Capítulo onze - Matou meu filho.

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Passei horas chorando, não conseguia controlar esses despero, estava aqui sentada nessa cama de hospital, chorando, ou pelo menos tentado.
Minhas lágrimas já não saiam mas essa dor só crescia, me dobrei na cama e sentia o frio da dor a entrar pela minha alma, sentia os meus sonhos indo por água abaixo, meu filho sempre foi alegria, nesse tempo eu me tinha acostumado com a ideia de ser a mamãe do ano, de dar peito para meu filho, senti uma mão no meu ombro, olhei e era Yago, ele estava me oferecendo um abraço e eu aceitei mas durou muito pouco e logo Luan entrou pelo quarto a dentro.

- Vaza daqui Yago. - Yago saiu do quarto e ele olhou para mim e falou na minha cara.

- Você é muito puta mesmo, estava se abraçando ao meu melhor amigo sua puta, acha que ele vai querer uma puta que nem você? - Nisso recebo uma bofetada na cara, já nada doía e então recebo outra logo Yago entra correndo e fala.

- Não bate nela parceiro, ela acabou de perder o bebé cara. - Luan olhou nos meus olhos e sua expressão mudou, seus olhos viraram um poço de raiva e logo recebi um soco na cara.

- Sua puta matou meu filho, eu te mato. - Yago se colocou na minha frente e não deixou Luan me bater.

- Yago sai da frente que eu vou matar essa puta, ela matou meu filho.

- Ela não matou seu filho otário, ela perdeu ele por ter ficado muito nervosa, o neném era pequeno e precisava do máximo repouso para aguentar mas ela ficou nervosa e não aguentou. - Luan abraça Yago e eu continuo ali, com esse vazio que corrompe meu corpo, eu não tenho ninguém, minha mãe já morreu, meu pai me vendeu, sou apenas uma vendida. Luan saiu do quarto e Yago ficou lá.

- Que houve para tu ficar nervosa? - Eu respirei fundo e contei tudo direitinho, era bom ter alguém para me ouvir, alguém que fale,alguém que mostre interesse, que me pergunte, alguém.

- É Luan, tem de ter paciência.

- Você me disse isso a três anos atrás e agora esta me dizendo de novo mas eu não acredito mais nele, ser puta dele? Sem problema, isso é nada, eu perdi meu filho nem sei que estou fazendo aqui.

- Você vai conseguir engravidar de novo mantém a fé.

- Não vou, eu não quero ter mais filhos dele e se ser amante dele é para sempre, eu nunca mais vou ter filhos. - Ele estava ouvindo na porta e dessa vez aiem estava com cara de desilusão era ele e quem não se importava era eu, Yago saiu passado horas e Luan ficou comigo.

***

Acordei cheia de dores, ontem médico falou que hoje me ia dar alta logo pela manhã e estaria de volta aquela casa.

***

De volta a esta casa, Luan estava mais presente nestas últimas semanas.
Eu não falava para ele, perdi meu filho por causa dele e nada iria mudar, ele podia me maltratar, me humilhar, me foder e acabar comigo que nunca eu iria falar com ele.
Talvez ele me usasse por vingança, por ter pedido nosso bebé mas não era só dele, era meu também e se ele pensa que era por me usar que ia me fazer sentir pior não era preciso tanto, eu já sinto.

Mesmo que não falasse para ele, isso não impedia ele de me usar do jeito que ele queria e para ser sincera já nada importava sem meu filho.

Os meus pensamentos invadem o meu dia e a minha cabeça, Luan passava a vida me xingando e tudo mais.
Tenho me aproximado mais do Yago, tem dias que ele é a única pessoa que faz comer, engordei 15 kg, cheguei nos 55 e eu ainda penso muito no meu filho e Yago sempre me faz sentir melhor,  ele me ouve e depois fala o que acha melhor, hoje era dia de baile e como puta de Luan, ele me obrigou a ir.

- Você só volta comigo para casa. - Ouvi e assenti com a cabeça.

- Não vai falar mais comigo? - Não respondi de novo e o ignorei.

- Sua puta acha que é a única que sofre né? - Ele finalmente me conseguiu tirar do sério.

- Não sou a única que sofre mas esqueceu que eu perdi meu filho por sua causa? Você plantou em mim esperança e depois a arrancou friamente. Foder com ela debaixo do mesmo teto que mãe do seu filho, está procurando uma mulher de ferro? Pois bem eu não sou. - Rapidamente recebi um tapa na minha cara, não era um tapa, era um tapa com a força de um leão, sua mão sempre ocupava a minha cara toda.

- Bate, bate, pode até me matar. Acha que eu me importo? Acha mesmo? Meu filho morreu por sua causa e nunca ninguém vai tirar isso da sua cabeça e sabe porque? Porque você é um monstro, você é um ridículo que usa a sua força para atingir tudo que você quer. - Sou atingida por um soco na barriga, me perdeu o ar, estava difícil de respirar, demais até.

- Força me mata seu vagabundo. - Seus logos mudaram e raiva se apoderou e seu tenis branco foi chutado com a minha barriga, sentia a falta de ar, era um jeito doloroso de se morrer mas ele parou.

- Se levanta. - Não respeitei sua ordem e ele logo me puxou pelos cabelos.

- Você vai aprender que eu não quero matar você! Eu sei, foi mau, eu matei nosso filho e a culpa foi minha e eu sinto ele nos meus sonhos, toda a gente gritando por ele e eu sei que fui eu, sei que fui eu o culpado, sei que fiz merda, eu sei que fui eu! Eu estou tentando, eu sofro por você, eu não quero que você se vai embora porque eu me sinto muito culpado por tudo que se passou e eu fiz pior que minha mãe, eu matei o meu filho, eu sei, sei de cor a sua cara de sofrimento e ela me mata, sempre que olha para a minha cara com seus olhos sem esperança e eu finjo que não vejo mas sempre que me deito, os seus olhos entram na minha cabeça, o seu choro, todas as vezes que eu bati em você, tudo que eu roubei de você! Tudo que eu estraguei, eu fui o culpado disso tudo caralho eu sei que a culpa foi minha.

- Você tem razão, a culpa foi sua! Você matou o meu filho, me matou e você tem razão, a mim não me importa, eu espero bem que você sinta remorso, que todos os seus sonhos virem pesadelo assim como os meus viram todas as noites que você chega e que eu fico com medo de você voltar para casa, medo que você chegue e me use como todos os dias, que me mate cada vez mais mesmo eu sabendo que já não existe vida em mim, como eu imploro a Deus que você não venha para me atormentar mas quando você não vem, os meus sonhos tornam-se pesadelos e para que adianta você não vir se todas as noites, eu morro com medo? A perguntar-me o que eu faço nesta vida se nem sequer uma vida consigo gerar!

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