Capítulo 33

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* Alguns dias depois *
POV Zita

Hoje já é quinta o que significa que o fim-de-semana se aproxima - felizmente! Saio da minha última aula com a Alice, o Johnny e a Bea e, quando chegamos cá fora Bea fala:

- Olhem! Está ali o carro do Louis! - diz, apontando para um carro preto com os vidros fumados. - Vamos lá?

Alice: -Nós vamos andando mas vocês vão lá. Até amanhã! - Despedimo-nos dela e do Johnny, começando a dirigir-nos para o carro em questão. Quando lá chegamos automaticamente a janela do lado do condutor desce, revelando um Louis sorridente.

- Heyy Girls. -ele cumprimenta-nos.

- Hey Lou. - respondemos.

- Bem, Bea o Hazza pediu-me para te vir buscar e eu pensei que e-eu e-e a Zii pu-pudéssemos ir d-dar uma vo-volta. - rimo-nos por ele estar tão atrapalhado.

- Por mim está tudo bem. - confirmo, sorrindo-lhe e ele retribui. Entramos para o carro e fazemo-nos à estrada.

(...)

Após deixarmos a Bea em casa de Anne, decidimos ir para o apartamento, visto que nenhum dos outros rapazes lá está. Entramos e sentamo-nos no sofá a conversar sobre assuntos aleatórios até que Lou decide fazer-me uma pergunta:

- Ainda pensas no Juss?

- Tipo... Pensar penso. Mas já não como namorado, apenas um amigo que emigrou...

- Hmm.. Tá. - vejo que ele está corado e de olhos postos no chão, o que me deixa intrigada.

- E tu? Ainda pensas na Eleanour?

- Não. É claro que vou sempre ter um carinho especial por ela, foi a rapariga que eu mais gostei, mas já não a amo. Agora estou noutra. - ele diz esta última parte ainda mais corado e com um sorriso malicioso.

- A sério? Que bom! Então e quem é a sortuda? - ele não me responde com palavras, em vez disso coloca uma mecha no meu cabelo atrás da minha orelha e aproxima os nossos rostos. - O que estás a fazer, Lou? - questiono, baixinho, já com os nossos lábios a tocarem-se. Ele não me responde apenas junta, finalmente, os nossos lábios. A sua língua entra na minha boca sem aviso prévio, fazendo-me comprovar que ele beija realmente muito bem. Tenho que admitir que me sinto atraída por ele, mas sinceramente não estou preparada para outra relação séria, portanto se ele quiser algo de mim vai ter que se contentar com uma curte. Paramos o beijo quando o ar se faz necessário e ele olha-me nos olhos.

- Desculpa... Se calhar não devia ter feito isto.

- Não faz mal. Está tudo bem. -tranquilizo-o. Dando-lhe um beijo na canto da boca.

POV Beatrice

O carro do Louis arranca ao deixar-me à porta da casa de Anne. Tiro a minha chave da mala (sim, porque o meu namorado, como é um preguiçoso de meia tigela e não gosta de se levantar para me vir abrir a porta, deu-me também uma cópia da chave desta casa) e entro.

- Hazza, amor, cheguei! - grito, assim que entro.

- Estou na sala! - ele grita de volta. Dirijo-me para o sítio em questão e encontro o meu namorado mais-que-gostoso deitado no sofá apenas de boxers.

- Mas tu não tens roupa para vestir? - pergunto, divertida, depois de lhe dar um beijo rápido nos lábios.

- Visto que vinhas cá a motivação para me vestir não era muita. - rimo-nos os dois. - E então? Sábado sempre vais para a Irlanda?

- Sim, mas vou e volto no mesmo dia, só que devo chegar cá às tantas. Não sei é se vai dar para estarmos juntos no domingo, porque com a vinda da Melody para cá não a posso deixar sozinha logo no primeiro dia...

- Mas isso é fácil de resolver! Fazemos uma festa aí na casa do Juss com a malta toda e ela fica logo à vontade no grupo! E até pode ser que seja uma boa oportunidade para a Gem e o Tom conversarem...
- Hmm... Parece-me bem. - concordo.

- Então fica combinado: sábado, pelas 15h, na casa do Juss.

- Amo-te Harold.

- Amo-te Trice.

Passámos o resto da tarde naquele sofá, a namorar e a ver televisão.

* No sábado *

Saímos do avião, vamos buscar as nossas malas e começamos a procurar a Melody com os olhos, que ficou de nos vir buscar. Já estávamos fartos de procurar quando vejo um pequeno ser com apenas 1,50m que vestia um vestido preto, a correr na nossa direção.

Ela está igual, apesar do passar dos anos. Baixinha, magrinha, cabelo ruivo comprido e ondulado, olhos de um azul invejável e centenas de sardas no seu rosto redondinho.

- Amendoim Lascado! - ela grita a alcunha que me havia dado há uns anos.

- Cenoura Ralada! - grito de volta. Abracamo-nos. Com força. E imediatamente ela começa a chorar no meu ombro. Que saudades que eu tinha deste abraço! E felizmente, depois de tantos anos de distância, vou poder vê-la todos os dias.

- Gigante! - ela abraça Thomas, um pouco mais recomposta.

- Minorca! - ele retribui, rindo depois.

- Tia Lucy!

- Melody! Que saudades! - a minha mãe abraça a sua sobrinha preferida.

- Tio Charles!

- Olá, minha querida. - o meu pai dá-lhe dois beijos, como que a evitar um eventual abraço. Nunca entendi muito bem o problema que ele tem em mostrar sentimentos, mas adiante.

- Já tens as malas feitas? - questiono, a caminho do seu carro.

- Sim. Obrigada por me acolherem.

- Não tens de quê, meu amor. - a minha mãe dá-lhe mais um beijo na bochecha e não posso negar a pontada de ciúmes que senti: comigo nunca há esse tipo de demonstrações de afeto...

- Estás em Sociologia, certo? - Thomas pergunta e Melody confirma com a cabeça. - Ainda bem. Já te inscrevi lá na faculdade e, como eu sou um gajo todo charmoso, lá consegui que começasses as aulas já esta segunda.

- Brigada, Gigante, és um amor.

- Já arranjamos uma segunda cama para o quarto da Bea. - a minha mãe informa. - Não te importas de partilhar o quarto com ela pois não?

- Claro que não tia. Vocês já me estão a fazer um favor, nem sequer tenho o direito de reclamar. - Quando finalmente chegamos ao seu carro pomos as malas no porta-bagagens. Tom oferece-se para conduzir, o meu pai senta-se no lugar de pendura e nós ficamos com os bancos de trás, continuando a conversar.

- E como estás com a morte da avó? - pergunto.

- Mais ou menos... Ela foi como uma mãe para mim depois da morte dos meus pais e devo-lhe tudo aquilo que sou. Mas também já estava à espera, ela já tinha 105 anos.

- Tenho pena de não ter estado mais presente nos seus últimos anos de vida. - a minha mãe intervém. - Acho que fui uma má neta. Ela merecia mais de mim depois de me ter criado e educado durante tanto tempo!

Passo a explicar: a mãe da minha mãe não passava de uma pega. Enrolava-se com todos e mais alguns. Teve três filhos: a minha mãe, a mãe da Melody e o meu tio que está na Holanda, mas como não passava de uma irresponsável deixou-os aos três aos cuidados da minha avó e quando eles ainda eram crianças fez as malas e pôs-se na alheta. Nunca mais ninguém lhe pôs a vista em cima. Não sabemos se está viva ou morta. Nem se teve mais filhos. Mas sejamos sinceros: não queremos saber duma pessoa que a única coisa que sempre soube fazer foi abrir as pernas!

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