Uma outra visão

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Percebi que a Kauane estava um pouco triste, o que achei estranho, já que disse que ia me levar a um lugar muito bonito.

Foi muito longe, uma longa caminhada. Passamos por riachos, caminhos de pedra, muito mato e devemos por lugares muito ingrimes. Eu sentia que já tinha feito algo similar aquela caminhada por diferentes lugares antes. Era como se meu corpo reconhecesse aquele sentimento.

Eu gostei muito da caminhada, talvez foi o fato de eu ter sentido uma familiaridade pela primeira vez desde cheguei naquele mundo. Talvez tenha sido meu carinho pela Kauane, gostava muito de passar o tempo com ela. Isso, o que eu estava gostando mesmo não sabia, mas era uma boa sensação.

Ela parou de caminhar quando chegamos em um lugar muito alto, era uma caverna, com uma enorme decida a frente. Estávamos em cima dela. Quando a vi parar perguntei se havíamos chegado, mas ela negou.

Apontou para baixo, para um buraco estreito. E eu entendi o que ela pretendia, uma ideia que não me pareceu boa, falando sinceramente.

Começamos a descer em um caminho estreito que por vezes parecia não caber uma pessoa. Era uma descida quase reta para baixo. Mas havia muitas pequenas curvas, que hora ajudavam, ora atrapalhavam.

Eu tirava a Kauane abaixo de mim, descendo aquele caminho complicado, segurando seu peso com os braços nas paredes enquanto descia rapidante praticamente desviando das curvas. Descendo deslizando por entre espaços que mal cabiam seu corpo. Não sei como ela fazia aquilo, mas era algo fantastico.

Naturalmente, com a minha lentidão logo a perdi de vista. Mas só havia aquele caminho que cabia uma pessoa, então não era como se tivesse escolhas. Embora eu não duvidava pelo que vi, que ela fosse capas de entrar em uma daquelas frestas que não cabia metade dela em largura e um terço em altura.

    

Guerreiro CelesteOnde histórias criam vida. Descubra agora