Um Milhão De Milhas

O que somos?

         (Algumas semanas depois...) 

         Impunes, permaneceram impunes. Logan se alegrou com isso, mas deixei bem claro para ele que não voltaria a sair com eles em hipótese nenhuma. Nunca mais tornaria a falar com eles, nem olharia em seus rostos. Além de terem me arruinado, os safados conseguiram um bom advogado para os defenderem. 

           Como as férias estavam chegando, resolvi pesquisar minha passagem para Miami. Logan chega no dormitório e fecha o notebook, quebrando uma unha minha.

            - Ai, Logan! - digo vendo a minha unha. - Sabe quanto tempo demora pra crescer uma unha? 

            - Não sei, - ele diz. - só sei que eu quero te levar para sair. Pode ser agora?

            - Mas eu nem estou vestida adequadamente! 

            - Ponha uma roupa, eu espero. - fui até meu guarda-roupa, escolhi uma roupa normal e fui até o banheiro. 

            Saí de lá e voltei ao meu quarto, então vamos até o carro dele. Ele me leva para uma casa grande, bonita e com aparência bem aconchegante.

             - Hoje meus pais me chamaram para jantar com eles. Resolvi trazer você, acho que a minha mãe vai gostar de ti.- ele diz colocando uma mão na minha perna e acariciando-a. - Espero que vocês se dêem bem.

               A noite estava fresca. Seus pais foram bem receptivos comigo, demos boas risadas. Quando vimos a hora, já passava das duas da manhã e tínhamos que pegar uma estrada para voltar para Yale.

               - Fiquem aqui esta noite, já está tarde para vocês pegarem estrada. - a mãe dele diz e o pai concorda.

               - Mas eu não trouxe outra roupa...- digo.

               - Não tem problema, eu te empresto uma calça de moletom. - Logan diz carinhosamente. - Já está tarde, e a estrada é perigosa à noite.

               - Logan, eu vou arrumar a cama da sua irmã para a Jenna, tá bom? - a mãe dele diz.

               - Tá bom, mãe. - ela sobe e ficamos nós três na sala. Subo para ajudar a mãe dele a arrumar a cama aonde eu iria passar a noite e a encontro sentada, sentindo o cheiro dos lençóis, segurando um porta-retrato e com os olhos vermelhos e inchados.

                - Oi, está tudo bem? - digo entrando de levinho. Ela seca as lágrimas e se levanta.

                - Está sim, minha linda. - ela diz.

                - Tem certeza? - pergunto me sentando ao seu lado. - Você parecia estar chorando.

                - Tá tudo bem, Jen. Obrigada por se preocupar! - ela disse. 

                - É algo com a Beth? - digo.

                - Só... Saudades! - ela diz.

                - Ela está morando em outro estado? - digo delicadamente e ela ri com uma cara de choro. 

                - Não, meu bem. - ela diz e seu semblante muda. - Ela se suicidou no ano passado. 

                 - Ai meu Deus, me perdoe! - digo abraçando-a.

                 - Não tem problema. 

                 - Quer que eu arrume a cama? Não tem problema. 

                 - Tem certeza? Eu posso fazer isso. - ela diz.