>>>Chapter 26
POV Healey
Enquanto esperava na sala perto da recepção, ficava repassando na cabeça sobre o que diabos tinha acabado de acontecer. Eu já havia feito minha lista tranquilizante, e, realmente, me ajudou bastante, mas eu não sabia lidar com isso. Eu tinha sacado cada pedacinho do que tinha acabado de acontecer, porém eu não fazia a mínima ideia do que fazer a respeito. Aliás, eu tinha uma vaga ideia sobre uma coisa: minha mão marcada na cara de Theodore Clarence. ISSO ia me deixar muito feliz.
Saquei o celular do bolso e pus na câmera. Precisava dar uma conferida no visu, ora mais. Não é todo dia que o seu ex, vulgo propósito da sua existência, te chama para um café no lugar onde era nosso point amoroso. Ok. Propósito da minha existência foi exagero, admito! Mas quando você passa 3 anos do lado de uma pessoa, você sabe que não vão ser só 3 anos. Vai ser o resto da sua vida. E ainda mais quando isso acaba de uma modo mal resolvido. Porque eu e o Alonso terminamos com pendências. Nenhum de nós terminou porque não existia mais sentimento, existia sim, e muito! E foi por isso que foi tão doloroso. Não se apaga facilmente o que vivemos juntos. Não é só estalar os dedos e dizer "alakasam".
Antes fosse...
-Meu Deus! Eu no mínimo preciso de 5kg de corretivo só para começar a esconder essas crateras que chamam de olheiras! -Reclamei horrorizada com meu estado perante o espelho. -Ele me viu assim!? Ele deve ter pensado "amém, me livrei dum baita dragão". Que horror! E eu esqueci a chapinha no hotel! Maldição! -Andei enfurecida até a recepcionista com quem tinha falado mais cedo. -Com licença, a senhora, por algum acaso da vida, teria um secador ou uma chapinha?
-Querida, isso é um hospital, não um salão de beleza.
Bufei.
-Então pode me informar onde fica o banheiro feminino? -Ela apontou para cima e, quando levantei o queixo, havia uma placa com os típicos bonequinhos e uma seta para o fim do corredor. -Ah! Obrigada!
Virei-me e andei até os banheiros. A operação que eu faria na minha cara ia demorar, mas eu precisava fazer antes de Alonso voltar.
-Se vira nos trinta, Healey. -Disse a mim mesma enquanto abria a bolsa e tirava um estojo de maquiagem.
Comecei a fazer uma make bem leve, só para ajeitar a cara mesmo. Não queria que ele notasse que me produzi toda, afinal. Íamos tomar café, não para uma balada.
-Nossa você nem acredita!
-O que foi, Hill?
-Um maluco esbarrou comigo e deixou cair todas as roupas. E eu tinha acabado de pegar na lavanderia! E ainda por cima, nem pediu desculpas!
-Isso é um desaforo! Parece que essas pessoas de hoje não tem mais respeito algum!
Duas enfermeiras entraram discutindo. Nem liguei. Tinha que terminar meu serviço. Entretanto, uma delas colocou as várias roupas que carregava no balcão e passou a conferí-las.
-Dixon! Ah meu Deus!
-O que foi!?
-As roupas... Está faltando uma!
-Você acha... Será?
-Tenho certeza que foi aquele moleque! Vamos falar para a segurança.
-Vamos sim! Isso é muito perigoso! Podem estar querendo invadir o hospital!
As duas saíram rápidas pela porta. Que papo estranho. Quem roubaria uma roupa de enfermeiro? Se for para roubar, rouba logo de médico! Povo estúpido!
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Um Soneto de Amor
RomanceAnnie é artista. Theo mecânico e guitarrista. Ela se esforça. Ele não está nem aí. Pelo acaso do destino tornam-se vizinhos, um a cada lado da cerca, assim como seus pensamentos e ações. Porém, às vezes, onde tem ódio, tem amor. Afinal, qual a me...