♛ Segunda Temporada ♛

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[PREFÁCIO]


SEIS ANOS DEPOIS


Lexa andava de um lado para o outro impacientemente dentro de sua cabana. A noite estava fria, o que causava maior incomodo. Queria abraçar o próprio corpo mas com Indra ao seu lado, não quis transparecer fraqueza.

Quando Nia morreu, a segunda na linha de sucessão era ela mesma, já que sua mãe tinha sido banida para sempre de seu povo e logo após, vinha o pequeno Sirius. Então, Clarke sugeriu que ela incentivasse uma votação para que o próprio povo de Azgeda decidisse seu próximo líder. Uma jovem menina, com idade próxima da dela, foi eleita. Ontari.
Lexa acreditou que tudo acabaria bem mas se esqueceu de um pequeno detalhe... Azgeda nunca quis ser parte dos doze clãs. Eles sempre se consideraram superiores e não se interessavam pelo acordo de paz. Eram totalmente contra a trégua que ela tinha com os Skaikru e depois da morte de Clarke, decidiram tomar uma posição.

Agora que a comandante estava enfraquecida com o fim de Wanheda, era o momento de se reerguer e tomar o trono que Azgeda sempre mereceu. Sua intenção era dominar toda Polis, os doze clãs e talvez... O mundo todo.

Lexa manteve o clima calmo durante o tempo que pôde, até que dois anos depois, as coisas saíram de controle. Ontari se cansou de ser tratada como idiota e criou uma guerra contra o povo do céu. Desde então, Lexa ficou dividida entre apoiar seu povo ou tratar os de Clarke como seus. Ela tinha uma dívida pessoal com a amada, afinal, elas passaram anos juntas. Mas ao mesmo tempo a ausência de Clarke ressaltava que ela não tinha mais nenhum dever com seu povo. E era isso que todos ao seu redor clamavam, até mesmo Titus aconselhou que ela não se opusesse à Ontari.

A garota atacou inesperadamente o povo do céu e conseguiu eliminar boa parte deles. Lexa pediu para que Indra entrasse em contato com Kane e deixasse claro que o ataque não tinha relação com ela mas a mulher informou que Arkadia saiu de controle. O primeiro ataque foi tudo que precisou para um grupo de rebeldes assumir o local e incentivar toda aquela guerra.

Um homem chamado Pike assumiu o posto de chanceler, o próprio povo havia votado nele. Ele alegava que os grounders não eram confiáveis, por mais que Lexa se esforçasse ao máximo para impedir guerra entre os povos.  

Desde então, ela avaliava suas opções. Estava acampada próxima à Arkadia e ordenou que seus soldados perambulassem pelo local, em busca de informações. O ataque da rainha fora desnecessário e ela tinha repleta noção disso mas não poderia ignorar que Pike ordenou morte à TODOS os grounders que por ali passassem. Não sabia nem ao menos se o povo do céu queria sua ajuda.

A entrada da tenda se movimentou e diversos soldados adentraram. Todos se posicionaram em um local distinto na barraca, antes que um homem trouxesse um refém para dentro. A pessoa que estava ali tinha a cabeça coberta por um saco, provavelmente para despistar o paradeiro da comandante. Ele a jogou no chão, a fazendo ficar de joelhos, sem nenhuma polidez.

- Heda, hoje te trago esse prisioneiro que encontrei pela floresta indo ao encontro do povo do céu.

O inglês havia se fundido ao trigedasleng durante o tempo que se passou, principalmente por respeito à "Grande Wanheda" que todos admiravam. Clarke fizera grandes coisas pelo povo de Lexa e seus ensinamentos foram de grande utilidade. Incentivou melhoras para os doze clãs e aos poucos eles a aceitaram, da forma que deveria ser. Ela se tornou uma das figuras mais importantes da terra, antes de sua precoce morte.

- E o que te faz crer que seja nosso inimigo?

- Eu não sei, Heda. Mas são tempos de guerra e nunca vi esse grounder antes. Suas ações eram suspeitas.

A voz de Lexa era prepotente quando ordenou que retirassem o saco que envolvia a cabeça da pessoa. O homem assim o fez, revelando cabelos negros como a noite. A pessoa à sua frente estava suja e nojenta, se recusava a levantar o rosto.

- Revele-se.

Mas Lexa foi ignorada. Indra impaciente se aproximou da figura estranha, impedindo que Lexa fizesse o mesmo e a puxou pelo queixo, para que pudesse observar sua face. Mas a mulher se jogou pra trás com incredulidade e automaticamente puxou sua espada. Com o susto, todos ao seu redor fizeram o mesmo. Exceto Lexa, que ficou boquiaberta com o que viu. O homem que segurava a pessoa, começou a se tremer quando percebeu que havia cometido um terrível erro.

- Algo errado, comandante?

Perguntou, tentando reunir o máximo de coragem que encontrou dentro de si. Lexa respirou fundo antes de assumir o rosto impassível novamente.

- Podem abaixar suas armas, não há o que temer. - Todos obedeceram, menos Indra que hesitou. Seus olhos nunca deixaram a criatura à sua frente. - Essa é apenas Wanheda. Minha esposa.


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