Shadow

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P.O.V - Carter - acordei e me levantei devagar para que Tassy não acordasse, tomei um banho super rápido e vesti minha roupa correndo para pegar as chaves do carro. Peguei as chaves e corri até a garagem entrando no carro e saindo em disparada com o mesmo.

Ultrapassei tantos semáforos mas não estava nem aí. O importante era chegar intacto e o mais rápido possível até o chefe que nos aguardava no galpão. Sou automaticamente interrompido da correria após entrar em um frustante engarrafamento típico de todo centro de cidade grande.

Ahhhh não! - digo bufando e buzinando descontroladamente para os carros em minha volta saírem da frente, o que foi inútil.

Fiquei mais ou menos uns 10 minutos ali no engarrafamento e consegui me deslocar com satisfação total. Virei mais ruas estreitas até estacionar o carro em um local mais distante da cidade por não ter mais acesso e andei até o galpão encontrando homens encapuzados de preto segurando minha mão para que eu fizesse o gesto de cumprimento.

Tudo ocorria bem até então. Fui permitido a entrar, caminhei até meus aliados e fiz o gesto com todos me recebendo com o mesmo aperto de mão secreto.

Carter Turner. - ouvi meu nome ser chamado atentamente e me pus um passo a frente olhando para frente da cadeira onde nosso chefe se sentava.

Fez o que eu pedi? Matou a garota? - assenti gelado por dentro e quente por fora pelas palavras e pela risada maligna no final de tudo.

Ótimo. Bom garoto. Quero os relatórios na minha mesa e a prova de que a matou como eu lhe pedi. Não minta para mim Carter, não sabe o quanto sou perigoso.

Engoli a seco por ele saber que eu não havia matado Tassy como ele havia pedido e assenti. Puta que pariu, me senti tão pequeno no momento. Aliás, eu sou pequeno ali em volta.

Não vai conseguir me enganar como da última vez, não pode protegê-las de mim. Andem, se espalhem. - o mandado de ordem foi falado para que todos se espalhassem e fui fazer o mesmo sendo interrompido pelo chefe Collins.
Cuidado Carter. Cuidado com quem anda, cuidado com quem fala e enfim, não conte nada a ninguém ou vai direto para a prisão como todos que estão aqui. Entendido? Não foda com tudo como aquela vez que quase mandou todo mundo ao tribunal. Se bobear mais uma vez, você dança e vai dançar sozinho sem a minha ajuda. Não quer isso, Carter? - neguei sem valor e fui ordenado à sair. Fiz o mesmo saindo em disparada com o carro em direção ao campo onde ficava minha casa. Entrei na mesma e fui direto ao quarto da Tassy que por visto; não estava lá.

Tassy?! Ai, não. - gritei olhando todos os lados da casa e senti um braço envolver meu pescoço com força. Era ela, nada havia acontecido.

P.O.V - Tassy - não sabe o quanto me preocupei por ele ter saído, não pretendo contar o que aconteceu pelo medo da ameaça.

Não some mais assim, por favor. - disse a ele não conseguindo conter minhas lágrimas de desespero.

Não vou, nunca mais. - ele se sentou comigo no sofá ficando de costas para a porta. Olhei para a mesma e vi aquela mesma pessoa encapuzada, sair sem fazer barulho. Apertei seu pescoço com mais força com medo e ele pôde perceber o meu estado.

Aconteceu algo? Tassy? - ele me chacoalhava devagar me vendo hipnotizada pela porta com o corredor nem tão estreito.

O que foi? Fala comigo, por favor. - eu o olhei e soltei minhas lágrimas abaixando minha cabeça em seu joelho. O que viu na porta Tassy? Me diz agora, agora. - ele gritou descontrolado e se levantou para procurar o que foi inútil quando eu segurei em seu braço. - que porra está acontecendo? - ele me olhou fixo e eu o respondi um pouco atormentada.
- aquela sombra, alta. Andou me espionando hoje enquanto você não estava. Estou com medo, me deixa ir, por favor. - chorei sem parar e ele se virou com a mão no rosto o que eu não pude entender o que se passava. - me conta o que está acontecendo Carter, talvez eu possa te ajudar. - ele segurou em meu braço e me olhou com os olhos vermelhos. - nem eu sei o que está acontecendo. Nada está saindo como planejei... - ele me abraçou e fechei os olhos apenas retribuindo.

Levantei com ele e andei com o mesmo até meu quarto, deitei ele em minha cama e me deitei ao seu lado.
- dorme um pouco, você está acabado. - acariciei o rosto do mesmo que me olhava a todo instante.

Eu quero te beijar Tassy, eu posso fazer isso? - corei e assenti sorrindo e balançando a cabeça positivamente.

Fechei meus olhos e senti sua mão tocar meu rosto até chegar em minha boca. Levei minhas mãos até o pescoço dele tendo total liberdade e senti seus lábios tocarem o meu calmante transformando aquilo em um beijo calmo e sereno.

Aquilo se tornava quente a todo instante e abri os olhos soltando alguns gemidos enquanto ele mordia meu pescoço. Nesse mesmo momento em que ele me tocava, vi a sombra e soltei um grito alto fazendo Carter se assustar.

P.O.V - Carter

- me assustei com o grito dela e levantei rápido ascendendo a luz. - o que foi? - vi ela olhar a todo momento para a porta e me levantei indo até a mesma vendo uma sombra nem tão alta.

Aquela mesma sombra que na verdade era só uma pessoa encapuzada estendeu a mão para mim e eu tentei me afastar mas ela correu para fora me fazendo correr atrás.

Não! - me ajoelhei no chão e deixei algumas lágrimas caírem me sentido frustrado.

CARTER! - ouvi Tassy gritando e me virei a ela sentindo ela me abraçar de uma forma anormal.

Desculpa por não conseguir te proteger, desculpa. - eu chorava a todo momento sentindo ela me abraçar e me levar para dentro trancando a porta.

Não precisa se desculpar. An...eu te amo! - vi ela esconder o rosto e se abaixar encostando na parede abraçando os joelhos e me aproximei me sentindo diferente.

Mesmo? - sorri a ela e ela assentiu com a cabeça me olhando. - eu também amo você, muito mesmo. - ela avançou e me beijou tão rápido me fazendo cair no chão. Foi a melhor sensação que eu já tive. Eu amo ela e sempre vou amar. Uma pena não poder protegê-la de tudo, me sinto mal por isso.

Sim, muito. - ela disse no meu ouvido terminando o beijo e me dando um abraço calmo. A levei até a cama e aproximei nossos corpos um do outro a acolhendo em meus braços fazendo a mesma dormir em seguida.

Me levantei e sentei na janela observando a lua e olhando o rosto perfeito de Tassy dormindo. Não posso deixar ninguém tocar nela, ela é minha e de mais ninguém. Nem que eu morra, mas vou morrer para salvá-la disso tudo. As vezes me sinto culpado por não ter impedido dela ser a escolhida, mas vejo que me arriscar vai valer o seu amor e eu vou tentar tudo.

Stockholm SyndromeOnde histórias criam vida. Descubra agora