Capítulo quatro - Onde você vai?.

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Acordei a transpirar, um pesadelo, me deixou perturbada, aguentei, respirei fundo e esfreguei os meus olhos e bocejei, espreguicei-me e me levantei, vesti o meu robe fino cor-de-rosa e desci até a cozinha, ele não tinha empregada e por um lado ainda bem, porque não gosto que as pessoas arrumem a minha bagunça, se eu faço eu arrumo. Vou fazer uma salada de frutas, ele tinha muita fruta aqui, a cozinha era bonita, digna de uma pessoas com bom gosto, a cozinha linda.

Nunca, nem sequer pensei que na favela pudesse haver casas tão bonitas e bem decoradas que nem esta, era bom sentir o cheiro agradável a ar puro que entrava pela janela, decidi fazer um batido, morango, banana e  laranja, minhas frutas preferidas

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Nunca, nem sequer pensei que na favela pudesse haver casas tão bonitas e bem decoradas que nem esta, era bom sentir o cheiro agradável a ar puro que entrava pela janela, decidi fazer um batido, morango, banana e  laranja, minhas frutas preferidas. Uma mistura divinal pronta, um shake de morango era a cereja no topo do bolo, fiz rapidamente o shake e quando reparo que um anormal cujo o nome é brutamontes estava comendo a minha salada de frutas.

— Ei, quem deixou você comer isso?

— Ué, estava aqui e eu comi.

— Se você não tem empregada, se você não fez e se eu estou fazendo o café manhã, como ia aparecer milagrosamente aqui para você comer? - Ironizei e ergui a minha sobrancelha.

— Não me faz perguntas complicadas, está me doendo a cabeça.

— Claro, com o que você bebeu se não tivesse era milagre.

— É, sinceramente você sabe como eu fui parar na cama? Só me lembro de estar a dormir no chão da entrada.

— Fui eu, você estava feito mendigo deitado no chão devia estar tão lindo que nem chegou ao sofá.

— Esta me chamando de lindo?

— Não, estou te chamando de bêbado.

— Me mente que gosto, que vai fazer hoje de tarde?

— O que faço sempre, né?

— E o que você faz sempre?

— Vou trabalhar, né?

— Em que você trabalha?

— Me prostituo. - Logo ele se engasga a comer e seu lugar muda de expressão.

— Como é que é?

— Estou brincando, trabalho numa loja de roupa de homem.

— Tá tirando, certo?

— Não, estou falando sério.

— Nanana, você não vai trabalhar.

— Você está louco?

— Estou sim, minha fiel trabalhando numa loja de homem? Nem morto.

— Você é maluco? Como vou pagar minhas contas e minha faculdade? E minhas coisas?

— Eu pago. - Eu gargalhei.

— Está zuando, né?

— Estou não ou você deixa esse emprego ou não deixo você ir para a faculdade.

— Olha aqui até quando me vai chantegear? O verão todo? Quer que faça o quê? Fique em casa? As aulas começam daqui a três meses, que quer que eu faça?

— Chama suas amigas para vir aqui.

— Eu não tenho amigas.

— Como não tem amigas?

— Tu acha que eu tenho tempo para essas coisas? Minha vida sempre foi cuidar de meu pai, trabalhar e me matar estudando, ainda por cima eu andava num colégio privado acha que as pessoas entendem a minha vida? Então fica só achando.

— Então eu vou mandar umas meninas para fazerem companhia a você.

- Não quero obrigado.

- Porque não quer?

- Porque não preciso de gente para encher o meu saco.

- Tu é muito cabeça dura menina.

- Se não gosta problema seu. - Me levantei e entrei pela porta do lado e fui dar a sala e o brutamontes veio atrás de mim.

- Quer ficar na piscina?

- Eu se quiser, vou até lá. - Sentei-me no sofá e ele igual.

- Vou mandar na mesma as meninas.

- Depois se eu não abrir a porta não reclama.

- Você vai abrir e se elas perguntarem você inventa uma história de como a gente se conheceu e finge que a gente se ama e me elogia e coisa e mais.

- Para quê? Nada disso é verdadeiro.

- Mas da nossa vida, cuido eu.

- Nossa vida? Está se achando.

- Vou na boca.

- O que é a boca?

- É onde trabalho.

- Ta então. - Ele me deu um beijo na boca e logo recebeu uma estalada na cara.

- Você está doido? Não me volta a beijar. - Senti as minhas bochecha a arderem, a verdade é que nunca beijei um garoto na minha vida, tecnicamente foi meu primeiro beijo.

- Porque?

- Não crie expetativas que vou ser mesmo ser sua fiel, não vou ser, para mim as coisas são para serem verdadeiras, sentidas e puras, não uma farsa. - Ele saiu de casa, batendo a porta e logo as minhas lágrimas caíram, nesta casa, nessa vida sem ninguém, sozinha, esse é meu destino ser sozinha, talvez seja melhor assim. Fiquei pensando na falta que a minha mãe me faz, nas coisas que passei e agora estou no meio da favela sem puder ir trabalhar, o trabalho era minha única distração e agora sem ela nada feito, estou sozinha e sem nada para fazer, hoje o dia estava quente como sempre, né? Mas hoje podia ir apanhar um pouco de sol, tire meu rob e tirei meus chinelos e me atirei para a piscina, a água fria era meu consolo neste dia.

***

Tocaram a campainha, o brutamontes deve ter esquecido de alguma coisa, fui abrir, era Yago.

- Cadê Luan?

- Ele foi para a doca ou lá como ele falou. - Quando reparei o garoto estava apreciando o meu corpo e isso me irritou.

- Ele não está, adeus. - Falei enquanto vestia o meu rob e depois empurrei o garoto pela porta fora e fechei a porta, ia subindo as escadas e logo tocaram a campainha de novo.

- Já falei que ele não está. - Falei enquanto abria a porta e quando abri e era o brutamontes.

- Há é você.

- Quem esteve aqui?

- Seu amigo, Yago.

- Como sabe que ele se chama Yago?

- Eu já ouvi você chamando ele.

- Hum, que ele queria?

- Ele perguntou por você.

- E você abriu a porta desse jeito ?

- Pensava que era você.

- Tá mas na próxima toma mais cuidado, não quero minha fiel na boca do povo.

- Já falei para você que não sou sua fiel.

A vendidaOnde histórias criam vida. Descubra agora