CAPÍTULO 21

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Gente eu sou teimosa. 

Mesmo com a tipoia no braço aqui estou eu escrevendo e postando pra vocês. 

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Quando vi que tudo o que estava escrito no blog sobre a minha relação com a Lauren era verdade eu corri até onde minha mãe estava e joguei tudo em cima dela. Contei tudo. Minha mãe sempre desconfiou de que eu tinha sentimentos em relação a minha melhor amiga e de vez em quando gostava de me envergonhar falando sobre como eu ficava desengonçada na presença da Lauren.

Então quando eu admiti o que sentia à minha mãe ela deu um grito tão alto que no momento pensei que fosse ficar surda. Ela ficou vermelha de tanto gargalhar e começou a pular pela cozinha igual uma criança.

Meu pai se assustou com toda a euforia e correu para saber o que estava acontecendo. E eu, na minha inocência contei com a mesma alegria. Só que... A reação não foi exatamente a que esperava.

É horrível. Isso tudo é uma grande merda.

Perceber que estar apaixonada por alguém, e descobrir que a pessoa que deveria te apoiar estar disposto a destruir todo esse amor por mera vontade, preconceito, egoísmo e ganância.

Meu pai.

Meu pai assim que soube por quem eu estava apaixonada criou uma lei que dizia:

-Lauren não entra mais dentro dessa casa. E a amizade de vocês acaba agora.

E foi aí que todo o desespero começou.

Minha mãe e ele começaram a discutir, mas a discussão parou no momento em que ele ameaçou sair de casa. Minha mãe não era apaixonada por ele, isso todos nós sabíamos. Mas ela não teria como nos sustentar se ele saísse de casa. Na época ela estava doente e não tinha condições para trabalhar. Então concordamos com seus termos, pelo menos até nos organizarmos e nos livrarmos dele.

Parei de falar com a Lauren, de sair com ela, de conversar pelo celular, até mesmo de curtir suas fotos no instagram porque eu sabia que era vigiada. Mesmo parando de fazer tudo isso, não consegui parar de pensar nela e sonhar com ela.

Era horrível a sensação que eu sentia ao ver minha branquela andando pelos corredores da escola e não poder andar de mãos dadas com ela, como fazíamos. Estar na mesma sala que ela e não poder juntar nossas mesas para estudarmos. Olhar para ela durante todo horário de intervalo sem poder ir até ela lhe abraçar e ouvir sua voz era uma tortura pra mim.

E essa tortura durou por dois longos meses.

Até que um dia eu percebi que meu pai chamava pelo menos uma vez na semana um empresário que trabalhava com ele para jantar lá em casa, e esse empresário tinha um filho, Nick. Eu e minha mãe percebemos que ele jogava aquele papo de "Minha filha é muito estudiosa", "A Camila vai ter um futuro maravilhoso", "Minha filha sabe fazer um bolo maravilhoso"... Essas e outras besteiras a mais.

E eu não sei cozinhar!

Não sei de onde ele tirou essa idéia.

Ele é maluco!

Ele ditava meu currículo em todo bendito ou maldito jantar e não era pro empresário. Era para o Nick.

E foi aí que a idéia surgiu.

Combinei com minha mãe e no dia seguinte colocamos o plano em pratica.

De manhã cedo no desjejum eu perguntaria sobre o Nick.

No almoço eu pediria o número do telefone do Nick.

E no jantar eu suspiraria e fingiria estar nas nuvens pensando no Nick. Quando na verdade era outra pessoa que estava em meus pensamentos.

A partir daí comecei a fingir que estava apaixonada pelo Nick, comecei a suspirar pela casa e ficar escrevendo o nome dele nos cadernos e agendas espalhadas pela casa para meu pai ver.

Quando ele percebeu que eu estava "interessada" no garoto rico e filho do empresário que ele queria ser sócio ele desfez sua lei anterior.

A Lauren poderia voltar a ser minha amiga novamente. Com uma condição. É claro.

-Você vai ter que namorar o Nick.

Eu concordei de imediato. Mas o Nick também não cooperava muito. Ficando com uma garota diferente a cada semana dificultava minha aproximação.

E eu estava amando tudo isso.

Eu teria a Lauren. Era tudo o que me importava. 


My beloved friend - Texting em AndamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora