Capítulo um - O dia.

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Estou muito cansada, mal posso cair na cama. Cheguei a casa, tomei um duche bem rápido, vesti uma blusa comprida, estava cheia de calor mas acima de tudo estava cheia de sono, assim que deitei na cama, já sabia que nem precisava de música para adormecer ou aplicações para relaxar. Estava naquela fase que meus olhos queriam abrir mas estou tão cansada mas parte de mim queria perceber de onde vinha o barulho todo, todo o mundo gritando

— Se levanta. -Sinto as mãos suave no cabelo e assim que abro os olhos, era um cara bonito.

— Quem você pensa é? Porque você está na minha casa, no meu quarto?

— Chega de mimi, Yago manda o bicudo pegar ela.

— Pegar ela? Quem é você? Sai da minha casa agora.- Nem tive tempo para falar nada, veio um armário bem grande me pegou pelas pernas.

— Me solta seu merda.- E aí ele fez de propósito para eu bater com a cabeça.

— Merda. - Não estava entendendo nada, porque esses caras estão me pegando. Saímos do meu quarto e na sala estava meu pai tomando o café da manhã bem tranquilo.

— Pai? - Gritei e ele olhou para mim, falou adeus com a mão e eles rapidamente me levaram até a uma carrinha com as minhas malas, o cara que me estava pegando me fez dar de novo com a cabeça.

— Escuta aqui moço, você é cego? - Ele me pus dentro da carrinha e rapidamente começou a dirigir.

— O que é você quer de mim? Onde me leva?

— Para a favela minha fiel.

— Eu estou de t-shirt, está doido moço.

— Eu gosto da vista da sua calcinha. - A raiva tomou conta de mim.

— Você está doido seu filho da puta? Vai me levar na favela? Está se achando quem seu vagabundo?

— Ó vagabundo não, não me chamo isso sua puta.

— Vagabundo sim, seu filho da puta, me leva de volta para minha casa rápido. - Senti uma arma na minha testa, meu corpo gelou e o meu coração acelerou rápido demais.

— Levar você para casa? Sua nova casa é o morro, seu pai vendeu você para mim, não sabe?

— Meu pai me vendou? Como assim?

— É, seu paizinho te vendeu por 30 mil e para pagar a dívida que ele tinha para mim.

— Filho da puta. - Não estou acreditando nisso, meu pai me vendeu? Meu pai? Como ele aprontou isso para mim? Eu que me mato trabalhando para por comida naquela casa e ele me vende assim?

— Agora se prepara queridinha, que você é minha fiel e minha propriedade agora.

— Sua propriedade? Está tirando certo? Me leva para casa já seu vagabundo.

— Vagabundo? Eu até estava pensando em te deixar ir mas tu está se armando em espertinha então se prepara menininha, você não volta a sair do morro.

— Favelado de merda.

— Esse favelado de merda pode matar você.

— Então me mata agora porque prefiro morrer do que viver com um merdas que nem você.

— Eu ia te matar mas como você quer isso, você não vai ter.

— Estou pouco me importando mesmo você não significa nada para mim mesmo, quando eu tiver 18 eu me piro de lá.

— Pena que ainda falta um ano.- Como ele sabe que falta um ano? O meu pai é um merdas, ele sempre faz de tudo pelo jogo.

— Como você sabe?

— Eu sei de tudo, até sei que você ama gelado e que sua cantora preferida é Beyoncé.

— Basta ir no meu Facebook e sabe isso.

— Cala ela. - Aquele brutamontes ordem o cara que estava ao meu lado levantou o braço e senti um soco no meu queixo e logo os meus olhos fecharam.

Acordei num quarto lindo, digno de uma princesa, agradável e cheiroso. Assim que vi as minhas malas, eu cai na real, eu tinha sido vendida, não acreditava que o meu pai tinha feito isso comigo, precisava de um banho, para limpar a alma, então abri a mala na minha lingerie e fui tomar um banho, quando abri a torneira e saiu água fria.

— Aaiiiiiiiii. - O brutamente entrou pelo banheiro a dentro.

— O que houve?

— Não há água quente.

— Ó patricinha nem vem, isso daqui não é hotel não fia. - Peguei na toalha e me enrolei.

— Como assim? Não pagou a água?

— Não tem água quente não. - Minha cara se refletiu com cara de surpresa.

— Tem sim, é para o outro lado. - Colocou o braço na banheira e girou para a água quente.

— Obrigado.

— Sabe dizer obrigado, quem diria.

— Também sei te mandar tomar no cu, quem diria, né?

— Tem ali um vestido em cima da cama, veste ele que hoje tem um churrasco lá na casa do Yago.

— Tá.

— Não se esqueça que você é minha fiel agora, fora das portas dessa casa você se comporta como tal.

— E se não comportar ? - Ele abriu rapidamente a cortina e me agarrou pelos cabelos e me puxou violentamente.

— Se não eu vou fazer de você picadinho e vou mandar para seu pai como presente. - As palavras dele arrepiaram o meu corpo todo e me deixa com medo, onde meu pai me veio meter? Que mal fiz eu para vir parar nesse inferno?

— Você só sabe ser assim? Brutamontes?

— Sei ser diferente, se você fizer o que eu mando eu não mato você, simples assim. Vê se não demora porque daqui a uma hora vamos para lá.

A vendidaOnde histórias criam vida. Descubra agora