Kill Me

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09/11/2016, 23:30.

P.O.V Carter

- não consegui me conter ao ouvi-la chorando. Aquilo estava me sufocando da pior forma possível.

Me levantei, peguei uma caixa nem tão grande na minha gaveta e fui andando limpando minhas lágrimas até o quarto dela que não ficava muito longe. Abri a porta e ela parou de chorar imediatamente.

O-oi... - suspirei mas tomei coragem. Ascendi o abajur para iluminar apenas nossos rostos, peguei na mão da mesma que se encolheu olhando para minha mão, aproximei a caixa da mão dela e olhei a mesma (caixa).

Isso é seu, abre. - sorri nada feliz apenas lhe entregando o presente que ela merecia ter.

Vi ela abrir, me contentei por ela ter confiado em mim e fiquei observando-a por um tempo em silêncio.

P.O.V Tassy

- abri a nem tão grande caixa e vi um colar que brilhava pela luz do abajur. Não conseguia sentir emoção alguma, Fechei a caixa e empurrei a mesma até ele.

Não posso aceitar. - me virei ao outro lado e senti a mão dele encostar meu ombro. Me senti gelada no momento, mas apenas deixei ele me encostar, ele é quem manda.

Quero que aceite isso... - parecia um barulho de ferro, aço, não sei explicar. Mas senti ele entregar uma coisa pesada na minha mão.

Uma arma, nunca peguei nisso, ela é assustadora.

N-Não... - enteguei a arma a ele e fui rapidamente interrompida com a sua mão me impedindo.

Quero que faça uma coisa, se levanta. - ele levou a arma até em minha direção novamente e pediu para que eu me levantasse. Com dificuldade, me levantei e fiquei de frente a ele. Apenas separados pela cama.

Isso é o que o amor faz com a gente - ele disse enquanto percebeu que eu estava reparando nos seus machucados. - fiz isso porque eu te amo Tassy. Mas agora, quero que faça algo por mim...me mata, você vai se sentir melhor, muito melhor. - ele sorriu sem mostrar nenhum dente e pediu para que eu apontasse a arma na direção da sua cabeça. Fiz o que ele pediu e não aguentei segurar porque estava tremendo mais que o normal. - vai, atira! Eu mereço isso e você sabe. - ele insistiu e eu forcei meu dedo no gatilho por estar nervosa. - Não. - tirei a arma da sua direção e coloquei a mesma na minha boca, encostando-a bem no céu da minha boca. Puxei o gatilho fechando os olhos com força imaginando tudo que havia passado e imaginei o quão perturbadora seria minha libertação. Vai ser rápido, ninguém veio me buscar. - senti a mão de Carter segurar a minha e soltar ao ver que a arma estava travada. Sorte para ele, azar para mim. - que droga! - joguei a arma com força no chão e me joguei para trás com o som tão alto que ela reproduziu. Abracei meus joelhos e chorei desesperadamente. Meu nível de tormento havia esgotado, aquilo foi o suficiente para eu desabar.

Não chora, por favor, não chora! - Carter chorava de tanta raiva. Chorei mais ao ouvir ele insistindo.

Olha isso! - olhei para ele rapidamente e vi ele pegar o estilete que eu guardava na gaveta. Como ele sabia? Ele nunca entra aqui...

LARGA ISSO! - pulei em cima dele e ele se afastou para trás me fazendo cair de quatro. Fiquei gemendo por causa da extrema dor na coluna e levantei minha cabeça sentindo uma lágrima dele, cair no meu rosto.

Carter passou o estilete pelo pescoço e caiu em seguida de bruços ao chão. Virei ele rapidamente e abracei o corpo do mesmo estirado ao chão e chorei mais ainda.

CARTER, NÃO. POR FAVOR DEUS, NÃO. - sim. Lá estava eu, implorando por sua vida.

Sem experiência alguma, olhei seu pescoço e vi o corte que não era tão profundo. Eu só precisava estancar o sangue que saía em grande quantidade. Coloquei um pano em volta e fui procurar por uma agulha. Achei a mesma e fui correndo até o quarto gemendo de dor.

Vamos Carter... - eu chorava de dor, nervoso e preocupação ao vê-lo naquela situação e por minha culpa.

Posicionei a agulha junto ao "fio" de pontos que encontrei e fui fazendo o possível para o sangue parar de sair.

Acorda, por favor.. - continuei chorando e coloquei um pouco de soro em sua veia. Sim, por mais que seja uma mansão qualquer, tinha tudo para a sobrevivência de um ser humano.

Me deitei em seu peito e fiquei abraçada a ele nessa posição, em cima do tapete, colada em seu corpo.

Tinham se passado alguns minutos e vi que ele não respirava mais. Suspirei, peguei a arma e me sentei na janela com ela na boca.

Pedi perdão por tudo que fiz e tudo que vou fazer, olhei para o céu e olhei para a terra que por visto, estava bem lá em baixo. Destravei a arma e tremi. Assim que fui puxar o gatinho, senti duas mãos me puxarem para dentro rapidamente. Me assustei e caí por cima da pessoa que me puxou.

Vi Carter com a aparência completamente assustada, ele ficava lindo nesse ângulo, ele é lindo. O abracei rápido e me escondi em seu pescoço.

Espera? Por que estou agindo dessa forma? - repeti mentalmente e me afastei rapidamente dele me escondendo no fundo do quarto.

Eu ouvi o mesmo se levantar suspirando e olhei sua sombra andar até a porta.

Obrigado! - ele disse calmo e saiu dali deixando pela primeira vez, a porta aberta.

Abaixei a cabeça e abracei meus joelhos voltando a chorar.

Por que não me matei? Sério, estou cansada dessa vida suja.

Me mantive em silêncio apenas chorando desesperadamente. Me levantei para deitar, fixei o olhar bem com o olhar dele, na porta. Ficamos assim por segundos, olhei para baixo e deixei outra lágrima cair, me deitei na cama virada ao lado oposto da cama e ouvi ele dar passos próximos a mesma.

Me perdoa, por favor... - ele suspirou e se deitou ao meu lado.

Não posso te responder essa pergunta - disse com voz embargada e me virei olhando em seus olhos.

Senti os seus braços envolverem minha cintura, um arrepio imenso causado por um beijo na bochecha e sua respiração perfeitamente alinhada a minha. Limpei minha bochecha e fitei seus lábios por um bom tempo. Mordi um dos meus lábios e fechei os olhos suspirando em seguida.

Eu sei que você me quer, não precisa se segurar. - ele disse com total confiança e aproximou seu rosto ao meu. Toquei em seus lábios e depositei um beijo calmo nos mesmos. Aquele momento estava perfeito, mas precisava acabar. Me separei do mesmo escondendo meu rosto em seu ombro. Eu estava gostando daquilo mas ainda sentia raiva pelo fato de estar presa aos meus medos.

Colei meu corpo ao dele e gemi de dor por eles terem se chocado, ele colocou o dedo indicador na minha boca para que eu não fizesse barulho e eu me encolhi ao seu corpo dormindo em seguida.

P.O.V Carter

- a respiração dela me acalmava, o beijo dela me acalmava, tudo com ela me acalmava. Eu amo ela, quero o seu melhor mas não consigo ter controle. Vou tentar o máximo possível para ela ter o conforto que merece. Sei que nunca vai se sentir confortável estando presa aqui, mas tem tanta gente querendo por a mão no que é meu! - me lembro das ameaças que fizeram a ela através da empresa "secreta" e suspiro. Beijo o topo de sua cabeça e fecho meus olhos tentando de toda forma, dormir.

Era impossível dormir pensando em tanto homem tentando chegar perto dela. Mas tentei com todas as forças e consegui uns minutos depois.

Stockholm SyndromeOnde histórias criam vida. Descubra agora