Perigo

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Acordo com o rosto de Eric na minha frente e eu estava rodeada de pessoas. Ouvia coisas do tipo "Será que ela está morta?" "Já tem umas duas horas que ela caiu e não acordou." Nathan empurra Eric e me abraça apertado. Empurro-o e tento me levantar. Eric está molhado, assim como eu. Consigo entender e lembrar do que aconteceu, meu ex vem até mim e eu o abraço.
- Obrigada por ter me salvado. - digo.
- Eu te amo. - ele diz na frente de todos em alto e bom som. - Jenna, eu te amo.
Não tenho outra reação senão levantá-lo e beijá-lo. Todos nos olham espantados, inclusive Nathan. Então Eric me olha nos olhos e diz:
- Volta comigo?
- Claro! - digo e Nathan vai embora, decepcionado. Vejo o sorriso no rosto do meu, agora, namorado.
- Vamos esquecer tudo, quero te fazer a pessoa mais feliz do mundo. - ele me abraça. Me solto e vou atrás de Nathan. Quando o encontro, ele está fora da casa e eu o chamo, mas tudo o que recebo é uma patada.
- Vai com seu namoradinho. Ele é muito mais importante do que seu melhor amigo.
- Nathan, espera! Por favor! - digo.
- Você fez a sua decisão, eu fiz a minha! Eu não sou obrigado a aturar esse panaca, - ele estava alterado. - me desculpe. Me alterei. Seja feliz, Jenna.
Ele se vira e eu digo:
- Eu vou pra casa da Lacey. - digo como uma criança que fez algo errado. Ele vem até mim e beija minha testa, então vai embora.
***
- Lacey, eu tenho medo. - digo para minha melhor amiga, já em sua casa. - E se o Nathan nunca mais falar comigo?
- Calma, ele é seu melhor amigo. Ele te apoiou sempre.
- E se dessa vez for diferente? Nunca o vi tão zangado assim.
- Tudo tem seu tempo. Confesso que foi uma surpresa você ter voltado com o Eric depois de tudo o que ele fez com você. Você é forte.
- Não, Lacey. Eu não sou nada forte. Foi por emoção, e-eu agi por impulso. Não foi certo! - eu comecei a chorar. - Eu amo o Nathan, não o Eric!
- Como assim, Jen? Você está gostando do Nathan? - eu assenti com a cabeça. - Por que não fala para ele?
- Porque ele está namorando a piranha.
- Tá desbocada, hein?
- E também porque eu tenho medo de atrapalhar a nossa amizade.
- Escuta. VOCÊS SÃO MELHORES AMIGOS E ESTÃO MORANDO NA MESMA CASA. PARA DE FRESCURA E PEGA ELE!
Eu ri. Me joguei nos travesseiros e comi mais pipoca.
...
Passei dois dias na casa de Lacey, faltei os dois dias seguidos. De alguma forma ou outra eu teria que dar a cara a tapa. Quando chequei meu celular pela manhã, 22 chamadas perdidas de Nathan, mais 47 mensagens dele e de Eric querendo saber o meu paradeiro. Amo mistérios. Eu sou um mistério para mim mesma. Como uma pessoa fica na casa da melhor amiga e se esquece de viver. Bem, isso é muito eu.
Ajuntei as minhas coisas e fui até o ponto de táxi. Quando vi o táxi se aproximar, dei sinal e entrei nele. Chegando no apartamento de Nathan, ele não está lá, então resolvi tomar um banho para relaxar o corpo.
Quando saí do banho, por não ter ninguém em casa além de mim, fui de toalha para o meu quarto. Me vestindo, eu ouço a porta ser destrancada, então vejo Nathan. Corri a tempo de fechar a porta. Coloquei uma roupa leve. Saí do quarto e abracei-o. Ele me pegou no colo e me girou, encarando meu rosto por um tempo. Minhas pernas estavam ao redor da sua cintura. As suas mãos estavam me segurando. Nathan aproximou seu rosto do meu e me beijou, fazendo carinho nas minhas pernas.
- Eu te amo, Jenna. - ele diz. - Eu te quero muito.
- Eu também te quero muito, Nathan. - ele beija meu pescoço, deixando chupões. Eu vou ao delírio com isso. Me lembro que estou namorando, mas meu namorado é o maior otário.
Arranco a camisa de Nathan, vendo pela primeira vez o seu peitoral malhado e perfeito. Nada exagerado. Na medida certa. Ele percebe algo errado e me desce do seu colo.
- Jen, não é certo. Você quer ser virgem até o seu casamento e está namorando. Me perdoe. - ele diz e eu puxo-o para mais perto de mim.
- Oh meu Deus! Não pare, garoto! - começo a beijar seu pescoço, deixando as marcas das minhas unhas nas suas costas.
Algo nele me faz sentir como se eu disse uma mulher perigosa. Ele me faz fazer coisas que eu nunca faria. No fundo, ele sabe o que tem dentro de mim. E, no fim, você sabe o que aconteceu depois disso.
...
Encaro seu rosto angelical ao lado do meu, adormecido. Nossos corpos nus estão repousados na minha cama. Eu pensava que minha primeira vez seria com Eric, ou qualquer um dos meus ex-namorados, mas não. Minha primeira vez foi com o meu melhor amigo.
Quando o relógio desperta e ele finalmente acorda, Nathan beija meu rosto e passa a mão pela minha silhueta. Saio do meio dos lençóis para me vestir. Me olho no espelho, meu pescoço está cheio de marcas que não podem ser cobertas com maquiagem. Para minha sorte, fazia muito calor. E não dava pra usar um lenço. Os chupões ficariam expostos. Coloquei uma blusa que cobria meus ombros, mas meu pescoço ficou exposto. A situação de Nathan não estava diferente, mas ele não se importou muito.
Chegando na escola, eu tinha que tentar me concentrar. Minha cabeça não se abria de jeito nenhum. Nenhuma fórmula entrava na minha cabeça. A noite anterior havia ficado marcada na minha mente. A partir do momento que ele entrou na minha sala para dar sua aula, ele deixaria o Nathan de lado e tentaria agir como o professor Nathaniel. As pessoas da sala foram reparar as marcas nos nossos pescoços. Foi quando perguntaram sobre as marcas no pescoço do senpai.
- Digamos que a noite de ontem foi um sonho. - Nathan respondeu e olhou para mim. Eu corei. Todos ficaram surpresos, o mais óbvio era que ele fizesse isso com Ashley. - Não foi, Jen?
- Foi ótima. Tirando a parte que no meio do jogo a gente tropeçou e fincamos os dentes nos nossos pescoços, foi ótima. - respondi.
Inventei uma desculpa muito esfarrapada. Quando o sinal do intervalo tocou, Eric me abraçou mas eu lhe empurrei. Eu não o queria mais. Não sou o tipo de pessoa que troca as pessoas por outras, mas eu tenho preferência por Nathan e não por Eric. Na real, Eric foi a "arminha do ciúmes". Engraçado, não? Eu não uso as pessoas, mas nesse caso é perdoavel. Terminar com Eric agora não era a opção mais viável. Eu não poderia.
Fui correndo para o banheiro, tudo em mim ardia, minha dignidade, tudo. Consequências dos embalos de quarta-feira a noite. Meus seios deviam estar marcados. Eu amanheci rouca. Já tomei tanta coisa e não passou. Resolvo encontrar Lacey na mesa do nosso grupinho. Quando ela me vê, ela estava conversando com Nathan.
- Jenna, por que você não me contou? - Droga. Lacey diz e atrai a atenção de Ashley.
- O que, flor?
- NÃO ACREDITO QUE VOCÊ PERDEU SUA VIRGINDADE COM NATHAN! - ela grita, literalmente. A encaro indignada e saio correndo dali. Eu quero sair correndo sem destino. Sabe-se lá aonde eu vou me meter, só sei que é minha vontade.

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