Eliza leva uma vida tranquila ajudando os avós a venderem os frutos cultivados em sua propriedade.
No entanto, tudo se transforma com a chegada de uma estrangeira à cidade, revelando um segredo surpreendente: Eliza é, na verdade, Eliza Williams Woo...
Oliver tinha voltado! Estava tão feliz que nem me importei com toda aquela situação, só conseguia pensar no meu amigo.
- Você está bem? - Ele perguntou, enquanto me colocava no nosso velho lugar. Oliver estava tão diferente, muito mais alto e bonito. - Liz?
- Estou sim, desculpe - respondi, saindo de meus pensamentos. - Por que demorou tanto para voltar? Achei que tinha me abandonado.
Ele me olhou espantado e se sentou a minha frente. Estava com um olhar triste, distante. Respirou fundo e me lançou um olhar magoado.
- Você me abandonou primeiro - sussurrou, sem olhar em minha direção.
Parecia que meu coração tinha se despedaçado em pedacinhos. É claro que ele estaria chateado com o baile. Não tinha um dia que eu não me culpava por mentido para meu amigo. Ele me fazia muita falta.
Me aproximei de seu corpo e coloquei minha mão em seu queixo.
- Olhe para mim - pedi, virando seu rosto para ficar de frente ao meu. - Não sabe o quanto me doí ter mentido aquele dia. Todos os dias eu vinha para nossa árvore e parecia que ela me culpava por sua ausência.
Tirei minha mão de seu queixo constrangida e quando fui leva-la para limpar uma lágrima, que tinha descido por meu rosto, Oliver foi mais rápido. Sua mão acariciou minha bochecha e um sorriso surgiu em seu rosto. Meu coração disparou.
- Eu te esperei a noite inteira e apenas quando meus pais me chamaram para ir embora, caiu a ficha que você não iria. Pensei que não queria mais me ver, que estava chateada com alguma coisa...tantas coisas passaram na minha cabeça naquele dia...
Suspirei e peguei sua mão livre, a entrelaçando com a minha.
- Você estava tão feliz com o baile, não queria tirar sua animação. Depois que contei a mentira, não consegui reverter a situação. Amava ouvir suas novidades sobre a preparação para o baile.
Seus olhos brilharam e se focaram em minha boca. Sua mão que estava em minha bochecha, deslizou para minha nuca e seu rosto se aproximou do meu. Seu lábio se aproximou do meu e fechei os olhos levando uma de minhas mãos para seu cabelo macio. Mas quando seu lábio encostou no meu, Oliver se afastou.
- Merda - xingou, olhando para sua mão. Me encolhi na mesma hora. Será que ele estava arrependido? Pensei, enquanto olhava assustada para seu rosto.
- Você está sangrando, Liz - ele disse, me mostrando o sangue em sua mão.
Antes que eu pudesse falar alguma coisa, suas mãos já estavam em minha cabeça procurando pelo corte.
- Eu deveria mandar prender aquelas pessoas - resmungou irritado.
- Mandar? - Questionei, tirando suas mãos de mim.
- Agora não, Liz - retrucou, tirando seu casaco. - Não reparou em como seu corpo está tremendo? Seu vestido está encharcado.
Então, segundos depois, ele colocou seu casaco em meu ombro e o fechou na frente.
- Ei - chamei, tentando fazer sua atenção voltar para meus olhos. - Eu estou bem, não foi nada demais.
- O corte deve ter mexido com sua cabeça. Levante-se, estamos indo ver um médico.
- Não - recusei. - Seis anos perdidos, Oliver! Não vou perder tempo, indo ao médico.
- Levante-se Liz.
Balancei minha cabeça e cruzei os braços.
- Foi você que pediu - ele disse irritado. Antes que eu pudesse me afastar, seus braços me puxaram para cima e ele me puxou contra seu peito.
- Me solta.
- Se não me falar como ir até sua casa, nós vamos até a minha com você no meu colo.
- Está bem. Me solta que deixo você me acompanhar.
Ele pensa por alguns minutos, mas concorda e sorrio satisfeita.
- Duas promessas - falo, o encarando e ele assente. - Primeira, amanhã você vai me contar tudo sobre onde esteve esses anos.
- Prometo - concordou, entrelaçando nossos dedinhos e os beijou. Era assim que fazíamos promessas um para o outro quando éramos pequenos.
- Segunda, você não vai passar para o outro lado do muro.
- O que? Muro?
- Sim. O muro que separa o terreno dos meus avós, estamos bem próximos dele.
- Você vai atravessar um muro para ir a sua casa?
- É a maneira mais rápida e já estou acostumada, ele é baixinho.
- Você está ferida, Liz.
O encaro irritada e ele suspira, concordando sem fazer outras perguntas. Agradeço com um sorriso e o levo até o muro.
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