parte 8

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Assim que chegaram ao último ano da faculdade, ficaram noivos. A família de Marcel ficara muito feliz e Gemma implorou para que a deixassem organizar  o casamento.

Já a família delucy... Bom, eles nem sabiam. Rute apenas a procurou uma vez, depois que Lucy se ter mudado para o apartamento de Marcel. Então, após isso, nunca mais tinha tido notícia dos pais.

No final da faculdade, com as provas chegando, Lucy estava super nervosa. Não conseguia estudar.

E isso tinha um motivo: traição.

Não da parte de Marcel, claro. Ele jamais faria isso com ela.

Mas Lucy sim. Ela havia traído-o. E nunca iria se desculpar por isso, muito menos ele!

Em uma tarde de quarta-feira, foi até a farmácia e comprou um teste de gravidez. Ela estava a suspeitar de estar gravida, já que há dias estava sentindo enjoos. A sua sorte era que Marcel estava na faculdade ainda, pois tinha que fazer um trabalho num estúdio.

Lucy mordia o lábio inferior, enquanto esperava o maldito teste ficar pronto. Dez minutos nunca foram tão longos quanto aqueles.

E por fim, quando teve que ver o resultado, hesitou.

Porque, assim que olhou, dera positivo.

Ela estava grávida. De um filho que não era de Marcel.

Tinha a certeza de que, se contasse a Marcel , estaria morta. Ele não a perdoaria, nunca. E estaria morta se tivesse que viver sem ele.

Afinal, porque havia traído ele?

Chorando, Lucy foi até o portátil e pesquisou sobre aquilo que sua mãe tinha pesquisado antes dela nascer.

Uma clínica de aborto.

Tiraria o bebé dela, e Marcel não ria saber. Poderia viver a sua vida em paz. Prometeu a si mesma que jamais faria o mesmo que sua mãe, mas ela não via outro jeito.

Aquela criança não podia vir ao mundo.

Anotou o endereço e o telefone da clínica e saiu. Chorando, dirigiu pelas ruas tranquilas até, levando em conta o horário.

Confirmou o endereço, assim que chegou à frente de uma casa chique, mas sem nenhuma placa, nem nada do tipo que procurava.

Respirou fundo. Era ali.

Apertou o botão do interfone e esperou.

O que deseja? – uma voz feminina perguntou.

Lucy tremeu, as lágrimas escorrendo ainda.

- Eu quero... - suspirou. - Marcar uma consulta - falou o que seria melhor e o que a pessoa do outro lado entendesse. Não podia dizer que queria fazer aborto, com tantas pessoas a passar naquela rua.

O portão automático foi aberto e lucy entrou. E a porta de madeira mais a frente foi aberta, e saiu uma rapariga loira, com uma expressão simpática.

- Olá. Venha, entre - ela encaminhou Lucy até uma pequena sala, onde havia uma televisão ligada, passando um filme sobre mães e filhos, e do outro lado, uma mesa de escritório, onde a rapariga loira sentou-se.

Com certeza, não era o que Lucy esperava. Qual era o objetivo do filme?

- Sabe que aqui é uma clínica para abortos, não sabe? - a rapariga perguntou, encarando-a seriamente.

- E é justamente por isso que  estou aqui – Lucy respondeu, parecendo firme.

Mas engoliu em seco,sabia que iria fazer algo errado. Porém, tinha que fazer. Preencheu uma ficha, assinou-a e leu todos os termos e condições. Assim que a secretária entrou em uma outra porta - a qual Lucy imaginou ser o consultório onde as mulheres abortavam -, prestou atenção no filme.

Quantas vezes, depois de começar a namorar Marcel, imaginou-se sendo mãe? Ela sonhava com isso! Mas tinha certeza de que aquele filho não era dele.

Sempre que Marcel e ela tinham relacionamentos, ele  prevenia-se.

Porque fora ser tão estúpida? Tão... Hipócrita? Só porque Marcel não tinha tanto tempo para ela agora!

Ele não tinha tempo mesmo. Estava terminando a faculdade e precisava de passar imenso tempo no estúdio. Ele chegava sempre em casa cansado, mas, de qualquer modo, nunca deixara de dar um beijo de boa noite em Lucy, ou jantar com ela.

Lucy assustou-se quando um médico chamou-a. Antes de se levantar da cadeira, perguntou-se porque estava fazendo aquilo.

Por Marcel, respondeu ao pensamento.

Entrou no consultório, o médico explicou os procedimentos e disse que aquilo poderia ser feito naquele dia mesmo. Então, em menos de uma hora, estava deitada em uma maca.

-

Assim que tudo acabou, uma lágrima escorreu pelo canto de seu olho. Tinha acabado de matar alguém. Um ser que não tinha culpa de nada.

Já de noite, acertou o pagamento. Tinha saído muito caro, mas ela tinha dinheiro.

Voltou para casa, ainda abalada.

Assim que deixou o carro no estacionamento do prédio e subiu pelo elevador, sentiu todas as dores vindo.

Seu corpo doía, ela se sentia cansada. Mas nada poderia superar o medo de Marcel ver o remédio para as dores dentro da bolsa dela.

Estremeceu ao abrir a porta do apartamento e encontrar Marcel ali, assistindo TV, e assim que a viu, sorriu.

Controlou as lágrimas que ameaçavam cair e deu um sorriso, não muito confiante, a ele.

Apenas passou por ele, dando um selinho e seguiu para o quarto.

- Está tudo bem? – Marcel perguntou-lhe, estranhando. Lucy sempre que chegava em casa, o beijava apaixonadamente e depois ia tomar um banho, mas hoje, simplesmente, foi directa para o quarto.

Lucy ficou tensa, porque ele tinha a seguido. Por quê? Só porque ela não queria vê-lo agora? Fechou os olhos ao sentir Marcel a abraçar por trás.

O que deu nela ao ir procurar outro homem? Só porque Marcel andava muito ocupado e ela precisava de carinho? Precisava de alguém sussurrando seu nome no ouvido...

Mas o que ela não se dera conta ainda, é que esse alguém sempre seria Marcel. Porque era ele que ela amava, e era ela quem ele amava.

O que não podia mudar era o facto como tinha sido criada. Ela não conseguia viver com um único homem, não conseguia deixar de ser hipócrita e egocêntrica, odiava quando as pessoas a excluíam...

E culpava a sua mãe por isso, porque fora a mãe dela que a criara daquele jeito, sempre acreditando que o mundo girava ao seu redor.

Engoliu em seco.

- Só estou cansada... Tu não estás? - e o que ela respondeu, era verdade. Ela estava cansada mesmo, mas não pelos motivos que Marcel podia imaginar.

- Eu não - ele respondeu, virando-a de frente para ele e deu-lhe um sorriso pervertido.

 Logo lucy tratou de sair de seu abraço e ir pegar uma roupa no enorme closet que tinham no quarto.

- Vou tomar banho, ok? - e então, entrou no banheiro do quarto, trancando-se  lá. Respirou fundo e encostou-se ao azulejo frio da parede.

Um pouco preocupado com a atitude da noiva, Marcel sentou-se na cama, a fim de esperar que ela saísse do banho para conversarem.

Fazia quanto tempo que não conversavam? Cerca de três meses? Sim, por aí. Uma conversa decente mesmo, não tinham há muito tempo.

Mas ele sabia que ela entendia seus motivos. Estava no fim da faculdade, e andava muito ocupado com trabalhos, provas e tudo o que estava relacionado à sua futura profissão.

Suspirou, ajeitando-se na cama, e sem querer bateu com o braço na bolsa da Lucy. Talvez, fosse algo do destino - ou esquecimento, apenas - porque a bolsa dela era da Prada, e de um modelo que não possuía zíper, apenas um botão de pressão, e dali, uma caixa de remédio apareceu, junto com um papel.

Curioso, Marcel pegou a caixinha e o papel.

Catch a grenade for you (harry styles fanfic portugues)Onde histórias criam vida. Descubra agora