A new Friend

Capítulo 32

POV Justin

À hora marcada eles vão começando a chegar, até que os consigo reunir todos na sala de estar. Reparo que Harry e Bea não são capazes de me encarar, muito provavelmente porque a Zita já lhes contou... E também o Thomas e a Gem estão muito afastados um do outro, mas penso que não seja nada de mais... Puxo uma cadeira e sento-me de frente para todos eles.

- Bem pessoal eu vou ser muito direto. Eu vou-me embora.

- Vais te embora por que carga de água? - Gemma questiona, confusa.
- Não me interrompam, por favor. - peço. - Para quem ainda não sabe eu e a Zita acabamos porque eu nunca deixei de gostar da Beatrice e apenas não o admiti para não perder nem a sua amizade, nem a do Harry. E a verdade é que eu não aguento mais isto! Não aguento mais estar perdidamente apaixonado por uma rapariga que eu sei que já encontrou o amor da sua vida! Eu não aguento mais amar a namorada do meu melhor amigo, aquele que conheço desde sempre. E por estas e outras razões eu decidi ir para Nova Iorque por uns tempos, onde os meus pais estão a trabalhar, para conseguir arejar a cabeça. Mas não se preocupem, que eu venho visitar-vos... Bem, agora tenho é que me despachar, para não perder o voo. -anuncio, começando com as despedidas.

- Louis, meu irmão, obrigado por todas as palhaçadas. Foste um grande amigo. - dito isto abraço o Louis, que vejo que está a tentar conter as lágrimas.

- Nialler, obrigado por me teres ensinado a cozinhar. É graças a ti que consigo viver sozinho sem pegar fogo à casa! - despeço-me, meio em tom de brincadeira, dando um abraço ao loiro irlandês que já deixou escapar algumas lágrimas.

- Liam... Graças a ti sei o filme do Toy Story de cor e salteado e também foste tu que me ensinaste a apreciar filmes de desenhos animados. Obrigado por tudo, meu! - dou-lhe um abraço e passo para o próximo, neste caso a Gemma, que já estava lavada em lágrimas.

- Gem... O que dizer? Conheço-te desde nasci e sempre foste a irmã mais velha que eu nunca tive, o meu porto seguro. Não te quero ver triste, se não vou sentir-me culpado... Sorri. Sempre. - abraço-a tentando que ela pare de chorar, mas é inútil.

- Johnny, sempre foste um bom companheiro, por isso obrigado pelos poucos momentos que convivemos. - dou-lhe um abraço e sigo.

- Alice, minha pequena gótica, és um amor de menina, das melhores pessoas que já conheci, por isso espero bem que consigas ser feliz com o Johnny, como tanto desejas. - Abraço-a, deposito um beijo na sua testa e limpo algumas das lágrimas que escorreram pelo seu lindo rosto. Segue-se Zita, que está de olhos postos no chão.

- Zita... - chamo e ela olha para mim, tentado conter as lágrimas. - Tu mereces muito melhor do que aquilo que eu te pude dar, tu mereces alguém que te ame de verdade e espero mesmo que encontres esse alguém. Peço desculpa por tudo, não era minha intenção magoar-te. Espero que algum dia me perdoes, pois acho-te uma miúda fantástica. - para minha grande surpresa, ela abraça-me e eu retribuo, dando lhe um beijo nos cabelos. De seguida, está Tom, completamente encharcado em lágrimas. Ao ver aquele que foi como um irmão para mim nestes últimos meses naquele estado, não contenho também as minhas.

- Thomas, nestes últimos tempos foste mais que um amigo, foste como um irmão para mim e jamais me esquecerei de ti. Sempre que quiseres eu pago-te bilhetes para me ires lá visitar e eu também venho cá, por isso acalma lá o pito! - ele sorri, triste, e depois abracamo-nos. A seguir está Bea, a chorar, e depois Harry, no mesmo estado.

- Bea, sei que para ti não passei de uma curte, mas tu ocupaste um lugar muito especial no meu coração. Desculpa por te ter mentido, mas eu só não queria que deixássemos de ser amigos. Aliás, não quero. - quando termino de dizer estas palavras, ela salta para o meu pescoço, abracando-me e eu choro no ombro. Separamo-nos e deixo-lhe um beijo na testa.

- Harry... Desde sempre que és mais que um irmao para mim, é como se fosses sangue no meu sangue. Desde putos que sempre que preciso de um ombro amigo é em ti que o encontro. Tenho que te agradecer por tudo, mesmo, e espero que um dia me perdoes por te ter mentido em relação à Bea, mas só não queria que a nossa amizade sofresse com isto.

- Na boa, puto. Não me vou chatear contigo por causa disto. - ele abraça-me e vejo que já me despedi de todos.

- Bem, pessoal, fica aqui uma cópia da chave desta casa, para vocês darem festas quando quiserem. Sorriam sempre para a vida, nunca deixem de ser amigos e, não se esqueçam, isto não é um "Adeus", mas sim um "Até já". - com isto despeço-me, pego na mala e sigo para o aeroporto, deixando em lágrimas aqueles que foram e são os meus melhores amigos!

POV Beatrice

Já é segunda e estamos todos em baixo com a partida do Juss... Nem consigo acreditar que ele se foi embora, ele vai fazer-nos tanta falta!!

Estava a Zita a contar-me do seu beijo e do Louis enquanto dávamos voltas à escola, quando o meu telemóvel vibra no meu bolso. Leio no ecrã "Melody", que é a minha prima que vive na Irlanda.

- Sim? Melody?

- Beatrice! A avó morreu!- O meu coração pára ao ouvir estas palavras. Os meus tios já haviam falecido há alguns anos e, por isso, Melody vivia com a nossa bisavó. Não as via há uns 6 ou 7 anos, Mas mesmo assim custava saber que tinha perdido a matriarca da minha família.

- E agora, Melody? Como vais fazer? Vais ficar a viver sozinha?

- Não Bea. Eu não quero ficar sozinha. Mas a verdade é que também não tenho mais ninguém!

- Claro que tens! Tens-nos a nós. Quem alimenta quatro bocas, também alimenta cinco!

- O que queres dizer com isso, Bea?

- Quero dizer que podes vir viver connosco.

- Tens a certeza?

- Sim. Não te preocupes, mas agora diz-me. Quando e onde vai ser o funeral?

- Vai ser sábado, aqui na Irlanda.

- Ok. Então eu, os meus pais e o Tom aí estaremos no sábado, mas não te esqueças de fazer as malas porque quando voltarmos, voltas connosco!

- Mas tens a certeza que os teus pais não se vão importar?

- Não, Melody, sabes bem que eles te adoram!

- Ok, priminha. Obrigada por tudo. - desligo a chamada e Zita está a olhar-me com uma expressão confusa.

- Quem é que morreu? - ela questiona.

- A minha bisavó. - conto, de cabeça baixa. - E a minha prima que vivia só com ela vem viver connosco, em princípio.

- Os meus sentimentos. Mas isso da tua prima é bom, não é?

- Sim, é. Mas mesmo assim é chato para ela deixar a sua casa, os amigos, a faculdade...

- Faculdade? Então mas que idade é que ela tem?

- Tem 20. Na verdade, não a vejo há mais de 6 anos, mas nunca perdemos o contacto e damo-nos muito bem.

- Então vais ver que vai correr tudo bem. - ela sorri para mim e eu retribuo, embora um pouco triste.