Save me

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Passamos a noite inteira juntos, não estava sendo perfeito nem para mim e nem para ela. Porém, até que estava sendo agradável.

Ela não parava de se mexer e suspirar enquanto dormia e aquilo estava me preocupado, depois de tudo que li naquela agenda, não tenho vontade nenhuma de deixar ela sozinha. Tassy se senta na cama e começa a choramingar, o que me faz levantar e tocar no ombro dela preocupado.

— o que houve? Franzi o cenho e observei a mesma que não parava de chorar.

— me deixa ir embora, eu te imploro.. olhei para ele que suspirou em seguida abaixando o rosto sem saber o que responder. — eu sinto falta da minha mãe, minha mãezinha. Me deixa ir embora por favor. Coloquei minhas pequenas mãos em meu rosto e comecei a chorar de verdade. Carter colocou a mão no meu braço e acariciou o mesmo sem dizer uma palavra. — eu faço o que você quiser, tudo que quiser. Minha família não tem muito dinheiro, mas, eles podem te pagar alguma coisa, eu tenho um pouco de dinheiro guardado, eu posso te dar se quiser. Só me deixa ir. Comecei a sentir o ar faltar em meus pulmões e comecei a me engasgar, controlei meu choro e o ar foi voltando. Eu estava horrível, minha vida estava horrível. — tem dias que eu consigo te olhar e até gosto, mas tem dias que eu sinto muito ódio de você por você ter feito o que fez. Tem tanta garota linda lá naquela escola, por que você me escolheu? Eu sou horrível, olha pra mim Carter, eu não tenho nada demais, por favor, me deixa ir embora, me larga em alguma estrada ou sei lá, em qualquer lugar menos aqui. Eu só sabia chorar, algumas palavras embolavam uma nas outras, mas, eu desabafei um pouco de muita coisa que eu tinha para desabafar. — eu te imploro! Me ajoelho e não consigo me aguentar por muito tempo, até encostar meu rosto próximo ao chão e desabar em lágrimas. Aquilo ficou cansativo e eu resolvi me calar apenas olhando para o chão. Como eu queria minha mãe, como eu queria tudo de volta, até a escola.

— por favor.. tudo aquilo estava partindo meu coração e eu não fiz tudo aquilo porque eu queria, aqueles desgraçados estão acabando com a minha vida e vão acabar com a dela também, eu não quero que isso aconteça. Eu poderia deixar ela ir embora, mas, não seria legal para ela. — você é mais bonita do que pensa. Ouvir ela se autodestruir me intrigou e eu cheguei mais perto. — um dia você vai entender tudo, fica tranquila meu bem. Sorri de leve e tirei o sorriso bem rápido abraçando-a. — tenta ficar tranquila, por favor. Beijei o topo da cabeça dela e abracei a mesma com mais força.

— eu nunca vou ficar bem estando desse jeito, entende? Olha pra mim! Me afasto e vejo o mesmo me olhar por completo enquanto estou em pé — acha que eu tô bem? Ri ironicamente e me sentei balançando a cabeça negativamente. — eu tô um lixo! Suspiro profundamente e ajeito meu cabelo fazendo um coque. - sinto falta de ir no salão. De ir até na calçada eu sinto falta. Falei em um tom de indignação e saí do chão me sentando na cama com raiva.

— eu acho você bonita... sempre vou achar ela bonita. — o que você quer que eu compre? Me sentei ao lado da mesma e peguei em sua mão aguardando a resposta, ela estava pensativa, demorou um tempo para decidir o que queria e obviamente era mais de uma coisa. Ela pode me pedir qualquer coisa que eu dou. Faço de tudo para agradar ela.

— bom, vamos começar por cima: eu quero uma tesoura de cabelo bem amolada, um creme hidratante e tinta ruiva e você vai ter que me aceitar ruiva, pois estou cansada do cabelo escuro. Fui bem direta e clara nas minhas palavras.  — eu quero uma pinça e maquiagem, a que você achar bonita, traga pra mim. Eu quero um colar e um par de brincos também. Eu quero roupa, nada chique, eu quero só uma roupa, entendeu? E sapato, pode ser um tênis ou sei lá, o mais barato que você ver, você compra. É só isso. Você me ama, certo? Certo. Quem ama, cuida e eu quero ver se você dá conta mesmo. E ah, já ia me esquecendo, vê se compra absorventes menores, ela nem nem é tão grande assim, fico até com vergonha de usar os que você compra, parece fralda. Bufo um pouco baixo e olho minhas unhas. — eu quero um material de unha, elas também precisam de cuidados. Sorrio forçado para ele e viro o rosto rapidamente não demonstrando nenhuma vontade de viver.

Stockholm SyndromeOnde histórias criam vida. Descubra agora