Parte I

6.3K 640 67
                                    


Quando eu era pequena, amava subir na árvore de nossa vizinha e ver o movimento do mercado. Vovó não gostava que eu saísse sozinha de casa, então eu lhe prometia que só ficaria observando de longe. Eu amava ver a quantidade de estrangeiros que vinham visitar nossa cidade em busca de nossas famosas frutas exóticas. As frutas que meus avós plantavam eram consideradas as melhores da região e o número de estrangeiros a sua procura vinha aumentando muito a cada dia.

Posso dizer que o que eu mais amava observar eram as roupas. As estrangeiras e mulheres da capital vestiam sempre belos vestidos, muito diferentes dos que eu estava acostumada a ver em minha cidade.

Desde de pequena eu sempre amei ler livros, era costume pegar um livro aleatório da biblioteca de casa e passar horas lendo em cima da árvore, onde não ouvia nada, a não ser o barulho da natureza. Amava sentir o vento batendo contra meu rosto e observar os pássaros voando.

Até que numa tarde, acabei pegando no sono enquanto observava a movimentação incomum no mercado e acordei com algo puxando minha mão. Quando abri os olhos, senti meu coração parar. Estava quase caindo da árvore e um garoto tentava, sem muito sucesso, me puxar para cima.

- Até que enfim! Segure a minha mão e tente colocar seus pés em algum galho - ele instruiu, me olhando. Nunca tinha visto um garoto tão belo quanto ele, tinha certeza que ele não era daqui. Suas roupas eram muito bem elaboradas para terem sido compradas aqui na cidade. Deveria ser um garoto da capital. Agarrei seu pulso e apoiei um de meus pés no buraco que estava acostumada usar para subir. Procurei um galho e, quando achei, soltei a mão do garoto, pulando para ele.

- Ah! - Ouvi o garoto berrar. - Enlouqueceu?!

Não lhe dei ouvidos e continuei a descida me apoiando nos outros galhos.

- Espera! - Gritou, mas eu já estava quase no último galho. Então só lhe encarei quando cheguei ao chão.

- Obrigada pela ajuda, preciso ir - agradeci e comecei a pegar o caminho para casa. Meus avós deveriam estar preocupados com minha demora em retornar.

- Não! Garota! Volte! - Ele gritou novamente. Esse garoto só sabe gritar? Pensei, curiosa, enquanto me virava e voltava para árvore.

- O que foi? - Perguntei procurando por ele e acabei rindo quando o vi tentando passar para um galho. Pelo jeito, ele nunca tinha subido numa árvore.

- Me ajude a descer - sussurrou quase se desequilibrando. Ele estava apavorado, era visível. Dava para concluir que passaria dias lá em cima esperando alguém para lhe ajudar a descer. Respirei fundo rapidamente e me propus a ajudar o coitado, ele não tinha culpa de ter nascido numa família rica.

- Solte as mãos e impulsione os joelhos para pular naquele galho - expliquei, apontando para um galho um pouco mais baixo. - Quando estiver chegando, estenda suas mãos e agarre no de cima.

Ele assentiu e após um longo tempo soltou as mãos e gritou enquanto pulava. Não aguentei e comecei a rir de sua cara, parecia que ele iria começar a chorar a qualquer momento.

- Agora faça o mesmo com aquele - expliquei, novamente, apontando para outro galho.

Depois de mais algumas explicações, ele finalmente chegou no chão. Estava muito pálido e parecia que ia vomitar a qualquer momento.

- Por que subiu? - Questionei, tentando entender o porque dele ter subido até aquela altura se não sabia como descer depois.

- Eu estava passando, vi você dormindo e, quando virou para o outro lado, percebi que ia cair. Tentei gritar, mas você não acordou. Então acabei subindo.

- O-obrigada - gaguejei envergonhada. - Eu não deveria ter rido, me perdoe.

- Qual é seu nome? - Ele me interrompeu enquanto tentava tirar a sujeira de sua roupa. Eu tinha certeza que ele levaria uma bronca por aquilo.

- Eliza - respondi, com um sorriso.

- É um prazer, senhorita. - Pegou minha mão e a levou até os lábios. Que garoto estranho.

- Não vai me falar seu nome?

- Você não sabe? - Indagou, me olhando com uma careta, e passou a mão para tirar as folhas que tinham ficado pressas em seu cabelo castanho.

- Eu deveria? - Questionei, sem entender, e seus olhos verdes brilharam.

- Sim....não! Esqueça. Sou Oliver.

Sorri para meu novo amigo. Ele tinha me salvado de uma terrível queda. Seria sempre grata por sua ajuda.

- Bom, Oliver, eu realmente preciso voltar para casa. Obrigada novamente.

Lhe dei um abraço rápido e corri para a trilha que ligava a casa da senhora White com a de meus avós.

Feliz ANO NOVO!!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Feliz ANO NOVO!!

Estou tão feliz em começar esse novo ano trazendo uma nova versão de meus livros!

O conto que inicialmente tinha 9500 palavras agora conta com 16000 e nem finalizei. Estou muito orgulhosa. Espero que gostem das mudanças e das cenas adicionadas.
Quanto ao tamanho dos capítulos, tem alguns que vão ter 800 palavras, outros 1300 palavras. Isso não é uma regra que uso, então vai ser bem desigual mesmo.
Até QUINTA-FEIRA.
Beijooos

Beijooos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
A Bastarda - O Sangue Sujo da Família Real (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora