Eu já volto. - Disse Fábio, saindo junto com a loira, ao notar que alguns pingos de chuva começavam a cair.
Os dois entraram na pequena casa de cor clara com algumas flores secas no pátio e fecharam a porta em suas costas.
- Espero que não demorem. - Comentei com Ana, que estava distraída.
- Mas se demorarem, tudo bem... - Respondeu a ruiva, levando sua mão ao meu joelho.
- Não tenha tanta pressa. - Falei, apontando para a casa, de onde os dois saíam.
Judith estava com uma pequena mochila e caminhava apressada até o carro, sendo seguida de perto por Fábio.
- Um bilhete sobre a mesa e uma fuga do país é a melhor maneira de terminar um relacionamento! - Afirmou o asiático, abrindo a porta do veículo.
- Ela... você é a melhor pessoa do mundo, não é mesmo? - Perguntei, ironicamente, rindo.
- Mas é claro! - Concluiu ele. - Nada é melhor do que a felicidade!
Dei a partida no carro e fomos em direção à estrada, a pouco tempo de chegar a Berlim.
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Muito Mais Que Uma Viagem
Phiêu lưuContinuação de "Apenas Uma Viagem" Até onde você iria por amor? O que você faria para resolver um problema que você mesmo provocou?