A caminho

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O pedido de Nathan não me pegou tão de surpresa assim. Mas mesmo assim eu achei tudo muito bonito.

Sensível como eu sou, logo respondi:

- Nathan... - ele me olhava, assim como todos naquele recinto. - É claro que sim!

Ele me beija e coloca a aliança no meu dedo. É raro encontrar alguém tão atencioso. O que me deixou surpresa foi o fato de conseguirmos superar tanta coisa até chegarmos aqui, aonde estamos.

Eu deveria ficar longe dele depois de tudo o que aconteceu, mas talvez o meu sonho não tivesse se realizado se ele tivesse me deixado ir para Village Orleans.

Com certeza, esse vai ser o melhor momento de minha vida.

...

*Mais 2 meses depois...*

Finalmente, minhas sonhadas férias. Eu e Nathan fizemos dois meses de namoro na semana passada. Hoje, então, iremos na clínica que eu estou acompanhando a gestação para sabermos o sexo do bebê. Até que é uma evolução muito boa. Para quem não gostava de crianças, estar ansiosa para saber o sexo do próprio filho é muito evolutivo. Dizia uma música que eu gosto muito, não é daqui dos EUA, é brasileira, "Eu já sei dizer que o amor pode acordar". Nathan diz que eu estou bem mais amável durante a gestação. Concordo plenamente.

Quando chamam o meu nome, eu adentro a sala com Nathan. A obstetra pede para que eu deite na maca, obedeço-a. Logo ela coloca aquele gel congelante, que Lacey apelidou de "Gel Demoníaco" quando ela veio comigo. Então a médica começa a percorrer a minha barriga com aquele negócio gelado. Nathan segura minha mão com carinho. Aos poucos eu dou uma olhadinha para Nathan, e então vejo-o com os olhos vermelhos.

- Que homem sensível que você é, Nathan. - eu digo e ele ri. Nos olhamos por um tempo.

- Então, papais. Quais foram as apostas que vocês fizeram? - a obstetra diz.

- Os meus amigos disseram que ia ser um menino. - Nathan disse confiante. - E que ia parecer mais comigo do que com a Jenna.

- Eu já te disse, Nathan. Vai ser uma menina. Instintos de mãe nunca falham. - eu disse. - E instintos das amigas da mãe também não.

- É o que veremos, Jenna Arlington. - Nathan diz em um tom desafiador.

- Você vai ver que eu estou certa, Nathaniel Romeo. - devolvo no mesmo tom e isso causa risos entre a gente.

- Jenna, você reparou alguma coisa diferente na gestação? - a obstetra pergunta.

- Ah, doutora, eu reparei que a minha barriga tá um tanto grande pra cinco meses. - eu disse e, então ela se vira para nós.

- Bem, vocês dois ganharam a aposta. - fiz uma expressão confusa, então ela explicou: - Isso quer dizer que são gêmeos não-idênticos.

- Ai meu Deus, Nathan. - eu digo com um sorriso congelado no rosto.

- E, pelo o que eu vi aqui, Jenna, os bebês estão muito bem. - ela diz. - Já pode se levantar. - eu me levanto e vou até o banheiro que tem dentro da sala para limpar a minha barriga., enquanto a obstetra fica conversando com ele.

Quando saímos do consultório, Nathan me abraça forte.

- Muito obrigada, Jen. - ele diz e eu o beijo.

Nathan passa seu braço pelos meus ombros e, assim, saímos da clínica.

...

Nathan e eu resolvemos pesquisar passagens de avião em algumas companhias aéreas. Então, depois de muita indecisão (mais da minha parte, por que, né?), compramos de ida e volta para algum lugar que seja bem bacana de se visitar, não que aqui seja chato ou coisa do tipo, mas um sonho que eu sempre tive, foi ir para São Paulo, no Brasil. Quando minhas amigas falavam que foram, diziam que lá era tudo muito bonito, e coisa assim, que tinha uns pontos bem legais, coisa desse tipo. E então, já que o Rio de Janeiro é bem perto de São Paulo, e o funcionário disse que dá até pra ir de carro, resolvemos que Nathan vai alugar um carro lá e então, vamos para o Rio de Janeiro. Acredito que isso vai ser bem relaxante. Sair um pouco de Miami, sair daqui um pouco. Vamos esperar o dia do vôo, se é assim.

...

(Semanas depois...)

Fizemos o check-in tranquilamente. Quando o vôo é chamado, nos despedimos de Lacey e Wesley, e outros amigos e familiares. Então, embarcamos.

Tinha um tempo que eu não sentia o medinho antes de o avião decolar. É um medinho bom.

O avião começa a acelerar e sair do chão. Seguro a mão de Nathan e ele a beija. Começo a lembrar de On My Way, da Lea Michele. É a musica correta para o momento. Eu deveria ficar longe dele todas as noites, mas eu nunca obedeço regras mesmo.

Acabo adormecendo, e então acordo com Nathan dizendo que estamos prestes a pousar em Guarulhos. Sim, eu tive muita dificuldade pra dizer Guarulhos. Então, descemos do avião, pegamos as malas. Nathan vai ver algumas informações sobre alugar o carro aqui, e eu me vejo um pouco sozinha.

A única coisa que pensei naquele momento foi: Agora, estou em solo brasileiro.

Um Milhão De MilhasOnde histórias criam vida. Descubra agora