Capítulo sete - Eu te amo

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Não conseguia dormir, brutamontes estava dormindo no cadeirão ao lado da cama, ele era a causa disso tudo, o ódio por ele era nulo, simplesmente não consigo sentir nada, já não acredito que ele possa ter algo de bom, que ele possa ser bom, tal como disse é tudo uma ilusão.
Essa criança era minha dor de cabeça, ser mãe sempre foi um sonho e agora é uma dor de cabeca, ter filho de um cara que só chama meu nome quando é para me foder, quando é para me fazer sofrer, acho que ninguém merecia isso, peguei no meu celular que estava na mão dele, ele estava pesquisando nomes de bebés, olhei para ele e ele ainda estava dormindo.

Acarenciei a minha barriga, algo em mim me dizia para amar essa criança, essa criança não tem culpa do brutamontes que tem como pai, não tem culpa disso, de eu ter sido uma fraca e de não ter lutado por ele, de não ter forças para ser alguém melhor, no fundo essa criança vai ser minha salvação, minha companhia, minha alegria e minha vida.

- Eu te amo. - Susurrei para a minha barriga.

Me voltei para o outro lado e sou por mim pensando como será, será que vai ser menininho ou menininha? Como se vai chamar? Será que vai puxar a mim ou vai puxar ao pai? Será que vai doer o parto? Será que vai falar muito? Será que vai dormir a noite toda? Ou vai dormir poucinho? Eram tantas perguntas para mim, estive a ler na internet e aos 3 meses eles já conseguem ouvir sons do exterior da barriga, baixei um montão de aplicações para grávidas, o meu sono estava mesmo chegando aos meus olhos, bloquei o meu celular, me virei para o brutamontes e adormeci.

***

Acordei com brutamontes falando, abri os meus olhos e ele estava reclamando para o celular.

- Podia me deixar dormir.

- Estou perdendo no joguinho daqui.

- Então perde baixo. - Ia fechar os meus olhos e logo ele falou.

- Então já decidiu?

- O quê?

- Se vai ter esse filho? - Me virei para o outro lado e fechei os meus olhos e respondi.

- Sim vou ter. - Com os olhos fechados e preparado para adormecer ele fala na minha cara.

- Ótimo, assim já posso contar para todo o mundo. - Ele pegou no meu celular e ligou para Yago.

- Aeeee parceiro, tenho um bagulho pa contar pa tu.

- Tem herdeiro nessa porra ae. - Nem liguei a essa conversa e cai no meu sonho profundo de novo. Acordei com brutamontes comendo bolo de brigadeiro e olhei para ele.

- Tem ali, brigadeiro, bolo de cenoura, bolo de laranja, tem também rocambole para você comer, agora que tem meu filho ai tem de comer.

- Filho? Quem falou para você que ia ser menino?

- Eu, né? Meninão do papai.

- Eu tenho feeling que vai ser menina.

- Menina? Para eu morrer de dor de cabeça?

- Sim, se prepara então.

- Ou se prepara você.

- Tá bom então. - Me levantei e ia cair para o lado mas brutamontes me segurou e me pôs de novo na cama e chamou o médico.

- Boa dia senhorita Maria Júlia.

- Bom dia doutor, não me seguro de pé.

- Já bebeu água hoje?

- Não.

- Tem de beber e é natural que não consiga andar normalmente alguns dos remédios que você tomou era antibiótico e causou um efeito retardado nas pernas.

- Que isso tio? Não estou entendendo nada não.

- Ela não consegue andar porque os remédios que ela tomou fizeram nisso ela.

- Ha, tendi.

- A senhoria Maria Júlia hoje vai ter alta, os padrões clínicos estão bem e não tem necessidade de ficar cá mas antes disso temos de falar sobre a gravidez.

- Fala ae doutor, que é que houve com meu filho? - O brutamontes falava tudo por mim.

- Senhorita Maria Júlia está com 44 kilos, ela precisa de engordar bastante para poder ter o bebé em segurança.

- Quantos kilos preciso de engordar doutor? - Falei antes que o brutamontes falasse por mim.

- Pelo menos 15 até ao parto.

- Eu vou engordar e que mais vai ser necessário?

- Não pode fazer esforços e para já não pode ter relações sexuais, nos fizemos uma ecografia e o seu útero está bastante danificada e inflamada portanto é crucial que não tenham relações sexuais, ficar em repouso ao máximo, estar sempre calma, comer sempre 1 iorgute e uma gelatinha por dia para ajudar no cálcio, importante que compre sutiã adequados ao seu peito, visto que tem um peito grande é necessário se não mais tarde poderá lhe causar problemas na amamentação.

- Obrigado doutor.

- Saí daqui a 2 hora e já sabem se precisarem de mim é só chamar.- O médico saiu do quarto nos deixando sozinhos.

- Então, agora quando chegarmos a casa você vai comprar essas tretas todas na net.

- Obrigado.

- Maju?

- Sim.

- Obrigado por ficar com meu filho, vou ter um herdeiro finalmente.

- De nada mas sabe que não sou a única a dar filhos não sabe?

- Sei mas você é perfeita para me dar um filho. - Finalmente um elogio passado esses anos todos, um elogio bom sem ser a sua buceta é apertadinha.

- Obrigado. - Ele se aproximou de mim e colou os seus lábios nos meus, um beijo, nosso primeiro beijo, nesses três anos ele nunca me tinha beijado, ele só me mandava ficar de 4 ou noutra posição, gozava e ia embora, mas dessa vez os nossos lábios se tocaram.

Era bom sentir um lado carinhoso dele, sem ser abre as pernas ou chupa. Era um beijo quente e molhado e os seus lábios carnudos e o seu cheiro se envolviam com o nosso beijo, ele tocou no meu ombro e depois subiu para o meu pescoço e a minha pele arrepiou-se e senti um calafrio na espinha, logo o nosso beijo parou e logo tudo mudou.

- Você é uma puta, esquece esse beijo foi um erro. - Minha felicidade acabará em segundos, era como eu tinha dito, eu era mais uma puta no meio de tantas, ele saiu do quarto me deixando sozinha, tentava conter mas não conseguia, as lágrimas caíram pelo meu rosto, era isso que eu estava destinada a ser, ser uma mera prostituta.

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