CAPÍTULO 1

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CAPÍTULO 1


Acordei antes de o despertador tocar, fiquei olhando para o teto o tempo que ainda me restava

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Acordei antes de o despertador tocar, fiquei olhando para o teto o tempo que ainda me restava. Era essa minha vida? Isso o que eu tinha que viver?

Algo estava errado, minha vida estava errada. Não podia continuar assim.

Olhei para cabeceira da minha cama, onde antes havia um criado-mudo, agora havia um berço. Lua, minha bebe, dormia tranquilamente. Logo eu teria que acorda-la, arruma-la, leva-la para a creche e ir para o trabalho. Ela só tinha seis meses, completaria sete em uma semana. Era linda, muito mais do que eu. Cabelos loiros escuros, diferentes dos meus castanhos. Olhos verdes escuros, os meus eram mel. Ela tinha puxado a cor dos cabelos e dos olhos do pai. Lua era tão perfeita, linda, encantadora. Meu motivo de continuar, meu melhor erro.

Não me apresentei ainda, me chamo Evelyn. Sou uma garota comum de dezenove anos, mas que fui imprudente o bastante para engravidar aos dezoito. Engravidei do namorado que achei amar, mas antes que minha gravidez chegasse na metade, já percebi o idiota que ele era, cai fora desse relacionamento e foi aí que minha vida se tornou um inferno.

Claro que minha família me culpou e me condenou por engravidar tão cedo. Justo eu? A que dizia que queria conhecer o mundo, a que queria fazer coisas diferentes? Mas obvio que tinha que ser eu, a rebelde, a imprudente, a única que não ia na igreja. . . Mas o grande problema veio depois.

Foi quando me recusei a me casar com Paulo. Aí sim a casa caiu!

Quando eu conheci o Paulo, achei que tinha encontrado meu príncipe. Alto, loiro, olhos claros, sorriso lindo. Ele era charmoso, engraçado, divertido, sedutor. As meninas babavam por ele e quando ele se interessou por mim, me achei a garota mais sortuda do mundo. Era incrível que ele fosse gostar justo de mim. De MIM!

Eu estava tão louca por ele que não reconheci os sinais, me fingi de cega, me entreguei de corpo e alma. Fui aquele tipo de boboca ridícula e carente.

Antes que você me pergunte, não. Eu não perdi a virgindade com ele, perdi com meu primeiro namorado aos dezesseis anos, mas só com o Paulo que eu fui burra o suficiente para não usar camisinha. De todas as doenças que eu podia ter pego, engravidar foi o de menos.

Na verdade, foi o melhor que me aconteceu. Me deu meu melhor presente.

Obvio que a maioria das pessoas não encarou desse jeito, principalmente a família do meu pai. O "Clã" Alvarez (a família do meu pai) é bem religioso. Eles vão naquela igreja que tem um pastor (ou bispo, nunca sei) que vende terrenos no Céu. O cara se acha uma espécie de emissário de Deus e seus "fiéis" acreditam em tudo o que ele grita ser verdade. Não consigo entender como que as pessoas conseguem acreditar em tudo isso, mas a família do meu pai é bem fervorosa nessa fé cega. Ao ponto de seres intolerantes com qualquer pessoa que discorde e, para variar, sempre sou eu a primeira a fazer isso.

Despertar - Marcados  (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora